sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Vou-te Bater! Comedy Club!

Novo Cenário
Os Mesmos Idiotas

COM.TEMA apresenta
"VOU-TE BATER! COMEDY CLUB!"


Pedro Ribeiro / Nuno Morna / Carlos Moura / António Raminhos

15, 16, 17 e 18 de Outubro - Casa das Mudas
19 a 31 de Outubro - Auditório RDP/Madeira

http://www.youtube.......com/watch?v=ioFKBW3ZxJ8
http://www.youtube.com/watch?v=YhvGNR6SV-Y
http://www.youtube.com/watch?v=PgWLbGcCyEs
http://www.youtube.com/watch?v=YyqiZUss6eM

domingo, 23 de agosto de 2009

Post de Férias I

Sound Cartography



Interessante projeto que propõe mapear os sons de uma cidade, de Los Angeles, mas também de qualquer cidade do mundo, com celulares, GPS e mapas digitais. É o projeto Sonic Cartography: Mapping Los Angeles -- and the World -- Through Sound do artista alemão baseado em Berlim Udo Noll. Ele criou um site interativo que coleta sons captados por telefones celulares de qualquer lugar do mundo. Vemos aqui mais um projeto que visa buscar um sentido dos lugares, um entendimento do espaço a partir dos sons urbanos. 

Sobre o projeto:

"Apogee Maps is an open project about the creation and exploration of public soundscapes. it collects and organizes recordings of daily surroundings and other sonic habitats from all over the world. the sounds are organized within a mashup system of mapping software, databases, telephone networks and the Internet. sites and sounds can also be explored and accessed in situ by recent GPS-enabled mobile devices."

Este projeto lembra o projeto da BBC, "Save our Sounds" que busca gravar e criar uma memória sonora mundial (embora não seja diretamente locativo) e também o "Define sua Cidade" dos meus alunos de graduação que colocam sons em lugares estratégicos de Salvador por meio de QRCodes (no caso um poema recitado de Gregório de Matos), como já relatados neste Carnet.

"When used in conjunction with Google Maps, the recordings become a sonic portrait of street corners, outdoor markets and public spaces around the world. The seemingly mundane sounds of traffic at the River Thames, kids on the playground in Munich, or maybe men arguing over chess at Union Square then become pieces of art, or possibly artifacts, framed by some unknown person captivated by the beauty of a particular moment."



"the project reflects on actual changes and developments in mobile computing and so called locative media, which we assume to be crucial to the way we experience our near future daily life, where media and markets will emerge at the precise position of our body. whether and how we can create and keep unoccupied spaces aside from predetermined functions and fictions, is an important question to the project."

Aliando mobilidade e localização, vemos efetivamente mais um projeto que busca potencializar as mobilidades física e informacional reforçando os vínculos com os lugares das grandes cidades do mundo. Sobre esta temática, escrevi recentemente para palestras no Rio e em Fortaleza (em breve um artigo sobre o tema) que :

"As novas tecnologias móveis e em rede implicam uma ampliação das mobilidades e, pela primeira vez, temos a possibilidade de exercer uma mobilidade física e informacional/virtual ampliada, consumindo, produzindo e distribuindo informação. (...) E para que esta mobilidade ampliada exista é fundamental a criação de uma interface entre o espaço eletrônico e o espaço físico ? que chamei em outros textos de território informacional e que outros chama de internet das coisas, espaço intersticial, híbrido, cíbrido, espaço aumentado... A mobilidade ampliada, tirando proveito ao mesmo tempo da mobilidade física e da mobilidade informacional, é dependente desta nova ?interface? entre o espaço eletrônico e o lugar físico. Esta interface cria viscosidades, atração, aderência a determinados lugares, diminuição do movimento físico ao colar em determinadas zonas (hotspots, 3G, bluetooth, RFID) para a ampliação do movimento informacional (Shirvanee). (...) Pensar mobilidade é pensar a nossa relação com o lugar. Toda a nossa experiência está fundada em lugares e por mais que as novas tecnologias sejam sofisticadas e permitam ações a distância, a nossa experiência é sempre locativa, fundada em um pertencimento local fluido e mutável. As mídias de massa tensionaram e criaram sentido de lugar. A nossa percepção do mundo e de nós mesmos se dá, na modernidade, pela nossa relação com o outro e com a imagem que esse outro cria de nós. Vendo TV, cinema ou fotografias, consumimos imagens do outro distante e criamos um sentido do nosso lugar no mundo e deste outro que está longe de mim. Está aí a tese de Mead sobre os ?significant others?. As mídias de massa expandiram a nossa compreensão sobre o mundo e sobre este outro genérico. Por isso Meyrowitz afirma que as mídias funcionariam como ?global positioning systems? mentais. Mesmo globais a recepção é sempre local, enraizada. Da mesmo forma, as mídias eletrônico-digitais, globais e telemáticas, não aniquilam o espaço-tempo, não criam um ?no sense of place?. A nova mobilidade informacional, cria "new sense of places" e "new sense of selves". Nosso pertencimento ao espaço de lugar continua, embora possamos manter relações comunitárias em qualquer lugar e com qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo."


