quarta-feira, 29 de abril de 2009

Preguiçando - Por Lisboa

3 dias em Lisboa. Assunto importante para tratar já amanhã. Depois preguiça e mais preguiça. Volto domingo de madrugada. Andarei menos por aqui. Sim Pedro eu trato de decorar o papel!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Musicando - David Byrne

O Coliseu dos Recreios, em Lisboa, vai acolher a actuação ao vivo de David Byrne esta terça-feira, pelas 21:30, assinalando a primeira actuação em Portugal do ex-Talking Heads, desde 2004.

O artista será acompanhado por Mark Degli Antoni, nas teclas, Paul Frazier, no baixo, Mauro Refosco, na percussão, e Graham Hawotorne, na bateria, além de três bailarinos e um coro, composto por Kaissa, Redray Frazier e Jenni Muldaur.

«Eu e o Brian terminámos recentemente um projecto em conjunto, o primeiro em 30 anos», disse Byrne. Sobre o novo álbum, que se chama «Everything That Happens Will Happen Today», o artista diz que «na sua maior parte, contém músicas do Brian, com outras minhas que também assino as letras e dou a voz. Não é uma novidade mas é uma novidade».

O primeiro álbum de Eno e Byrne, «My Life in The Bush of Ghosts» data de 1981. Vinte e sete anos depois, num jantar de amigos, os artistas reuniram-se e decidiram lançar mais um projecto. Eno tinha acumulado muita música que nunca tinha transformado em canções. Byrne ofereceu-se para tentar.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Navegando - Downloads Ilegais

Escreve Isabel Gorjão Santos na Ípsilon:

Uma polémica proposta de lei francesa sobre pirataria informática já foi chumbada mas voltará esta semana ao Parlamento

O debate sobre downloads ilegais é tão antigo quanto a Internet, pelo menos desde que há largura de banda suficiente para deixar passar música e filmes. Mas nenhuma proposta tinha ido tão longe como a que será discutida quarta-feira no Parlamento francês. Propõe-se que, depois de dois avisos, os cibernautas que descarregam música sem pagar fiquem impedidos de aceder à Internet. Entre os acérrimos defensores e os que deploram a lei, todos procuram responder à pergunta: há ou não violação da liberdade de expressão?

A lei Criação e Internet já foi reprovada, mas apenas por 21 votos contra 15. As abstenções foram torrenciais, pois o Parlamento francês tem 577 deputados. Mas, apesar dessa reprovação, voltará a ser debatida na quarta-feira. É apoiada pelo Presidente Nicolas Sarkozy e é também conhecida por Lei Hadopi, o acrónimo em francês de Alta Autoridade para a Difusão de Obras e Protecção dos Direitos na Internet - a organização que, caso a lei seja aprovada, ficará responsável pela aplicação de sanções.

Esse é, aliás, um dos aspectos mais polémicos da lei: ficar nas mãos de uma entidade não judicial a decisão de impedir um cidadão de aceder à Internet. Mas o principal argumento de quem contesta a proposta é o facto de se poder estar a restringir direitos fundamentais como a liberdade de expressão e o acesso à informação.

Contestação na UE

O projecto francês foi na semana passada centro de uma polémica na União Europeia, entre os eurodeputados e o Conselho Europeu, e está a pôr em causa a aprovação de legislação sobre telecomunicações.

Na quarta-feira, os eurodeputados da Comissão para a Indústria, Investigação e Energia aprovaram uma emenda proposta pela eurodeputada Catherine Trautmann, antiga ministra da Cultura francesa e socialista. A emenda diz que "nenhuma restrição pode ser imposta aos direitos e liberdades dos utilizadores finais sem decisão prévia das autoridades judiciais". Ou seja, é contestada a proposta francesa de criar a Hadopi.

Essa emenda já tinha sido aprovada pelo Parlamento Europeu numa primeira leitura, mas foi rejeitada pelo Conselho Europeu em Outubro. Agora debate-se até que ponto é que a emenda aprovada impede a aplicação da proposta de lei francesa.

