sábado, 31 de outubro de 2009

Musicando - Megafone 5

Os Dead Combo, Oquestrada, Gaiteiros de Lisboa e A Naifa actuam quarta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para lançar o projecto Megafone 5, de homenagem ao músico João Aguardela, falecido este ano.

Megafone 5 é uma associação cultural destinada a recordar o trabalho de João Aguardela e a incentivar a nova música portuguesa de inspiração popular e tradicional.

Entre as iniciativas lançadas pela associação contam-se o concerto de quarta-feira e o lançamento de dois prémios anuais, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores.

Os amigos que estão em Lisboa que não se atrevam a perder!!!!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Falando - Gabriela Canavilhas

No site da Ípsilon pode ler-se esta conversa com Vanessa Rato:

Há menos de 11 meses como directora regional de Cultura dos Açores, Gabriela Canavilhas toma hoje posse como ministra da Cultura. Tínhamos uma conversa marcada antes de sabermos da sua indigitação e mantivémo-la. Sobre os Açores, mas a ler nas entrelinhas.

Foi uma conversa marcada antes do anúncio público do novo executivo de José Sócrates e, com ele, da indigitação de Gabriela Canavilhas como nova ministra da Cultura.

Sábado, 18 de Outubro, quatro da tarde nos Açores, uma hora menos no continente: a chuva das últimas semanas parou para dar vez a uma tarde de sol nos jardins do Palácio de Sant"Ana, a residência oficial da presidência do Governo Regional.

Estamos no centro de Ponta Delgada. Calçadas estreitas, igrejas e conventos empedrados a basalto, casario branco de portas escuras, e, depois, o caminho serpenteante que leva a este improvável palácio neoclássico ao estilo francês, cheio de vidraças e colunas finas, mas rodeado de relvados e maciços de belíssimas árvores exóticas.

É fácil passarmos sem ver pela escultura de Rui Chafes que acaba de ser instalada. Surpreendentemente fácil, tendo em conta a dimensão deste enorme anel em aço negro aparentemente suspenso, a planar rente ao chão, entre o verde, ali mesmo, à direita de quem sobe.

Entre os oradores da inauguração, o crítico e poeta João Miguel Fernandes Jorge diria que Parar o Tempo - da mesma série instalada no Jardim da Sereia, em Coimbra - é como um felino que nos deixa ver apenas o brilho dos seus olhos.

Uma escultura assim, de facto, existe e não existe. O tipo de obra a pensar como exemplo numa estratégia de transformação de outros espaços públicos da ilha em espaços expositivos, diria Gabriela Canavilhas nessa tarde.

Menos de uma hora antes, Fátima Mota, co-proprietária da Galeria Fonseca Macedo, a única galeria açoriana de arte contemporânea de perfil nacional, mostrava-nos os seus acervos e, ao falar de quase dez anos de actividade num diminuto mercado isolado no meio do Atlântico, diria: "Finalmente parecem criadas as condições e estarem as pessoas certas nos sítios certos. Dantes não havia noção de que eram necessárias dotações financeiras e recursos humanos para avançar com os projectos. Agora sim, parece que o Governo Regional quer investir na cultura".

Fátima Mota refere-se ao actual Governo PS liderado por Carlos César, que tomou pela primeria vez posse como presidente regional em 1996 e que se tem mantido no cargo desde então, sempre eleito com maioria absoluta. Foi a convite de Carlos César que, a 1 de Dezembro de 2008, Gabriela Canavilhas tomou posse como directora regional de Cultura.

Canavilhas conhecia bem os Açores. Nascida em Angola em 1961, cresceu e fez a sua formação inicial entre São Miguel e as Flores, ilhas de origem dos pais. Mudou-se para Lisboa apenas para ingressar no ensino superior, entre o Conservatório de Lisboa - Curso Superior de Piano - e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa - Ciências Musicais. Em 1999, restabelecia laços com o arquipélago ao criar o Festival MusicAtlântico e ao tornar-se assessora do então director regional de Cultura, o filólogo Luiz Fagundes Duarte, no cargo entre 1996 e 1999. Em 2002, e também a convite de Carlos César, integrava como candidata independente o círculo dos Açores à Assembleia República, o ano de derrota que se seguiu à demissão de António Guterres como primeiro-ministro.

Há um dia que sabemos da sua indigitação quando Gabriela Canavilhas, afável, comunicativa e com uma postura pública sedutora - mas também uma presença enérgica e determinada -, resume: "Costuma dizer-se que Deus escreve direito por linhas tortas. Não fui para a Assembleia, mas foi assim que acabei por chegar à [Orquestra] Metropolitana [de Lisboa] para aquilo que, à partida, era uma missão impossível".

É sexta-feira, sete da tarde no continente, uma hora a mais nos Açores. Gabrielha Canavilhas acaba de aterrar em São Miguel vinda de mais uma das suas múltiplas viagens entre ilhas. Por telefone, 24 horas depois do anúncio da sua indigitação, mantém a conversa agendada uma semana antes. A missão impossível a que se refere - a (bem sucedida) reestruturação de uma orquestra cuja presidência assumiu num momento de ruptura financeira, em 2003, após o afastamento de Miguel Graça Moura (e quando começou a deixar para segundo plano a sua carreira como pianista) - é o único ponto em que nos desviamos do tema acordado: os menos de 11 meses que passaram desde que tomou posse como directora de Cultura.

Ficamos a ler nas entrelinhas e a extrapolar de uma realidade regional para uma realidade nacional. Por exemplo, quando nos diz isto: "Acho que alguém do meio, com domínio das artes e das culturas, pode fazer uma diferença. Conhece as necessidades, os caminhos e os meios para potencializar estratégias. Estratégias concertadas entre as várias artes".

Há muitos anos já - talvez desde a saída de Manuel Maria Carrilho da pasta da Cultura (1995-2000) - que a valorização do conhecimento do terreno deu vez a um discurso de valorização do "peso político" como mais-valia estratégica para a obtenção de meios financeiros acrescidos para o sector. Nos nove anos que passaram desde então, seis ministros assumiram e deixaram a pasta. O peso da Cultura continuou a diminuir, com o mais recente orçamento a rondar os 245,5 milhões de euros. Uma media de 24,55 eurosper capita.