Enviado do meu iPhone

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

sábado, 8 de agosto de 2009

Obituário - Raúl Solnado

Hoje morreu Raúl Solnado, pessoa com quem tive o privilégio de privar e o primeiro que me deu vontade de ser actor.

Morreu, aos 79 anos de doença cardio-vascular grave, informou o hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Raul Augusto Almeida Solnado, nasceu a 19 de Outubro de 1929, foi humorista, apresentador de televisão e actor.

Até à sua morte foi director da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas situada em Carnide, Lisboa, que fundou juntamente com Armando Cortez, entre outros.
Solnado começou a trabalhar em 1947 no teatro amador, na Guilherme Cossul - uma colectividade que nunca esqueceu. Em 1952 estreou-se profissionalmente num show no Maxime e a partir daí não mais parou: opereta, revista, teatro clássico, cinema, televisão. Fazendo rir e pensar.

O grande salto deu-se na década de 60: o monólogo A Guerra de 1908, estreado em Outubro de 1961, cedo passou a ser a guerra do Solnado.

Oito anos mais tarde, em 1969, com Carlos Cruz e Fialho Gouveia apresentou na RTP um programa inovador que se tornou um marco na programação televisiva: o Zip-Zip. Na década de 60 criou de raiz e dirigiu o teatro Villaret.



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Informando - Improvável

Do meu bom amigo Carlos Moura, com quem voltarei a ter o prazer de pisar o palco já em Outubro próximo, recebi a seguinte informação:

A ideia é louca: uma série de acção e suspense, totalmente made in Portugal, que vai estrear exclusivamente... na net!
Chama-se "Improvável" e, por enquanto, o projecto pode ser acompanhado através do blogue de produção:


Espreitem, acompanhem e, sobretudo, divulguem!



Assistindo - Público

A afluência do público tem aumentado nas salas de espectáculo portuguesas no primeiro semestre deste ano, revelam fontes contactadas pela Agência Lusa, apesar de não existir uma entidade que colija e avalie esses dados. As salas de cinema, os teatros e as exposições têm mantido ou até aumentado o número de espectadores, com uma excepção: o Castelo de São Jorge, com menos visitantes devido à quebra no turismo. Há ainda o caso do Teatro Maria Matos, que baixou os preços de admissão, adaptando-se "aos tempos".

A EGEAC (Empresa municipal de Gestão e Animação Cultural) que tutela diferentes espaços culturais não refere quebra de público, apesar de detectar uma "ligeira descida" de visitantes no Castelo de S. Jorge que justifica com "a redução de 13 por cento no turismo em Lisboa". Todavia, a Festa do Fado, realizada no castelo, registou "quase sempre" lotações esgotadas, designadamente nos concertos de Mariza e Deolinda, disse fonte da HM Música, promotora do evento.

O Teatro Municipal Maria Matos, tutelado pela EGEAC, registou "um acentuado aumento de público, tendo apresentado sempre salas cheias", disse fonte do teatro à Lusa. O Maria Matos "adaptou-se aos tempos e reduziu o preço dos bilhetes, que passou dos 20 euros para 10 euros, em média. Ninguém paga mais de 12 euros, além de haver descontos para jovens, estudantes e idosos", adiantou a mesma fonte.

Noo primeiro semestre deste ano, o Teatro Nacional D.ª Maria II teve "salas sempre cheias", não se notando qualquer quebra de público, afirmou à Lusa fonte da sala do Rossio.