Para a ministra da Cultura francesa, Christine Albanel, a lei Criação e Internet não está em causa. "A emenda não impedirá a França de adoptar a sua lei, pois a suspensão do acesso à Internet após várias advertências não é um atentado aos direitos e liberdades fundamentais", disse à AFP. Já Trautmann defende que "um debate nacional não pode ter prioridade sobre a decisão de 27 países da UE".

Proposta inédita

A proposta de lei francesa é inédita e deixa os especialistas na expectativa. "Parece-me que se está a ir longe de mais", diz Patrícia Akester, advogada e investigadora do Centro para a Propriedade Intelectual e Direito da Informação na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

"Na perspectiva do utilizador pode defender-se que, se for negado o acesso à Internet, se consubstancia uma anulação do direito de liberdade de expressão", diz a investigadora, que sublinha o facto de haver outras hipóteses antes de se cortar o acesso. "Há a possibilidade de usar medidas tecnológicas para proteger os direitos de autor e outras medidas que não foram exploradas". A proposta francesa, diz, é precipitada, "requeria mais estudo para que se chegasse a uma solução justa e equilibrada".

A legislação sueca permite que um titular de direitos de autor peça em tribunal que seja revelada a identidade do utilizador de um endereço possibilite downloads ilegais. O modelo proposto em França já foi rejeitado em Espanha, onde a Coligação de Criadores e Indústrias de Conteúdos propõe agora centrar-se na punição das páginas que permitem cópias ilegais.

Em Portugal, a violação de direitos de autor pode ser penalizada com uma pena de prisão até três anos. Mas o que está a ser debatido em França é inédito por se dirigir aos utilizadores finais e não aos fornecedores de acesso à Internet ou os promotores de sites de downloads ilegais.

"É uma solução estranha, porque nunca se foi tão longe na perseguição ao consumidor final", explica Manuel Lopes Rocha, especialista em propriedade intelectual do escritório de advogados PLMJ. Lopes Rocha antevê um cenário em que a lei é aprovada no Parlamento mas poderá depois ser chumbada pelo Tribunal Constitucional francês, por poder colidir com o direito de liberdade de expressão.

"Goste-se ou não, há hoje enorme discussão no mundo dos direitos de autor sobre os direitos fundamentais", adianta. "A França teve o mérito de desencadear o debate, mas deve ficar por ali, porque vários países já anunciaram que não vão seguir esse caminho".

sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril Sempre!!!!!!!!!!!!!!!!

Diz NÃO à liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que é tua não passa pelo decreto arbitrário dos outros.

Diz NÃO à ordem das ruas, se ela é só a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciência, e não há ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitérios.

Diz NÃO à cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polícia. Porque a cultura não tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, não é um modo de se descer mas de se subir, não é um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude.

Diz NÃO até ao pão com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagá-lo com a renúncia de ti mesmo. Porque não há uma só forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação.

Diz NÃO à justiça com que queiram redimir-te, se ela é apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela não passa nunca por um código, antes de passar pela certeza do que tu sabes ser justo.

Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador. Porque a verdade tem a face do Sol e não há noite nenhuma que prevaleça enfim contra ela.

Diz NÃO à unidade que te impõem, se ela é apenas essa imposição. Porque a unidade é apenas a necessidade irreprimível de nos reconhecermos irmãos.

Diz NÃO a todo o partido que te queiram pregar, se ele é apenas a promoção de uma ordem de rebanho. Porque sermos todos irmãos não é ordenanmo-nos em gado sob o comando de um pastor.

Diz NÃO ao ódio e à violência com que te queiram legitimar uma luta fratricida. Porque a justiça há-de nascer de uma consciência iluminada para a verdade e o amor, e o que se semeia no ódio é ódio até ao fim e só dá frutos de sangue.

Diz NÃO mesmo à igualdade, se ela é apenas um modo de te nivelarem pelo mais baixo e não pelo mais alto que existe também em ti. Porque ser igual na miséria e em toda a espécie de degradação não é ser promovido a homem mas despromovido a animal.