Sem rodeios, Canavilhas já disse que é "impossível fazer mais com menos", explicando considerar que José Sócrates sabe que é necessário investir mais na Cultura.

Obra feita

Açores: 250 mil habitantes, 95 mil dos quais concentrados em Ponta Delgada (80 mil) e Angra do Heroísmo (15 mil). No último ano, o mais elevado orçamento de sempre para a Cultura: 2,6 por cento do orçamento geral, ou seja, 24 milhões de euros. Uma média de 96 eurosper capita.

"É um orçamento elevado, mas também porque há várias obras a decorrer", diz Gabriela Canavilhas.

Obras em curso, pois: por exemplo, a nova Biblioteca Pública de Angra, uma obra da arquitecta Inês Lobo, escolha arrojada para área declarada Património Mundial (orçamento: 12 milhões de euros). Em curso, também, a ampliação do museu etnográfico da Graciosa, a reconversão do Convento de Santa Bárbara em anexo do Museu Carlos Machado e a criação de um centro de artes multidisciplinar com colecção de arte contemporânea própria na Ribeira Grande, em Ponta Delgada, e a inauguração da Casa Manuel de Arriaga prevista para Agosto de 2011, a coincidir com as comemorações do centenário da implantação da República, na Horta. Mas há outro tipo de projectos, mais invisíveis, mas porventura mais essencialmente transformadores. Por exemplo, a criação recente de um saco de bolsas artísticas, bolsas de seis meses, 10 mil euros cada, para seis áreas, com dois seleccionados em cada: literatura, dança, fotografia, artes plásticas, dramaturgia e música.

Gabriela Canavilhas: "É uma opção estratégica. Uma aposta na Cultura como factor de valorização do cidadão. Até porque a Cultura é verdadeiramente transversal a todas as áreas de actuação da sociedade. Um povo mais culto tem uma consciência cívica mais desenvolvida. Um povo que se reconhece na sua história, através do seu património conservado, é um povo que sabe redimensionar-se para o futuro, Mas claro que, se não criarmos futuro hoje, no futuro não teremos passado".

O Centro de Artes da Ribeira Grande, que já tem António Pinto Ribeiro, assessor da Fundação Calouste Gulbenkian, como consultor de aquisições para a sua colecção, tem um orçamento de construção previsto de 8 milhões de euros - deverá nascer da reconversão de uma antiga fábrica. Gabriela Canavilhas diz vê-lo como "um laboratório de criação permanente", um "centro de convergência" com espaços de residência e apresentação para áreas como as artes de palco, visuais e digitais. Antes da sua abertura, prevista para Setembro de 2012, abre já no próximo ano lectivo - 2010-2011 - uma pós-graduação em Gestão Cultural ("é necessário criar quadros e recursos que possam dar vida aos espaços criados"). Em breve, também, a Galeria Fonseca Macedo, que representa um vasto conjunto de artistas locais e nacionais de várias gerações, deverá contar com apoio para que, além das feiras em que já se faz representar - a Arte Lisboa e a Arco, de Madrid -, possa começar a frequentar também a Frieze, de Londres, a mais interessante das jovens feiras internacionais.

Estamos a falar dos Açores, poderíamos estar a falar de Portugal, como todo (foi, aliás, tema polémico no início deste ano, quando dezenas de galeristas de Lisboa e do Porto encostaram o Ministério da Cultura de José António Pinto Ribeiro à parede e ameaçaram boicotar a Arco caso não fossem apoiados pelo Estado): "É necessário criar ligações com o exterior, encontrar formas de os nossos artistas serem vistos lá fora. Não queremos artistas locais, queremos artistas de perfil internacional".

Um manifesto à sua espera

Depois da inauguração da escultura de Rui Chafes, há uma semana, nos jardins do Palácio de Sant"Ana, Gabriela Canavilhas teve o seu último acto público como directora regional de Cultura no sábado - a primeira actuação, no Teatro Micaelense, da Orquestra Clássica Regional, que ajudou a criar. Hoje toma posse como ministra. Tem à sua espera um manifesto de opinião do sector das artes visuais, chocado com o afastamento de Pedro Lapa da direcção do Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea. Um manifesto que, antes de ser aberto a assinatura pública, hoje, tinha já como signatários nomes frequentemente avessos a manifestações públicas e não raro discordantes entre si como os artistas Helena Almeida, Lurdes Castro, Julião Sarmento, Nikias Skapinakis e Ângela Ferreira, os galeristas Cristina Guerra, José Mário Brandão e Pedro Oliveira, os comissários Delfim Sardo, Miguel Wandschneider e Miguel von Haffe Perez, o director do Centro de Arte e Comunicação Visual, Ar.Co, Manuel Castro Caldas, e mesmo o historiador José Augusto França, que, não subscrevendo o documento, se junta em adenda manifestando "o seu apreço e simpatia pela obra realizada pelo Dr. Pedro Lapa no Museu do Chiado".

Cinema - DocLisboa

Petition, do chinês Zhao Liang, e October Country, dos americanos Michael Palmieri e Donal Mosher, foram as longas vencedoras da Competição Internacional do DocLisboa 2009, mas o verdadeiro triunfador da sétima edição do certame é um filme português: Pare, Escute, Olhe, que arrecadou nada menos de três prémios.

Segunda realização do repórter de imagem da SIC Jorge Pelicano, após Ainda Há Pastores?, Pare, Escute, Olhe debruça-se sobre o destino da linha ferroviária do Tua e foi o vencedor da Competição Portuguesa, recebendo os prémios de melhor longa-metragem e melhor montagem, e ainda o Prémio Escolas atribuído por um júri de alunos liceais.

Na Competição Internacional, o Grande Prémio de Longa-Metragem coube a Petition, onde o chinês Zhao Liang acompanha os habitantes da "aldeia das petições", um bairro improvisado em Pequim onde se aglomeram as centenas de pessoas que vêm à capital tentar que os serviços governamentais anulem decisões judiciais ou municipais corruptas ou injustas.

A melhor primeira obra foi October Country, sobre uma família disfuncional de classe trabalhadora do estado de Nova Iorque baseado nos ensaios fotográficos do filho mais velho, Donal Mosher, que é igualmente co-autor do filme com Michael Palmieri. Um júri de alunos universitários atribuiu o Prémio Universidades a Hasta la Victoria, onde os suíços Chris Guidotti e Massimo Besomi acompanham alguns meses na vida de um casal de médicos cubanos dividido entre Havana e a Suíça.