Relativamente ao Teatro Municipal São Luiz, não há números comparativos, "na medida em que durante o primeiro semestre esteve encerrado para obras", tendo dispersado a programação por vários espaços da capital.

Fonte da Fundação Calouste Gulbenkian garante que "há seguramente mais público" e "as assinaturas duplicaram para a próxima temporada (2009/10) em alguns ciclos".

A Orquestra Metropolitana de Lisboa, segundo o seu director artístico, registou um aumento de público, na sequência da subida já verificada na temporada passada (2007-08)". "O concerto de Ano Novo, no Centro Cultural de Belém (CCB), esgotou o que foi um bom prenúncio da temporada em que se esgotaram os concertos com Camané, Tito Paris ou na Basílica de Mafra, além da enchente que foi o Dia da Metropolitana (4 de Junho)", disse fonte da instituição. "As Quintas Perfeitas, quando a Metropolitana abre as suas portas ao público, estiveram sempre sobrelotadas", acrescentou a fonte.

O CCB registou uma subida de 3,7 por, cento segundo números da Fundação. A taxa de ocupação no primeiro semestre de 2008 foi de 60,05%, enquanto este ano atingiu 63,75%.

Na última temporada do Teatro Nacional de S. Carlos quase que duplicou o número de espectadores, segundo dados do Opart(Organismo de Gestão Artística) que tutela o palco lírico, passando de 47.036, na temporada de 2007/08, para 72.736 na de 2008/09.

A Companhia Nacional de Bailado (CNB) aumentou igualmente a afluência de público, de 26.040 em 2007/08, para 33.161 espectadores na última temporada (2008/09), referiu Pedro Moreira, presidente o Opart (que também tutela a CNB), aquando da apresentação da próxima temporada.

Por outro lado, os portugueses foram mais ao cinema no primeiro semestre deste ano, com as salas a acolherem mais 89.831 espectadores do que no mesmo período de 2008. Segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual, nos primeiros seis meses de 2009 passaram pelas salas de cinema 7.248.556 espectadores, mais 89.831 do que no período homólogo de 2008 (7.158.725 espectadores).

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Música - Mozart

Na casa onde viveu Wolfgang Amadeus Mozart, e no próprio piano que pertenceu ao compositor, foram ontem tocadas duas peças que só recentemente se descobriu serem (quase de certeza, notam os peritos) escritas pelo génio austríaco – provavelmente, quando este tinha sete ou oito anos.

As partituras – um concerto para piano de quatro minutos e um prelúdio de um minuto foram – compostas em 1763 ou 1764, já eram conhecidas e faziam parte do arquivo da Fundação Mozarteum, que gere o espólio do músico. Durante muito tempo, contudo, não se pensou que fossem da autoria de Mozart.

Estudiosos, porém, avançaram recentemente a hipótese de que as notas musicais foram anotadas na pauta pelo pai do músico, Leopold Mozart, enquanto o jovem, que teria sete ou oito anos na altura, tocava piano. Nessa idade, Mozart ainda não dominava a notação musical.

As partituras, descobertas num caderno da irmã de Mozart, tinham sido catalogadas como trabalho anónimo. Novas pesquisas vieram revelar que a escrita pertencia a Leopold. Mas este não poderia ter sido o autor das peças. Por um lado, o ritmo e a complexidade indiciavam um “jovem músico a correr desenfreado para mostrar aquilo de que era capaz”, explicou, citado pela AFP, o especialista Ulrich Leisinger, da Mozarteum. Por outro, as composições tinham erros técnicos que o experiente Leopold (o pai de Mozart era professor de música) não teria feito. “As duas peças chamaram a atenção por serem tão extravagantes”, notou ainda Ulrich. As partituras foram mais tarde corrigidas, já pela mão do próprio Mozart.

Mozart nasceu em Salzburgo, em 1756, e depressa ganhou a aura de prodígio musical. Começou a tocar piano aos três anos, a compor aos cinco e, quando morreu, com 35 anos, tinha escrito mais de 600 obras.

in Público

Lembrando - Zeca Afonso

A autarquia de Coimbra prestou hoje homenagem a Zeca Afonso, quando passam 80 anos sobre o nascimento do músico, com o descerramento de uma placa numa das casas onde o cantor viveu e a apresentação de um livro.