E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua dignidade.

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'

Opinando - Viale Moutinho

Escreve José Viale Moutinho no DN/Madeira de hoje:

Ao longo da História, sobretudo no Renascimento, mas também em épocas posteriores, assinalamos a presença activa do mecenato. Na antiguidade clássica, vemos alguns filósofos, poetas e artistas gregos escravos em Roma muito bem tratados. Entidades particulares, geralmente homens de fortuna, que tomam a seu cargo o sustento de um artista, durante um período mais ou menos prolongado, beneficiando ambos com o negócio: o artista, porque resolve os seus problemas de subsistência; o mecenas, porque aufere a baixo preço das obras feitas sob a sua protecção e, sendo estas texto literário, apenas do prestígio que lhe confere a associação dos nomes. Muitos destes escritores dedicavam as obras feitas nestas condições aos seus protectores com notas de doentia glorificação.

Por exemplo, quem conheceria hoje a família Thurn und Táxis se ela não tivesse abrigado Rilke?

Isto é falar de verbas particulares, que o magnata dispõe conforme lhe dá na gana. Outra coisa são os dinheiros públicos direccionados para a Cultura e administrados pelo Governo. Dinheiros públicos não podem ser tratados doutro modo, nem o Tribunal de Contas o consente. A administração destes é algo variável, um tanto macaca, mas há regras.

Museus, monumentos, centros históricos, investigação nos vários ramos, por exemplo, necessitam forçosamente de verbas para a sua conservação e o seu desenvolvimento. Incluindo pessoal suficiente para os trabalhos e vigilância.

Já as chamadas bolsas de criação artística ou literária devem depender de uma reformulação das regras, aliás em consonância com a prioridade noutras áreas.

Vejamos o que se passa com os direitos de autor e o ensino. Legalmente, nenhum escritor pode negar que um texto seu seja graciosamente inserido num livro de texto escolar. Seria interessante a medida se isso fosse reduzir o preço do livro ao aluno. Porém, o que acontece é que o texto é utilizado e violentado. Quero dizer, as mais das vezes: "adaptado", seja estropiado em função do original, por conveniência do autor da antologia destinada a Português. Seja: o autor está representado com um texto pelo qual não é senão minimamente responsável. E o preço do livro mantém-se... mas em beneficio do antólogo e estropiador-adaptador, movido de boas intenções pedagógicas, mas decerto incapaz de produzir o que precisa. Auferindo os direitos de autor dos seus textos nestas obras escolares, o escritor bem poderia estar melhor instalado na vida e sem necessidade de bolsas!

Recordo-me que, aqui há uns anos, havendo bolsas literárias, o regulamento indicava que o escritor trabalhador por conta de outrem, para beneficiar, teria de desvincular-se temporariamente do seu contrato de trabalho e fazer prova disso. Ora, tal arrumava logo uma data de escritores que tinham emprego, mas não tempo nem patrão que estivesse para os dispensar durante uma ano e tal (ainda que sem vencimento), enquanto ele ia escrever um livro de versos ou um romanceco! Nunca me pareceu conveniente um escritor, criador literário, beneficiar de rendimentos que possam comprometer a sua independência de criador literário. As boas condições de trabalho para a escrita de criação... Olhe, estou a lembrar-me de uma coisa que contava o Vargas-Llosa. Creio que em Londres, no velho apartamento em que vivia, ele escrevia não sei que romance enquanto a mulher afastava os ratos à vassourada! Não advogo este cenário, mas também não acho que possa sair grande coisa de uma torre de marfim no paraíso terreal! Daí que se o Poder aperta os cordões à bolsa no que respeita à Cultura, importa ver em que pontos o faz. Analisar bem a questão e protestar documentadamente. Se o mecenato faz outro tanto, isso já é um direito que lhe assiste porque sempre assim foi. Leonardo sempre forjou maravilhas para os seus mecenas, maravilhas que se tornaram recorrentes máquinas passados centos de anos...