Também na Competição Internacional, a melhor média-metragem foi Mirages, do francês Olivier Dury, e a melhor curta-metragem 10 Min, do belga Jorge León. Foi ainda premiada, na secção paralela Investigações, a longa da cineasta russa Aliona Polunina The Revolution that Wasn't.

Para lá de Pare, Escute, Olhe,a Competição Portuguesa premiou também as curtas-metragens Passando à de Zé Marôvas, de Aurora Ribeiro (melhor curta), e Entrevista com Almiro Vilar da Costa, de Sérgio Costa (menção especial do júri).

Os vencedores do festival foram anunciados numa conferência de imprensa que teve lugar no Pequeno Auditório da Culturgest ao fim da tarde de sábado, com o verde como mote em homenagem aos recentes acontecimentos no Irão, com Serge Tréfaut, director do festival, e muitos dos jurados em palco usando cachecóis daquela cor.

O Irão esteve este ano em particular foco no festival, não apenas através de uma selecção de produções recentes do e sobre o país mas também graças à presença no júri da Competição Internacional da cineasta iraniana Hana Makhmalbaf.

Musicando - Depeche Mode

Encerram esta segunda-feira as votações online que vão determinar a banda de abertura do concerto dos Depeche Mode, dia 14 de Novembro no Pavilhão Atlântico, às 20:30.

O público pode votar através do site da Nokia Music Store.

A votação vai apurar cinco formações musicais, que irão à selecção pelo júri, segundo o divulgado em comunicado.

A iniciativa é uma parceria entre a Nokia e a UAU.

Os bilhetes estão disponíveis nos locais habituais. Há reservas. O preço na Arena é de 35 euros. No primeiro nível da bancada custam 40 euros e no segundo, 30 euros.

domingo, 25 de outubro de 2009

Teatro - COM.TEMA

Escreveu Paula Henriques no DN/Madeira de ontem:

Com.Tema acusa CMF de má gestão do Teatro
A Com.tema aponta a dualidade de critérios na utilização do 'Baltazar Dias'
Data: 24-10-2009

A Com.Tema não vai voltar ao Teatro Municipal Baltazar Dias. Nuno Morna cortou com a autarquia, acusando-a de má gestão do espaço cultural. "Não quero relações nenhumas com a Câmara Municipal do Funchal", garantiu ao DIÁRIO.

Na origem desta divergência com a entidade gestora da sala referência em termos de infraestruturas culturais no Funchal está o facto de ter pago este ano 11.500 euros pelo uso do Teatro durante 15 dias. Nuno Morna, o director da companhia que tem actualmente em cartaz a stand-up comedy 'Vou-te Bater - Comedy Club II', no auditório da RDP, assegura que a Com.Tema foi a única a ter de cumprir com o regulamento e pagar por inteiro a utilização do espaço: "Há uns que não pagam nada, há uns que pagam menos percentagem do que eu pago... há um regulamento e não se aplica, ou a uns aplica-se e a outros não se aplica, quer dizer... eu não quero alinhar neste barco", afirmou.

O actor e director da companhia assegura que o descontentamento limita-se à gestão da sala: "Adoro o teatro, foi o sítio onde nasceu a Com.Tema, é mítico para nós. A sala é fantástica, o pessoal que trabalha no teatro é fantástico, agora o modo como a coisa é gerida, eu não concordo e se não concordo, eu não vou estar a dar de barato aquela que é uma capacidade da Com.Tema tem de encher salas, para quem não entende que isso tem custos e para quem não entende que se há um regulamento, ou se aplica a todos, ou não se aplica a ninguém. Eu quero ser tratado como os outros são tratados", desabafou.

Câmara não se pronuncia

O DIÁRIO tentou ouvir a Câmara Municipal do Funchal, mas Pedro Calado preferiu não falar sobre o assunto: "Não tenho comentários a fazer", limitou-se a dizer o vereador com a gestão do Teatro Municipal Baltazar Dias e o responsável pela criação do referido regulamento de utilização da sala.

Com o corte de relações, a Com.Tema fecha a porta a esta sala e opta por outros auditórios para apresentar as suas produções. As novas oportunidades surgiram no auditório da RDP e também fora do Funchal: "Como não estou para ser injustiçado e como já tínhamos a possibilidade de fazer uma residência no Centro das Artes, em princípio os próximos anos é por lá que vamos ficar, com todo o prazer. Pelo menos ali sei qual são as regras e são aplicadas por igual a toda a gente", disse.

Apostar na descentralização

Questionado se a companhia não será prejudicada pela descentralização da sua actividade, Nuno Morna admitiu: "Eventualmente terá custos. Estamos a trabalhar em algumas ideias para que as pessoas se sintam atraídas para ir lá, não só para ir ver o teatro, mas vamos tentar juntar umas sinergias locais no sentido de uma pessoa poder ir lá passar um fim-de-semana que inclua uma ida ao teatro, ir jantar a um sítio qualquer que inclua uma ida ao teatro e por aí fora... há toda uma série de coisas que nós podemos fazer", assegurou.

'Vou-te Bater - Comedy Club II' no Funchal

Depois de quarto dias em cena no Centro das Artes, na Calheta, o 'Vou-te Bater - Comedy Club II' chegou na terça ao Funchal, ao auditório da RDP Madeira, onde vai permanecer até ao dia 31, com uma sessão diária às 21h30. Hoje, há sessão também às 18 horas. Em palco estão juntos pela segunda vez o quarteto formado por Carlos Moura, António Raminhos, os convidados, Pedro Ribeiro e o próprio Nuno Morna, ambos da Com.Tema.

Em diferentes registos, os comediantes passam a pente fino a actualidade, juntamente com outros clássicos, como o sexo e a língua durante mais de uma hora.

Os bilhetes encontram-se à venda na bilheteira da RDP Madeira. Têm o preço único de dez euros.