Zeca Afonso, que nasceu em Aveiro a 2 de Agosto de 1929, estudou em Coimbra, cidade à qual manteve uma forte ligação entre 1940 e 1969, tendo sido um dos mais emblemáticos compositores e cantores da canção de Coimbra.

Considerando que "Zeca Afonso é património de Portugal", o vereador da cultura da Câmara de Coimbra, Mário Nunes, salientou que o descerramento de uma placa na casa onde o cantor de intervenção residiu é uma forma de "preservar a memória e perpetuar a sua memória no tempo e no espaço".

"Este acto faz parte do património herdado que é Zeca Afonso. Aqui germinou parte da sua obra, construíram-se um ou mais pilares de uma herança que deixou", afirmou o autarca, referindo-se ao segundo andar de um prédio na Avenida Dias da Silva, com o actual número 112.

Mário Nunes salientou a ligação do cantor à Canção de Coimbra e a "obra imperecível que deixou", considerando "indispensável que a cidade o homenageasse, semeando pilares que sustentam esse valioso património de Portugal que se chama Zeca Afonso".

Seguiu-se a apresentação do livro "José Afonso: da boémia coimbrã à solidariedade utópica", da autoria de Jorge Cravo, editado pela Câmara Municipal de Coimbra, sobre a vida e a obra do cantautor na cidade.

"Pretendo desmistificar Zeca Afonso, que não se considerava um mito. Era uma pessoa igual às outras, mas, por ser poeta, era um geniozinho no campo musical", afirmou o autor na apresentação do livro, que foi distribuído gratuitamente pela autarquia.

"O que se pretende é desmistificar o homem/estudante e o músico, sugerindo o aparecimento, não de novos Zecas – Zeca há só um (...) – mas de uma renovada atitude coimbrã no cantar a estética poético-musical que José Afonso trouxe para a Canção de Coimbra através da revitalização da balada", escreve Jorge Cravo, na introdução.

Presente na cerimónia, o pneumologista Rui Pato, que acompanhou Zeca Afonso à viola, descreveu o cantor como "uma figura imortal na poesia e na música portuguesa".

"Gostava que as homenagens não se ficassem pelas placas e comemorações, mas que o Zeca seja considerado uma figura de grande importância e figure nos compêndios das escolas portugueses, como Chico Buarque no Brasil", disse o médico, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Coimbra.

A iniciativa desta tarde deu início a um programa de comemorações que se estende até 3 de Outubro.

Esta noite, a Companhia Bengala - Teatro Cerca de S. Bernardo, apresentou um espectáculo intitulado "Tributo a Zeca Afonso".

Lusa

sábado, 1 de agosto de 2009

Reescrevendo - Shakespeare

Lê-se no The New Republic.
Disputations: The Untouchables by
Why it's blasphemous to alter Shakespeare's words for a modern audience.

In "Will Shakespeare's Come and Gone," John McWhorter recommends that Shakespeare be rewritten for the sake of clarity. He asks, "At what point do we concede that substantial comprehension across the centuries has become too much of a challenge to expect of anyone but specialists?"

Or as Shakespeare more simply put it when one of his characters had trouble understanding a speaker, "Those that understood him smil'd at one another and shook their heads; but for mine own part, it was Greek to me." As this example shows, Shakespeare can be perfectly clear--in part because he so largely shaped the language we speak today. Countless expressions that he coined have become our "household words."

There are indeed archaisms in Shakespeare's lexicon (we no longer say "mine own part"), but most of the difficulty we face in comprehending his dialogue has less to do with the passage of time than with the fact that these plays are not exercises in conversational English but dense, complex, and profoundly non-naturalistic dramatic poems.

Imagery, allusion, metaphor, and ambiguity are the poet's stock-in-trade, so it shouldn't surprise us to find that Shakespeare often seems to say more than one thing at a time. Our challenge today is not that we don't receive meaning from his words, but that we receive several meanings, some of them intentionally contradictory.

Ambiguity is at the very root of Shakespeare's poetic power--and one of the reasons for his enduring appeal is that you can't absorb all he has to offer at a single sitting. Our understanding and appreciation of what he's saying grows not only with repeated hearing, but also as we grow older and our understanding of life's journey deepens. Hearing King Lear as a teenager is a very different experience from doing so as an octogenarian. Seemingly new meanings emerge from the same words we heard decades before.