Depois, sempre ma parece que os escritores devem ser contra-poder, não importa quem seja poder. Devem ser consciência crítica e provocatória. Devem, por mais exemplos, lembrar-se de Vieira e de Bocage, de Gorki e de Soeiro Pereira Gomes (estamos no centenário), de José Gomes Ferreira, de Kafka e de Brecht. Mas há milhares mais, felizmente.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Musicando - CCB Os Dias da Música


Cerca de 400 músicos, dos quatro aos 80 anos, vão actuar a partir de hoje e até domingo nos 79 concertos da terceira edição de Os Dias da Música em Belém, sob o tema 'A Herança de Bach'.

No Centro Cultural de Belém (CCB), ultimam-se os preparativos para a maratona de concertos - que começará às 20h de hoje, com a actuação da English Chamber Orquestra e o pianista Fazil Say no concerto inaugural - e afinam-se os pianos que vão estar espalhados por várias áreas de passagem, à disposição do público.

Em declarações à Agência Lusa, Miguel Coelho, director do festival, sublinhou que o programa «é muito diversificado para abranger todo o tipo de público, desde compositores barrocos, clássicos e contemporâneos, e diversos estilos de música, desde a erudita ao jazz».

Até domingo serão apresentados 79 concertos em sete salas do CCB dedicados à vasta herança musical deixada há 250 anos pelo compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750).

«É um festival pensado para todos, mas em particular para os pais trazerem os filhos, e os filhos trazerem os pais», disse, acrescentando que as famílias são um especial alvo deste certame dedicado à música.

Vão apresentar-se desde grandes pianistas como Fasil Say e Uri Caine, muitos intérpretes e compositores portugueses de renome como Mário Laginha, Bernardo Sassetti, Jorge Moyano e Pedro Carneiro, até uma centena de jovens alunos de escolas de música de todo o país.

«Estive nos ensaios de uma classe de pequenos violoncelistas, e fiquei muito impressionado com crianças a tocar muito bem apenas com quatro anos», apontou. Miguel Coelho destacou ainda que no CCB vão estrear-se duas encomendas feitas a músicos portugueses - António Pinho Vargas e João Madureira - que criaram obras inspiradas em Bach.

Ainda no quadro das encomendas feitas propositadamente pelo CCB a compositores portugueses para os Dias da Música, está prevista a estreia de outras pequenas peças no âmbito do projecto Bach Bem Temperado.

Neste conjunto de compositores está uma parceria entre os contrabaixistas Carlos Bica e Carlos Barretto, o pianista João Paulo, e também o pianista Bernardo Sassetti, que terá 'carta branca' num concerto do festival.

Durante três dias, a herança de Bach estará no CCB através de orquestras estrangeiras como o King´s Consort e a Orquestra Sinfónica da Ucrânia, e de intérpretes como Hüseyin Sermet, Matthew Halls, Pieter Wispelwey, Kirill Troussov, Kenneth Weiss, Eldar Nebolsin, Sa Chen, Patrizia Kopatchinskaja e Simone Dinnerstein.

A Fábrica das Artes, serviço educativo do CCB, também acolherá o público infantil, juvenil e sénior para iniciativas que lhe serão dedicadas, como oficinas de música, dança, concertos com a actuação do Coro Infantil da Universidade de Lisboa, o Grupo de Percussão e a Classe de Violoncelos Suzuki, ambos do Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa.

Este ano estão disponíveis 34.758 bilhetes - um pouco mais do que no ano passado porque há mais uma sala envolvida - a um preço entre os quatro e os oito euros, custando três euros a entrada no recinto, onde decorrerão concertos.

Lusa

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Teatrando - Ao Vivo e a Soro 3

Escreve no DN/Madeira de hoje João Filipe Pestana

Fazer 'cócegas' no cérebro com vista a suscitar uma leitura irreverente dos hábitos da sociedade madeirense e a sua ligação com os povos estrangeiros é um dos pilares da comédia 'Ao Vivo e a Soro 3', de Pedro Ribeiro, que será reposta a partir de amanhã no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal.