Paula Henriques

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Teatrando - Vou-te Bater! Comedy Club 2

Tenho andado pouco por aqui porque o trabalho tem sido muito... já a preparar a nova peça para apresentar no final de Fevereiro do próximo ano.
Entretanto e em relação a este "Vou-te Bater! Comedy Club 2", os bilhetes estão a ser vendidos a grande velocidade!!!! Podem fazer reservas para o número 963 597 725 e a bilheteira abre todos os dias às 18.00h na RDP/Madeira.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cinema - DocLisboa

O sétimo festival de cinema DocLisboa, que começa quinta-feira, apresenta este ano cerca de 200 filmes, entre os quais a mais recente produção portuguesa, que a organização considera ter atingido a maturidade.

Até dia 25, o festival vai desdobrar-se entre a Culturgest e os cinemas Londres e São Jorge, propondo várias homenagens e retrospectivas, a presença de realizadores estrangeiros e filmes inéditos portugueses, produzidos este ano.

Haverá um ciclo dedicado aos Balcãs, pós-Jugoslávia, e foi feita uma selecção de filmes do ou sobre o Irão, repartidos por várias secções.

Lendo - Prémio Leya

O romance «O Olho de Hertzog», do moçambicano João Paulo Borges Coelho, é o vencedor da segunda edição do Prémio Leya, no valor de 100 mil euros, foi hoje anunciado pelo presidente do júri, Manuel Alegre.

Manuel Alegre justificou a distinção da obra por ser «um romance de grande intensidade, em que se conjugam a complexidade das personagens, a densidade da trama narrativa e a busca do olho de Hertzog, que é, de certo modo, uma metáfora da demanda do destino individual e colectivo».

Ao Prémio Leya 2009 apresentaram-se 201 originais, tendo sido finalistas 11 obras.

Musicando - GCEA

Ainda pela pela de João Filipe Pestana no DN/Madeira de hoje:


A preservação e investigação do património musical em Portugal, sobretudo no que concerne aos séculos XIX e XX, lida com a dificuldade de grande parte das obras existentes estarem ainda na posse de descendentes dos compositores e, consequentemente, em muitos casos serem de difícil acesso.

Por cá, a Região Autónoma da Madeira tem dados passos significativos e pioneiros nesta área por mérito do trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos pela Divisão de Investigação e Documentação do Gabinete Coordenador de Educação Artística (GCEA).

Paulo Esteireiro, coordenador desta divisão do GCEA, revela que em quatro anos foi possível criar uma base de dados com três mil partituras históricas catalogadas, além de terem sido transcritas 150 partituras em edição moderna, de terem sido angariadas, inventariadas ou catalogadas 500 imagens com músicos, instrumentos ou situações musicais. Fruto ainda do trabalho do GCEA, foi possível gravar em estúdio 40 peças históricas da Madeira e realizar 60 biografias de músicos madeirenses.

Estes resultados positivos acabam de ser apresentados no Fórum Musicológico que decorreu no passado fim-de-semana em Oeiras, num evento de âmbito nacional que contou com a participação de alguns dos principais especialistas nacionais da área do património musical.

Conforme explica Paulo Esteireiro, "a Madeira, através da experiência do Gabinete Coordenador de Educação Artística da Madeira, revelou o trabalho feito no património musicológico: desde a recolha de fundos musicais junto de famílias e instituições, passando pela sua correcta catalogação utilizando as regras portuguesas de catalogação e os 'softwares' especializados das bibliotecas, até à realização de projectos de investigação musicológica e divulgação junto das escolas e da comunidade madeirense".

Salienta que ao longo de quatro anos foi recuperado todo o tipo de repertório da autoria de uma grande percentagem de músicos madeirenses (muitos dos quais desconhecidos): música sacra dos séc. XIX e XX; peças para orquestras de salão do séc. XIX; música doméstica para piano; peças para orquestras de bandolins do séc. XX; peças para bandas filarmónicas dos séc. XIX e XX; música de revista e operetas; e ainda canções e arias de ópera.

Paulo Esteireiro revela que grande parte do espólio tem sido encontrado junto de padres, igrejas e Seminário do Funchal, junto de músicos ou famílias (viúvas e descendentes, muito apegados à documentação pelo valor sentimental); e em associações culturais (arquivos de bandas filarmónicas, associações de bandolins, coros, etc).

O GCEA tem sido pioneiro na divulgação do trabalho musicológico nas escolas, algo que é caso único em Portugal. Ou seja, o espólio recuperado tem sido alvo de edições e tem sido utilizado na formação directa aos docentes de Educação Musical.

Apesar dos obstáculos sentidos pela Divisão de Investigação e Documentação, como a dificuldade de escoamento das edições e o sempre árduo acesso a determinados fundos musicais, o GCEA não desiste e tem três objectivos centrais para os próximos tempos: aumentar o número de documentos digitais da Biblioteca; formar os docentes para utilizar os recursos criados ao longo destes quatro anos; convencer os musicólogos portugueses a estudarem a música na Madeira.

Paulo Esteireiro

Paulo Esteireiro é coordenador da Divisão de Investigação e Documentação do GCEA, onde dirige as seguintes áreas: a Biblioteca, o Sector de Edições, o Estúdio de Gravações, os Estudos de Musicologia Histórica, o Observatório de Educação Artística, o Jornal Electrónico de Educação e Artes e a Livraria 'On-Line'. É licenciado e mestre em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa, onde actualmente prepara o doutoramento. É autor e coordenador de publicações. Tem escrito artigos para revistas e publicações. É docente convidado do Ensino Universitário.

Teatrando - Música no Coração

Escreve João Filipe Pestana no DN/Madeira de hoje:


É um dos musicais mais célebres e o de maior sucesso no teatro e no cinema. Estreado a 15 de Novembro de 1959 no saudoso Lunt-Fontanne Theatre, na Broadway, com uma das então mais conhecidas estrelas dos palcos norte-americanos, Mary Martin, no papel da noviça rebelde 'Maria', o espectáculo 'Música no Coração' foi adaptado para o grande ecrã em 1964 com a actriz Julie Andrews, acabando por ganhar cinco Óscars.

E é precisamente o musical 'The Sound of Music' que hoje à noite, a partir das 21 horas, estreia no Teatro Municipal Baltazar Dias, uma adaptação cénica a cargo do Madeira Amateur Dramatic Society (MADS), que reuniu meia centena de vozes para dar corpo e alma a este espectáculo de difícil execução.