Still, everyone has to start somewhere--hence McWhorter's suggestion that Shakespeare's plays be adapted in some way to help audiences achieve more immediate comprehension.

Shakespeare himself, of course, was a great adapter: All but four of his 36 plays are, to a greater or lesser degree, adaptations of existing works. Far from simplifying his source materials, though, he brilliantly transformed them, adding complexity, tension, and insight in infinitely greater measure than existed before. And thank God he did.

Shakespeare took the mundane and made it extraordinary. Time after time, in adapting or paraphrasing his plays, we do the reverse.

But it's not just a question of finding good enough adaptors to do the job well. Rather, the very idea of trying to achieve a greater degree of "clarity" by adapting Shakespeare is fundamentally wrong-headed. By trying to nail down meaning, we reduce it.

An adapter of the sort proposed by McWhorter must decide on a "clearer" meaning for each word and phrase in the original. He or she must then assign a new word in place of the one Shakespeare wrote. McWhorter cites as one candidate for clarification the speech in Hamlet in which Polonius offers fatherly advice to his son Laertes as the latter prepares to depart for university: "And these few precepts in thy memory / Look thou character." McWhorter suggests that modern audiences, who don't realize that the word character is being used here as a verb meaning "write," would interpret the latter half of this as an exclamation: something like "Look, you rascal you!"

Frankly, I'm unconvinced. I can't honestly imagine that anyone hearing even a halfway competent actor deliver those words in performance (as opposed to encountering them on the page) would have much doubt that it means something like "These few bits of advice / Mind you remember." The exact syntax of the line might be unfamiliar to modern ears, but the general meaning is going to be clear just from the cadence of the delivery.

But why not just change the word and eliminate the possibility of misunderstanding altogether? Well, let's remember that Hamlet is in part the story of a young man--a bereaved son--who must grow up and find himself amidst intrigue and horror. It is about the moulding of character. The first words spoken on stage are "Who's there?" and we spend the rest of the play finding out.

In this context, Shakespeare's choice of the word character opens the door to a whole other layer of meaning. It's a word he consistently used to mean the outward manifestation of inner qualities. So "Look thou character" can also be interpreted as a father urging his son to exhibit new behaviors--or, as a modern actor would say, to "characterize." That single word sets up a resonance between this scene and the main action of the play.

In that same speech, Polonius goes on to say, "Give thy thoughts no tongue, / Nor any unproportion'd thought his act." McWhorter correctly points out that the word act means "execution." But act has other meanings too--including deliberate performance, as in "putting on an act," which has a certain aptness in view of Polonius's less-than-honest character. To substitute the word execution is to eliminate that connotation, to say nothing of introducing others that are completely alien to Shakespeare's intentions.

Shakespeare's genius created new words and new meanings for old words. He predated dictionaries. He wrote for the stage, and he knew that context and intuition would carry his audiences through his more difficult passages. He helps us by creating a web of words and images that reflect upon one another and develop over the course of a play.

In the example above, the word act is part of a meta-theatrical web that extends throughout Hamlet: a constant use of allusions to the theatre and the art of acting, most famously expressed in Hamlet's line "The play's the thing / Wherein I'll catch the conscience of the King." An experienced Shakespearean actor will find these associations between key words and use them to help reveal some of the overall meanings of the play.

But this kind of large-scale explication, which evolves during rehearsal and performance, is defeated if we start changing individual words and phrases: if we make decisions in advance about what Shakespeare did or did not mean. The fact is that Shakespeare's singular genius enabled him to impart many meanings to the language he used, and try as we might, we cannot (to paraphrase Hamlet) pluck out the heart of his mystery.

Rather than allowing this to frustrate us and make us yearn to replace his plays with simpler ones, we should be patient, enjoy what we can, and return again and again to this inexhaustible well of meaning. These plays merit--and richly reward--a lifetime of study. Revealing more of their treasures with each encounter, they have an endless capacity to thrill us and delight us; they may even transform our lives.

The words that Shakespeare left us are an inheritance that enriches us every time we hear them; in changing them we squander our birthright. Shakespeare's language--the language to which our own is so heavily indebted--is the "real McCoy." Accept no substitute.

Antoni Cimolino is the general director of the Stratford Shakespeare Festival.