quinta-feira, 25 de abril de 2013

Para Memória Futura

Escrevi este texto em 2008... foi um momento de desabafo e de uma certa irritação. Porque ainda o acho actual aqui fica de novo.


Comemorou-se há dias uma efeméride. Há quarenta anos Salazar caiu da cadeira. Pena foi que isso não tivesse acontecido há muito, mas mesmo muito mais tempo.
Vem isto a propósito de umas patuscas opiniões de algumas cabeças pensadoras que entendem que em Portugal não houve fascismo, houve isso sim uma ditadura.
Alegam estas cabecinhas pensadoras que faltou à ditadura toda uma carga folclórica que caracterizou o fascismo italiano e o nazi/fascismo alemão. Referem-se às grandes paradas, às fardas, à apologia da raça e do passado histórico, etc.
É claro que Salazar vestiu a farda do miserabilismo e do imobilismo do mesmo modo que a Exposição do Mundo Português exaltou uma certa tipologia de português e babou-se num passado histórico grandioso e imaculado.
Salazar não produziu uma única linha de conteúdo ideológico que não tenha sido imitado de outras ditaduras fascistas. Deixou parte desse papel num primeiro momento para Rolão Preto (o único verdadeiro ideólogo do fascismo português na sua fase inicial) que mais tarde se demarca do regime por este ter adoptado o corporativismo fascista italiano e não aceitar o multipartidarismo. Rolão Preto parte para o exílio e anos mais tarde quando consegue regressar a Portugal junta-se ao MUD e participa activamente na campanha de Delgado (foram estas as razões que levaram Mário Soares condecorá-lo postumamente).
Mas há mais:
A Mocidade Portuguesa era um verdadeiro sucedâneo das Juventudes Hitlerianas, do mesmo modo que a Legião Portuguesa e o MNS, de Rolão Preto (como acima foi dito, um activo apoiante da ditadura na sua fase inicial), eram uma cópia das SA alemãs e dos "fascio" de Mussolini.
A nossa polícia política recebeu formação da Gestapo alemã.
Copiaram-se leis e decretos, devidamente adaptados à nossa realidade.
Criaram-se campos de concentração. Em Angola e no Tarrafal.
A Censura.
O ódio aos madeirenses por causa das Revoltas de 31, e a repressão que daí adveio.
A perseguição política que mandou milhares para as cadeias cujo único delito era terem um grande amor pela liberdade e pela democracia.
A repressão nas universidades; a sangrenta guerra colonial que tantos jovens portugueses matou; o Império que só a alguns serviu.
Não era o corporativismo uma descarada cópia do mesmo modelo aplicado em Itália?
Quem defende a inexistência de fascismo em Portugal devia ser considerado culpado de crime de lesa democracia e liberdade. É por causa desta gente que vamos assistindo a uma recuperação da imagem de Salazar como se este só tivesse sido para nós um "pai exigente e austero".
Irrita-me profundamente ver este tipo de ideias defendidas por pessoas com responsabilidades no ensino e na educação, na política, na economia.
Um bocadinho de informação, de estudo e de inteligência seriam suficientes para aclarar as ideias e partir daí para abalizadas opiniões.
Tenho dito.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Abril

como era bom que amanhã um belo golpe de liberdade nos desse de novo um cheiro de Abril!

O Álvaro e o Ministro


O Álvaro é uma personagem de um livro. Eu explico: o Álvaro escreveu um livro sobre o país e as suas soluções de futuro. O Álvaro vivia no Canadá onde dava aulas. Vai daí Passos Coelho, evidenciando a particularidade nacional de que o que vem de fora é que é bom, foi a correr buscá-lo para o Governo. E alegremente lá veio o Álvaro, qual salvador da pátria, brincar à economia.

O Álvaro não queria ser Ministro, queria ser Álvaro. Queria deixar o fato e a gravata em casa e arregaçar as mangas pois muito havia a fazer para recuperar o país economicamente. Mas o restante Governo não queria brincar à economia, queria brincar às finanças como se estas não precisassem da economia para viver.

E então o Álvaro deixou de o ser e passou a ser Ministro, porque tinha que fazer alguma coisa. e lá se juntou a uns quantos “álvaros” do ministério e durante quase dois anos congeminaram um plano para a recuperação económica do país.

Dois anos. Com este tempo todo deve ser coisa boa... e bem pensada de certeza! E até tem 80 folhas…

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Mornólogos @ Estreito de Câmara de Lobos


Blog da Semana

se destaco os dos outros por maioria de razões destaco os dos meus. a minha filha, pessoa que conheço que mais percebe de futebol, lançou-se na blogosfera e o seu blog pode ser encontrado aqui:

A Chuteira do Zidane

domingo, 14 de abril de 2013

BLOG DA SEMANA

porque também andamos por aí, destaco este Blog, "Um Fenómeno Inexplicável", de que tanto gostei:

http://joanacamacho.blogspot.pt/

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Desassossego


O meu escrito de ontem no DN/Madeira:

Seria bom que, rapidamente e sem equívocos, se definisse uma política de desassossego nesta terra. Uma política que reconhece-se o direito ao sossego de alguns e ao desassossego de outros.
Eu nasci desassossegado, irrequieto. Entendo que uma das coisas mais importantes para um crescimento integral do ser humano se prende com a busca. Com a busca de novas cores, sons, sabores, pensares, ideias, ideais, etc. Quem não entender isto e se refugie no sossego que o ficar a olhar para o umbigo lhe proporciona nunca se sentirá preenchido e feliz.
Nas sociedades mais avançadas um dos factores determinantes da qualidade de vida é a facilidade de "adquirir" bens culturais. Quer se queira quer não e por mais poeira que se pretenda atirar para os olhos das pessoas, a nossa terra não é uma terra de Cultura. Ela existe e está por aí, desgarrada, desorganizada e, acima de tudo, submetida a tudo e a todos sem ser reconhecida como o bem de primeira necessidade que é. Ou então importamo-la em pacote e ficamos embevecidos confortavelmente sentados a ouvir o que os outros têm para dizer.
A Madeira precisa de uma REVOLUÇÃO CULTURAL. Uma revolução qualitativa que leve as pessoas a sair de casa em busca de coisas novas. Uma revolução que altere as mentalidades e proporcione uma leitura correcta de um mundo que é cada vez mais uma "aldeia global". Que nos limpe as teias de aranha da cabeça e a tacanhez de espírito.
Só assim teremos cidades e vilas vivas e prenhes de actividade.
A Cultura é, também, um bem que não pode ser negado a ninguém. É um direito de todos.
Por favor não me neguem o direito ao desassossego.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

"Mornólogos" em Lisboa

"Mornólogos" vai estar em Lisboa nos próximos dias 3 e 4 de Maio na Comuna!