"Vai haver a introdução de algumas coisas novas, sobretudo porque tenho feito, entretanto, actuações no 'Oral Tour' no continente com o António Raminhos e o Carlos Moura, e muitas das coisas que fiz aqui na Madeira utilizei no 'Oral Tour', e já sabem como é, cada vez que estamos a fazer o mesmo texto, surgem ideias novas", explicou o humorista, presentemente a preparar o novo material.

"Haverá situações novas e o espectáculo, tal como os anteriores, será sempre diferente conforme o público, ou seja, a reacção do público vai ser diferente, assim como a minha resposta a esse 'feedback'", completou.

Referindo que haverá muita interacção com o público, adiantou que irá manter as surpresas da primeira temporada, incluindo as variações do texto que tem programadas. A nível gráfico, "a parte multimédia e vídeo mantêm-se", um aspecto da comédia que obtém sempre grande sucesso junto das plateias.

"Desta vez, não farei sessões em inglês, porque houve muita gente na última temporada que queria ver a comédia em português e que só poderia ver à tarde... e é a pedido dessas famílias tristes que vamos ter as sessões em português à tarde", acrescentou.

A este respeito, recorde-se que o espectáculo humorístico estará em cena de 23 a 26 de Abril, às 21h30. Nos dias 25 e 26 de Abril haverá matiné às 18 horas. O ingresso custa dez euros e poderá ser adquirido na bilheteira do Teatro Municipal Baltazar Dias.

Nesta última oportunidade de ver 'Ao Vivo e a Soro 3', saiba que não haverá outra vez temas tabu, tudo é passível de ser visto à luz do humor, desde que feito com elegância, salienta o comediante que também já está a ensaiar a peça 'CSI Funchal', da COM.TEMA, que estreará no Centro das Artes em Maio, e para a qual até deixou crescer barba para interpretar o personagem 'Gil Grisame'.

Em 'Ao Vivo e a Soro 3', são abordados temas como a política, a religião, o 'mingling' entre povos, o sexo, o futebol, entre muitos outros assuntos, com alusões a figuras conhecidas da sociedade e a situações do quotidiano.

"É ridículo censurar" o humor após o 25 de Abril

A poucos dias do 25 de Abril, Pedro Ribeiro entende que o humor em Portugal já teve o seu grito de liberdade, "primeiro com o Rui Solnado a partir alguma pedra, depois com o Nicolau Breyner e o Herman, e depois sobretudo com o Herman". "O 25 de Abril da comédia em Portugal é um bocadinho feito por estas pessoas, mas muito e sobretudo pelo Herman… e acho nunca nos devemos esquecer disso, sobretudo agora que aparentemente deixou um bocadinho de fazer o humor genial que fazia antes, adiantou. "Hoje, tudo o que fazemos é construído sobre caminho desbravado por essas personagens. É preciso não esquecer que o Herman, já quando havia democracia, teve programas censurados, o que é ridículo e teve que enfrentar isso. Portanto, significa que ainda havia muitos tabus para quebrar, antes de aparecer pessoas como o Bruno Nogueira, eu, o Ricardo Araújo Pereira, etc.", conclui.

terça-feira, 21 de abril de 2009

CInema - Rui Simões

Os filmes de Rui Simões «Bom Povo Português» e «Deus Pátria Autoridade» foram recuperados e reeditados em DVD, incluindo agora uma série de extras.

A reedição de «Bom Povo Português» e de «Deus Pátria Autoridade», cada um em dois DVDs, incluem agora mais 30 minutos adicionais, com algumas gravações inéditas que dão apoio à temática.

Os extras disponíveis em ambas as obras são «Capítulos», «Comícios», «Trailer», «Fotos de Equipa» e «Comentário Off do realizador».

«Bom Povo Português» procura traçar a história entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975, «tal como ela foi sentida pela equipa que, ao longo deste processo, foi ao mesmo tempo e4spectador, actor, participante, mas que, sobretudo, se encontrava totalmente comprometida com o processo revolucionário em curso», segundo o divulgado em comunicado.