"Preparar 'The Sound of Music' foi muito duro, pois tivemos pouco tempo no Teatro, mas no entanto estou muito satisfeita com os desempenhos de todos", começou por declarar Teresa Gedge, directora do MADS. "As pessoas nem calculam o tempo e o esforço dos actores e cantores. Dos protagonistas, três quartos nunca tinham pisado o palco, nunca tinham feito nada... espero que corra tudo bem, foi muito trabalhoso", adiantou. "Tem havido muita gente a falar, já recebemos inúmeros contactos de pessoas interessadas em ver o musical, de escolas e outras instituições", concluiu.

Ontem à noite, 'The Sound of Music' teve uma antestreia só para convidados no 'Baltazar Dias', mas só a partir de hoje é que começa o verdadeiro 'teste'.

O musical vai estar em cena ininterruptamente até dia 23, às 21 horas (aos sábados há também uma matiné às 16 horas e aos domingos só há uma sessão às 18 horas). Os bilhetes custam entre 15 e 25 euros.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

BD - Astérix

O álbum de banda desenhada que assinalará este ano o meio século da criação de Astérix e Obélix tem por título «O livro de ouro» e sairá no dia 22 em simultâneo em 19 países, incluindo Portugal.

O anúncio do título do álbum inédito foi anunciado hoje em Paris, numa conferência de imprensa onde estiveram o desenhador Albert Uderzo e Anne Goscinny, a filha do argumentista René Goscinny, já falecido.

A edição de «O aniversário de Astérix e Obélix - O livro de ouro» foi anunciada há vários meses como «o maior banquete festivo preparado pelos irredutíveis gauleses», já que comemora os 50 anos do aparecimento daquelas personagens.

Lendo - Nobel


O Prémio Nobel da Literatura 2009 é Herta Müller, romancista alemã nascida na Roménia em 1953.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Teatrando - Vou-te Bater! Comedy Club 2

Escreve Paula Henriques no DN/Madeira de hoje:

António Raminhos e Carlos Moura voltam à Madeira para com Nuno Morna e Pedro Ribeira protagonizar o próximo capítulo da saga 'Vou-te Bater - Comedy Club', agora o segundo. Os humoristas, contou Pedro Ribeiro, gostaram tanto da primeira experiência no ano passado que insistiram em repetir: "Eu e o Nuno somos obrigatórios. Chama-se 'Vou-te Bater' temos de lá estar os dois, é mesmo assim, e já nos aturamos um ao outro há muito tempo, já temos uma química engraçada. Depois, o Moura e o Raminhos, sobretudo porque eles quiseram repetir a experiência e chatearam-me e ao Nuno até à exaustão para voltarem". O desejo foi-lhes concedido. O espectáculo da Com.Tema em formato 'stand-up comedy' estreia já no dia 15 de Outubro, no Centro das Artes, na Calheta. Depois de uma temporada a Oeste que terminará a 18, 'Vou-te Bater - Comedy Club II' estará no Funchal, a partir do dia 20 e até ao final do mês, no auditório da RDP-M.


Em conversa com o DIÁRIO sobre a origem deste projecto, Pedro Ribeiro, que em princípio será o apresentador, a partir do continente explico: "'Vou-te Bater' porque tem a ver com a forma que eu e Nuno Morna estreamos na Madeira de um determinado tipo de 'stand-up comedy' muito desenfreado, capaz de falar da actualidade de todo o mundo mas também do que se passa na Região, daqueles 'madeirismos', digamos assim, das pequenas coisas que só existem aí, juntamos tudo. É um espectáculo tão grande que tanto pode ser feito aí, como em qualquer parte do mundo, mas sinto que feito aí tem um tempero a 'funcho' em algumas piadas". Sobre a segunda parte, acrescentou: "Chama-se 'Comedy Club' porque o que nós fazemos no fundo é aquilo que mais honra a tradição do 'stand-up comedy', ou seja o verdadeiro clube de comédia, que existe muito em Nova Iorque, no Reino Unido e que agora começa a acontecer também em Lisboa e que é um ambiente mais intimista, um pequeno auditório, um pequeno teatro, ou um bar onde se reúnem quatro comediante, mais ou menos - às vezes são quatro, às vezes são seis - no nosso caso são quatro, para dar as suas visões totalmente distintas do mundo. Quatro estilos de 'stand-up comedy' totalmente diferentes, mas todos eles com bons resultados, pelo menos a julgar pela experiência do ano passado que correu muito bem".


O espectáculo terá uma espinha dorsal fixa. A partir daí, os artistas exploram, consoante as influências do momento e o próprio estado de espírito, contou.


"Há básicos do 'stand-up comedy' que com certeza serão apanhados, questões relacionadas com sexo, de uma forma divertida, a religião, a existência ou não de Deus, mais no sentido da decência do que de outra maneira. Não queremos ser polémicos. Normalmente somos inteligentes o suficiente para não nos metermos com a Religião, metemo-nos antes com a hipocrisia à volta". Com textos "radicalmente diferentes", a segunda edição vai passar ainda pela observação da sociedade, pelas legislativas e pelas autárquicas que, lembrou, "vão estar fresquinhas". Paralelamente a estes temas maiores, onde também se insere, por exemplo, a própria língua portuguesa, vão entrar outros mais corriqueiros, como a 'bimby', os comandos de televisão, a relação com a electrónica e os computadores, adiantou. "Vamos desde a marca de sabonetes que usamos até ao tipo de religião que escolhemos. Tudo isto pode ser tema de comédia", disse Pedro Ribeiro. Segundo o comediante, há textos que estão a ser trabalhados há cerca de três anos e que rodaram por vários sítios do país e muitas outras coisas que ainda têm guardadas para mostrar. "Para além desse material mais envelhecido, digamos assim, que vamos buscar à garrafeira e que o pessoal ainda não provou, vamos juntar muita coisa que vai surgir no momento", garantiu.


Pedro Ribeiro acredita no poder da qualidade como receita certa para o sucesso e define mesmo como objectivo fazer as pessoas se abstraírem do esforço de tempo e financeiro que fizeram e que fiquem apenas com o gozo e o prazer de terem rido durante uma hora e meia. "Penso que a Com.Tema conseguiu ao longo de anos de luta, conseguimos dar uma certa garantia de riso mínimo às pessoas. As pessoas sabem que se vão rir e vão sair bem dispostas, pelo menos a grande maioria".