Em «Deus Pátria Autoridade» mostra-se, a partir do discurso de Salazar de 1936, os alicerces do regime fascista durante os 48 anos da sua existência em Portugal, até ao 25 de Abril de 1974. São abordados elementos como o «funcionamento da sociedade portuguesa e a sua história desde 1910», «a ideologia salazarista», «o apoio da Igreja, «a repressão e «a guerra colonial até à libertação de Abril».

As edições novas estão disponíveis na Fnac a partir de Abril.

Teatrando - CSI Funchal


Escreve João Filipe Pestana no DN/Madeira de hoje:

Numa altura em que os ensaios de 'CSI Funchal' seguem de vento em popa, eis que o novo espectáculo da COM.TEMA (que estreia dia 8 de Maio no Centro das Artes) acaba de ser reforçado artisticamente.

"A banda sonora da peça está a cargo dos On Mute [na foto], uma das mais inovadoras e interessantes bandas da moderna música madeirense", explica Nuno Morna, responsável pela COM.TEMA. "No blogue da peça, em http://csifunchal.blogspot.com, pode já ser encontrada uma pequena amostra de uma das músicas", adianta. "Nos próximos dias, os intervenientes nesta perfeita loucura podem ser encontrados nas ruas do Funchal a filmar furiosamente cenas da 'peçilme', ou seja, metade peça de teatro, metade filme. Informamos a população do Funchal que não se deve assustar com as cenas de tiros e perseguições pois as armas, embora pareçam verdadeiras, são de plástico e as viaturas utilizadas já deram boas provas de si no Afeganistão e no Iraque", remata.

Entretanto, a COM.TEMA entrou no capital da empresa continental Hepta, que trabalha na área da edição discográfica, na gestão da promoção de eventos e da consultoria, representando grupos como Dazkarieh, Fadomorse, etc., e artistas como Pedro Ribeiro e Nuno Morna. A Hepta passará a representar a COM.TEMA fora da Madeira.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

domingo, 19 de abril de 2009

Musicando - Depeche Mode

Entrevista os Depeche Mode a Vitor Balenciano da Ípsilon:

Os Depeche Mode são sobreviventes das crises, das tendências, das mudanças pessoais. Continuam a banda de culto mais popular do planeta. "Sounds Of The Universe" reafirma-o.

Tinham 18 anos quando começaram. Trinta anos depois, quando se preparam para editar o 12º álbum de originais - "Sounds Of The Universe" - continuam com o perfil de grupo de culto mais popular do planeta, capaz de encarnar o papel de super-banda rock de estádio ou de actuar ao lado das novas gerações electrónicas que os adoptaram como modelo a seguir.
Zangas, separações, crises, a chegada de novos competidores e a renovação do modelo de negócio da indústria parecem não ter abalado Dave Gahan, voz, Martin Gore, multi-instrumentista e voz, e Andrew Fletcher, teclista. O novo registo contém até algumas das suas canções mais aliciantes, provando que se reencontraram criativamente. Em Maio regressam às digressões - estarão a 11 de Julho, no Estádio do Bessa, Porto, no Festival Super Bock Super Rock. Há semanas fomos ao encontro de Andrew Fletcher, aquele que é tido como o elemento que gere os estados de alma do trio.

É muitas vezes descrito como o elemento que equilibra o grupo, entre Dave Gahan e Martin Gore. É uma imagem que rejeita ou faz sentido?

Eles são crescidos, não precisam que lhes diga o que fazer, mas é verdade que se fôssemos um duo não estaríamos agora aqui. Quando se tem tantos anos de história como nós é natural que existam conflitos e momentos de dúvida. Felizmente conseguimos ultrapassar isso.

Com trinta anos de carreira, a espontaneidade ainda é possível ou, nesta fase, cada um limita-se a desempenhar o papel que é esperado no contexto do grupo?