Os bilhetes voltam a custar dez euros. Estão à venda no Centro das Artes e na RDP-M a partir do dia 20 de Outubro.


"Quem viu no ano passado, pode esperar melhor ainda. Quem ainda não viu, que fale com quem viu no ano passado", disse, rindo-se. Na última sessão, e o DIÁRIO pode comprovar, "vendia-se chão, havia gente que queria comprar um lugar no chão. Desta vez esperamos não chegar ao ponto de sentar pessoas no chão na última sessão, esperamos que as pessoas vão ver mais cedo".


Os humoristas, por P. Ribeiro


Nuno Morna


"Utiliza muito o físico dele e uma ironia muito ao estilo do Louis Black, que é um dos comediantes que ele mais gosta. Estilo bastante forte, agressivo às vezes, mas que resulta muito bem, porque ele já tem a experiência".


Pedro Ribeiro


"É mais enérgico, mais de mímicas e de expressão facial. Tem como modelos o Robin Williams e o Eddie Murphy. É até um bocadinho histérico."


António Raminhos


"Vai por associações perfeitamente idiotas, por isso mesmo durante os espectáculos diz que está activo devido ao consumo de drogas. O que evidentemente não é verdade. É um humor saído da sala do psiquiatra, basicamente."


Carlos Moura


"É talvez o mais jornalístico de todos nós, é o que faz mais observações sociais e mais crítica social e que menos precisa de esbracejar para fazer rir uma plateia".


Paula Henriques

domingo, 4 de outubro de 2009

Musicando - Rui Massena

Escreve Luís Rocha no Dn/Madeira de hoje. Aproveito para manifestar a minha solidariedade e concordância com Rui Massena.


O maestro titular da Orquestra Clássica da Madeira (OCM), Rui Massena, está indignado com o Casino da Madeira, responsável pela gestão do Centro de Congressos onde a OCM costuma apresentar os seus concertos. E deu conta dessa mesma indignação numa carta que escreveu ao secretário regional da Educação e Cultura, Francisco Fernandes, a qual, porém, através do DIÁRIO, faz questão de tornar pública.

A missiva dá conta de que, no dia 1 de Outubro, Dia Mundial da Música, o maestro chegou ao Centro de Congressos e deparou com uma faixa publicitária da comédia 'I Love My Penis' (protagonizada por dois actores, Almeno Gonçalves, que interpreta o papel de 'André' na telenovela 'Flor do Mar', e António Melo, conhecido da série 'Os Malucos do Riso'). "Qual o meu espanto", escreve Rui Massena, quando chego às 21 horas para um concerto a que ia assistir, tal como cerca de 400 pessoas [o concerto foi dirigido pelo maestro convidado Miguel Graça Moura] e vejo colocada, sobre a lona de publicidade com que a Orquestra divulga as suas actividades do trimestre, uma lona praticamente do mesmo tamanho da nossa, com a divulgação de um teatro para 17 de Outubro, com o sugestivo título de ' I Love My Penis'".

Indignação e vergonha

Confessando-se a Francisco Fernandes "indignado e envergonhado", Rui Massena fez questão de fotografar a situação, para melhor a expor ao secretário regional da Educação e Cultura.

"Enquanto cidadão, chocou-me ler em letras garrafais 'I Love My Penis' à entrada do concerto", diz Rui Massena na carta. E até ironiza: "Lembrou-me o Lincoln Center em Nova Iorque, onde, ao lado [do anúncio] da Philarmonic Orchestra, tinha em cena a ópera 'Madame Butterfly', de Puccini, e o bailado de Tchaikovsky 'O Lago dos Cisnes'.

Confessa que não irá, certamente, ver a peça em questão: "Acho pobre e diminuta a consideração pelo povo. Elevação precisa-se", reclama. Por outro lado, enquanto director artístico da OCM, "uma instituição de carácter estruturante (e não pontual) para a Região Autónoma da Madeira, pergunto-me como é possível tolerar um acto de claro vandalismo (portanto não autorizado por nós), que corresponde à colocação de uma lona publicitária, claramente para tapar a da Orquestra que lá estava, num espaço que é suposto estar sob o nosso usufruto, de acordo com o protocolo que o Grupo que tutela o Casino da Madeira estabeleceu com o Governo Regional, num dos pressupostos de troca pela concessão do jogo ao Grupo". Sem julgar os critérios programáticos do Casino, Rui Massena lamenta que "as 400 pessoas que foram participar no Dia Mundial da Música" não tenham podido saber "que até 17 de Outubro temos ainda quatro concertos agendados".

"O acto de tapar um painel de publicidade sem autorização é do mais desrespeitoso que existe, para a Fundação Madeira Classic, que tanto investe esforço e dedicação à causa artística, para o Governo Regional, que suporta o investimento num projecto estruturante para a Região elogiado pela comunidade civil e artística (...), e para o público da Orquestra, que [no dia 1 de Outubro] sendo talvez em 20 por cento adolescente e infantil, teve de se confrontar a si próprio e aos pais, na ida a um acto artístico maravilhoso de grande elevação intelectual e moral, com uma proposta para um acto de entretenimento explícito".

Afirmando ter abertura, enquanto profissional, para várias artes, "realizadas sempre com qualidade", Massena reclama que a sua posição "não é elitismo. É ética. Depois de tantos anos a investir na formação e educação artística da população, precisamos de um espaço nobre para receber as artes de palco. Um espaço de reunião, com elevação, criterioso e adequado. Com um Gabinete de Educação Artística que faz um trabalho ímpar na sensibilização da população através das artes, com um Conservatório que forma alunos anualmente e que se tornam no panorama artístico nacional e internacional referências de qualidade, estará porventura na altura de deixarmos de uma vez de estar dependentes de um centro de congressos e de um teatro que não funcionam".

Rui Massena termina, dizendo a Francisco Fernandes: "A título de lealdade quero dizer-lhe que enviarei esta carta para a Comunicação Social, após lhe ter sido entregue na Secretaria". Quem não gostou nada de ouvir isto foi Carlota Cavaco, directora-geral do Casino, que nos disse considerar "descabidas e provocatórias" as declarações do maestro, e altamente impróprio torná-las públicas "sem falar com as pessoas". Diz que se tivesse sido pedido que o Casino tirasse a faixa, "como é natural, nós teríamos tirado". Aliás, até admite que a publicidade foi retirada para um congresso este fim-de-semana, vindo do Brasil, "porque achámos menos próprio".

Questionada sobre se não lhe tinha ocorrido que a publicidade de 'I Love My Penis' seria menos própria para exibir aquando do concerto do Dia Mundial da Música, Carlota Cavaco responde de forma incisiva: "O Centro de Congressos da Madeira deveria estar a ser usado pela Orquestra só para concertos, e está a ser usado abusivamente". A nossa interlocutora diz que a OCM aproveita para realizar ensaios no Centro de Congressos, inclusive frequentemente convidando crianças - visitas essas que não informa devidamente à direcção do Casino. Assegura que o Casino tem tentado manter uma boa relação, mas a OCM "não pede autorização para absolutamente nada". Levar estas questões à praça pública, diz, "é o reflexo da relação que tem sido mantida connosco".

Luís Rocha

sábado, 3 de outubro de 2009

Lendo - Cartas de Lord Byron vão a leilão

Numa dessas cartas escreve que os portugueses são um povo de poucos vícios, "exceptuando os piolhos e a sodomia".

É o mais impressionante conjunto de cartas de Lord Byron a aparecer no mercado nos últimos 30 anos: a correspondência adquirida em 1885 pelo conde de Roserbery, que inclui alguns documentos inéditos, será agora colocada em leilão pela Sotheby's, em Londres, embora a data ainda não tenha sido revelada.

Do lote fazem parte as cartas que o poeta inglês escreveu a Francis Hodgson, um membro do clero da era vitoriana que era seu amigo. Aí revela detalhes íntimos, como o caso que teve com uma criada, Susan Vaughan, que abandonou quando percebeu que ela o traía com outros. Gabriel Heaton, especialista da Sotheby's, disse ao "Guardian" que Byron nunca diz nas cartas que vai ser fiel a Susan, mas escreve que espera que ela lhe seja fiel. E quando lhe chegam rumores de que Susan não lhe foi fiel, a criada e amante perde o emprego.

A determinada altura, escreve também que os portugueses são um povo de poucos vícios, "exceptuando os piolhos e a sodomia". E fala também sobre a Albânia, descrevendo ao amigo o governante Ali Pasha como sendo "uma pessoas boa, corpulenta e com 200 mulheres e outros tantos rapazes" - "alguns dos quais eu vi e que lindas criaturas eram", sublinha.

Byron claramente achava "graça a escrever coisas ligeiramente chocantes a um homem do clero, mas também se vê que eles mantinham uma amizade muito forte. Nota-se que há intimidade entre eles", continua Gabriel Heaton em declarações ao "The Guardian". Por fim, Byron também tece comentários sobre outros poetas do seu tempo, como Robert Southey e William Wordsworth. Este último denegriu o poeta que Byron muito admirava, Alexander Pope, ao dizer que o seu estilo era artificial e arcaico e por isso é referido nestas cartas de maneira depreciativa. Quinze por cento do material desta correspondência nunca foi publicado e está por estudar.

Cinema - Polanski

O humorista norte-americano Chris Rock demarcou-se dos pesos-pesados de Hollywood (como Martin Scorsese, Whoopi Goldberg e Natalie Portman) que defendem a libertação de Roman Polanski, detido na Suíça por ter abusado de uma jovem de 13 anos em 1977.

No talk-show de Jay Leno transmitido na quinta-feira, Chris Rock insurgiu-se contra quem descreve o que se passou entre o cineasta e a jovem como não sendo uma violação. "Estão a brincar comigo?! Ela tinha 13 anos! Já vi miúdas de 16 e 17 anos que parecem ter 18. Mas 13 anos são 13 anos!", exclamou, lembrando que os EUA querem matar Bin Laden e não violá-lo, "o que seria uma barbaridade".

in Correio da Manhã

Expondo - Teresa Lobo

Escreve Agostinho Silva no DN/Madeira de hoje:

A artista plástica Teresa Gonçalves Lobo, natural da Madeira, inaugura na próxima sexta-feira, 9 de Outubro, na capital austríaca, a sua exposição denominada 'Desenho', que vai estar patente em Viena durante um mês, no Instituto Cultural Francês.

Em declarações ao DIÁRIO, Teresa Lobo considera "óptimo" poder expor em Viena. "Porque se trata de uma cidade reconhecida pelo grande empenhamento cultural da sua população", justificou.

A artista madeirense está também convencida que trazer o seu trabalho até aqui é uma "grande responsabilidade", a que acresce o "facto de ter o apoio da Embaixada de Portugal em Viena, do Instituto Cultural Francês e da Associação Austro-Portuguesa. Os desenhos que estarão na exposição, felizmente, não sabem dessas responsabilidades", acrescenta.

Teresa Lobo revela ainda que a exposição consta de "cerca de 30 desenhos, que são o prolongamento do meu trabalho, são o prolongamento de mim." A apresentação da exposição da artista natural da Camacha, será feita por Arnold Mettnizer, uma figura de referência da sociedade artística em Viena. Apontamentos musicais de Norbert Trawoeger, a flauta, marcarão também a cerimónia de inauguração.

A presença de Teresa Gonçalves Lobo em Viena conta com o apoio da Associação Austro-Portuguesa, um organismo que está na dependência da Embaixada de Portugal na capital da Áustria.

O catálogo da artista madeirense inclui um texto de Tiago Krusse, que caracteriza a Arte de Teresa Lobo pela força dos seus traços e pela harmonia das suas composições abstractas. "Ela atrai e de seguida convoca-nos para uma viagem introspectiva, na qual trazemos para o presente as recordações boas e precisas que estão gravadas na nossa memória", acrescenta Krusse.

Para esta primeira exposição em Viena, a artista madeirense seleccionou 30 desenhos a tinta-da-china, carvão, pastel e lápis de cor e carvão. A inauguração, dentro de uma semana, integra o riquíssimo programa cultural da capital austríaca.