Num grupo como este as coisas tendem a ser mais espontâneas do que se possa imaginar. Claro que existe organização e cada um sabe o que fazer, mas existe espaço de negociação. É incrível o que aconteceu com o Dave nos últimos álbuns, começando a ganhar confiança para compor, depois de ter percebido, a solo, que era capaz de o fazer. Conhecemo-nos bem. Cada um sabe das idiossincrasias dos outros e isso é vivido com maturidade. O Dave e o Martin sabem exactamente o que gosto e não gosto de fazer.

O que é que não gosta de fazer?

Não gosto de entrevistas, por exemplo...[risos]. Não é que não goste, mas a promoção é a parte pior desta actividade. Alguns músicos adoram falar sobre si próprios. Não é o meu caso. Depois também acho difícil acabar um disco e, logo a seguir, falar sobre ele. Às vezes é necessário distanciamento.

Há dias Dave Gahan disse que este tinha sido um dos discos mais fáceis de concretizar. Concorda?

Sem dúvida. Estamos numa fase em que as coisas tendem a correr com naturalidade. Cada um de nós tem outros projectos, o Dave e o Martin com discos a solo e eu já tive a minha editora. Quando nos reunimos há uma vontade de criar saudável. O Martin é uma máquina de compor, escreveu imensas canções para este disco, algumas das quais ficaram de fora e vão sair numa edição limitada. Depois, no estúdio, o produtor Ben Hillier foi duro, um tirano que nos colocou em causa...[risos].

Quando procuram um produtor é isso que desejam dele?

Claro. Não nos interessa alguém que tenha uma atitude reverencial. Queremos alguém que nos conheça, claro, mas que tenha ideias próprias e saiba comunicá-las sem receio do que possamos dizer. Já somos crescidos, mas continuamos a ser os putos que vieram da classe operária e que trabalham das 9h às 5h. Ben Hillier fez-nos lembrar isso. Deu-nos um enquadramento, um modelo de trabalho, onde pudéssemos estar confortáveis. É bom ter alguém por perto com a sua visão e que, ao mesmo tempo, aceita comunicar. É pior quando temos alguém por perto que, aparentemente, está próximo de nós esteticamente, mas depois não tem ideias claras.

Quando falaram com ele a ideia era fazerem qualquer coisa que constituísse um corte com o disco anterior ou que funcionasse como continuidade?

É difícil olhar para as coisas dessa forma. Não é nossa prioridade fazer diferente. A nossa evolução tem sido gradual. É um processo natural procurar não copiar o que se fez no último álbum. Nos Depeche Mode mais do que um conceito existe um processo. Em 2007, depois de uma digressão, o Martin retirou-se durante meses e começou a compor. Ao mesmo tempo o Dave estava a fazer um disco a solo e chegou a pensar em fazer uma digressão, mas recuou. A partir daí era óbvio o que iria acontecer porque estávamos ansiosos por nos voltarmos a reunir.

Vive em Londres, Martin Gore em Santa Bárbara, Dave Gahan em Nova Iorque. Quando não estão em estúdio ou em digressão comunicam regularmente?

Não. Sempre que lançamos um álbum passamos dois anos juntos. É por isso óptimo guardar distância depois do final dos concertos. Temos tendência a ver-nos como uma família - como irmãos - e muitas famílias estão espalhadas pelo mundo. Falo muito com o Martin porque as nossas famílias são chegadas e envio emails, ocasionalmente, ao Dave. Mas é importante quebrar com a rotina quando se esteve tanto tempo com aqueles dois.

Como é que descreveria a sua rotina diária na cidade de Londres?

Tenho uma vida normal. Acordo, levanto-me, dirijo-me a um campo de futebol perto de minha casa e jogo à bola, pela manhã. Depois, sento-me ao computador ou vou ao ginásio. Vou ao pub ao final da tarde com os amigos. Regresso a casa e vou para a cama. É tranquilo.

Há quatro anos Martin Gore disse-nos que também jogava futebol. É para manterem a forma nas digressões?