Do percurso Artístico de Teresa Lobo consta já uma extensa lista de exposições, desde a primeira, em 2004 na Câmara Municipal de Lisboa , a outras realizadas no país e no estrangeiro, em cidades como Almada, Caminha, Castelo Branco, Coimbra, Paris e Madrid, para além de já ter também exposto na Madeira (Centro das Artes 'Casa das Mudas') e no Porto Santo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Musicando - Chega de Saudade


Live Music Winter Sessions

"Chega de Saudade"

dias 2 e 3 de Outubro às 22h

com Vânia Fernandes.

Reservas 291 242 289

Musicando - Tango

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) incluiu o tango da Argentina e do Uruguai na Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade.

«A tradição argentina e uruguaia do tango, hoje conhecida no mundo inteiro, nasceu no vale do Rio da Prata, entre as classes populares das cidades de Buenos Aires e Montevidéu», considerou a Unesco no seu site oficial.

Na lista figura também o tradicional candombé do Uruguai, um ritmo que ainda perdura nas mãos dos descendentes de escravos.

O pedido de inclusão como Património para os dois ritmos foi apresentado à Unesco em Setembro de 2008.

«Por fim deixamos de discutir se o tango era daqui ou dali, esta iniciativa apresenta-se como um património comum, rio-platense», explicou a ministra de Cultura do Uruguai, María Simón.

Musicando - Braguinha

Escreve Luís Rocha no DN/Madeira de hoje:

O director regional da Educação, Rui Anacleto, enalteceu ontem o trabalho realizado no Gabinete Coordenador de Educação Artística, dizendo esperar que as pessoas que ali estudam e trabalham continuem a preservar a cultura e a tradição madeirenses, em termos musicais. Este responsável falava no acto de lançamento de 'Cordofonias - Braguinha 1', uma nova edição dedicada aos instrumentos tradicionais madeirenses, um manual para aprendizagem da braguinha (também conhecida como machete). Conforme já divulgámos, a autoria e coordenação do manual é dos professores Roberto Moritz e Rodolfo Cró. Carlos Gonçalves, director do GCEA, sublinhou que ambos começaram a estudar no Gabinete ainda pequenos. Hoje, já adultos, contribuem para manter viva a tradição musical do arquipélago e para passar esse conhecimento aos jovens.

O director do Gabinete explicou ainda que este cordofone começou a chamar-se braguinha "porque foram pessoas que vieram de Braga, durante a colonização da Madeira, que o trouxeram". Já na ilha, o instrumento transformou-se, adquirindo outras particularidades. "Há vinte e tal anos atrás, a braguinha era tocada apenas por alguns idosos, nas zonas rurais (...) Nessa altura, sentimos a necessidade de preservar este instrumento, para que não se perdesse", salientou. Entre grupos de música tradicional como os Xarabanda, a actividade de construtores de instrumentos locais como Carlos Jorge e a actividade pedagógica desenvolvida pelo GCEA, o instrumento ressuscitou. E isso mesmo ficou ontem bem patente na actuação de diversos jovens alunos, nomeadamente Guilherme Fernandes, Eduardo Câmara, João Pedro e Beatriz Nunes, que interpretaram várias peças musicais, desde blues a temas populares.

Roberto Moritz descreveu, na oportunidade, o conteúdo do manual, que descreve detalhadamente o instrumento e o modo correcto de o tocar, incluindo múltiplos exercícios e actividades pedagógicas, e também várias peças musicais para serem tocadas na braguinha - desde músicas tradicionais até ao famoso 'Hino à Alegria', contido na 9ª Sinfonia de Ludwig van Beethoven.

O manual inclui ainda um CD de apoio, para estudo caseiro.

Musicando - Mudas Jazz Sessions

Escreve José Salvador no DN/Madeira de hoje:

Manter e, sobretudo, aumentar a qualidade das anteriores edições do 'Mudas Jazz Sessions', no auditório do Centro Artes, na Calheta é o objectivo do espectáculo, com alguns dos melhores músicos portugueses, agendado para as 22 horas do dia 31 de Outubro, sábado.

"Penso que será um grande concerto. Porque é uma enorme honra apresentar o Carlos Bica [contrabaixo], o mais internacional dos músicos portugueses no Centro das Artes", começou por declarar Marco Chaves, responsável pela programação.E acrescentou. "Tentamos manter e, se possível elevar o nível qualitativo dos conteúdos do 'Mudas Jazz Sessions'.

Já sobre o programa adiantou: "Na primeira parte, o pianista João Paulo Esteves da Silva fará a apresentação de 'White Works', o seu novo disco, onde se encontram diversos temas de Carlos Bica adaptados para piano".

"Esse trabalho, que será interpretado a solo por João Paulo Esteves da Silva, tem sido destacado pelos críticos de jazz", disse.

No que respeita à segunda fase do 'Mudas Jazz Sessions', estará em palco o projecto Happening que para além de João Paulo Esteves da Silva e Carlos Bica, que se desloca à Madeira para tocar com o colectivo, inclui outros credenciados músicos portugueses:"O Júlio Resende [piano], é uma nova força do jazz feito actualmente em Portugal. E é conhecido do público madeirense por ter aberto a recente edição do Funchal Jazz com a cantora Vânia Fernandes [no parque de Santa Catarina], destacou Marco Chaves. "E o João Lobo [bateria], residente em Bruxelas tem atravessado a Europa integrado em grupos de líderes de renome, de entre os quais se destaca o trompetista Enrico Rava [ músico que fez parte do programa da segunda edição do Xôpana Jazz realizado em 2008]", concluiu.

A sonoridade do projecto Happening centra-se na liberdade criativa de cada elemento em busca de beleza estética e as suas actuações são uma constante surpresa quer para a crítica especializada quer para o público. Espera-se, por via disso, um grande concerto do 'Mudas Jazz Sessions', uma iniciativa que tem apresentado no Centro das Artes- Casa das Mudas, importantes nomes nacionais e estrangeiros da música improvisada como por exemplo Paula Oliveira, Alexis Cuadrado, Bernardo Sassetti, a solo e com Mário Laginha e ainda Sheila Jordan, uma das lendas vivas do jazz.

Talento multifacetado

Carlos Bica é um dos poucos músicos portugueses de jazz reconhecido na Europa. Mas não é só nessa área que o contrabaixista e compositor se tem destacado na medida em que o seu nome está associado a trabalhos de nomes como Carlos do Carmo, Janita Salomé e José Mário Branco entre outros da música portuguesa.

Teatrando - Vou-te Bater! Comedy Club 2