Gostamos muito de futebol. Sou do clube [Chelsea] do José [Mourinho]. É um herói em casa, especialmente junto da minha esposa... Desconfio que o acha mais atraente que a mim...[risos].

Voltando ao álbum. O single de lançamento, "Wrong", é uma surpresa para muita gente, porque tem um envolvimento sónico diferente e o videoclip também o é.

Era essa a ideia. Queríamos que a canção e o vídeo tivessem impacto imediato. É como marcar uma posição e dizer: "os Depeche Mode estão de regresso". Sentimos que essa canção tinha essa estranheza e familiaridade que permitia esse efeito.

Os U2 utilizaram a mesma estratégia quando escolheram para single de avanço do seu álbum um dos temas mais enérgicos que já alguma vez fizeram.

Sim, copiaram a nossa estratégia de certeza...[risos].

O fotógrafo e realizador Anton Corbijn foi importante na definição da imagem dos U2 e o mesmo aconteceu com vocês. Pensam muito na imagem que querem projectar?

Pensamos na música. No resto, tivemos sorte em ter uma longa associação com Anton Corbijn, que teve o mérito de nos transformar em banda "cool". Às vezes faz-nos vestir roupas bizarras, mas sabemos que se for ele a fotografar ou a filmar vai dar certo. É relaxante, não termos que nos preocupar com essas coisas.

Curiosamente, o vídeo de "Wrong", não foi feito por ele.

Anda super-ocupado, não estava disponível, e escolhemos Patrick Daughters. O Dave viu um vídeo dele para os Liars que o deixou maravilhado e pareceu-nos que era uma oportunidade para cortar com o passado e mostrar outras facetas. Já nos perguntaram se o facto de quase não aparecermos no vídeo nos incomoda. Não, isso já acontecia em muitos vídeos com o Anton. Damos total liberdade artística com quem escolhemos colaborar.

Ao lado dos U2 são a última banda dos anos 80 que continua a ter enorme sucesso global. Nos espectáculos, têm consciência dessa renovação geracional?

Sim. É interessante ver que entre as pessoas que gostam de música tecno continuamos a ser populares. Os concertos estão cheios de pessoas das mais diversas idades e é bom ver essa renovação. Somos hoje mais populares do que quando lançamos "Violator" (1990), por exemplo. É um fenómeno de acumulação.

A cultura pop tem quase 60 anos, mas continuamos a olhá-la como se os seus agentes - e o público - tivessem sempre 20, quando realidade é mais complexa.

Concordo. É como se os modelos com que crescemos estivessem desenquadrados com a realidade. E estão. A Radio 1, em Inglaterra, não passa Depeche Mode, argumentando que somos velhos demais. A Radio 2 não passa "Wrong", argumentando que é muito progressivo. Para uns somos velhos, para outros demasiado progressivos...[risos]. É frustrante, principalmente quando se fala das duas maiores rádios inglesas.

Como é que estão a encarar o momento conturbado da indústria? Parecem ter cada vez mais seguidores, mas também devem vender menos discos. Ou um grupo da vossa dimensão não sente a recessão da mesma forma?

Temos sorte. Os nossos três últimos discos venderam o mesmo. É surpreendente, porque a nossa música é descarregada na internet. A única explicação é que há muito mais pessoas a interessar-se. Vamos ver o que acontece com este álbum. As pessoas querem música, mas querem algo mais - canções com que se possam identificar e temos isso.

Voltam a ter canções onde a dimensão espiritual irrompe, como "Peace". Sendo o único que não escreve canções, revê-se nas letras da mesma forma?

Sim, esse elemento é algo que partilhamos e sempre esteve presente na nossa música, daí a influência do gospel e dos blues, mesmo quando estamos a falar de canções electrónicas. Haverá sempre qualquer coisa de negro nas nossas canções. Tem a ver com a nossa interacção e com a forma como vemos o mundo.

São especialistas em títulos de álbuns ambiciosos, como "Music For The Masses" (1987) ou "Songs of Faith and Devotion" (1993). "Sounds Of The Universe" vai pelo mesmo caminho. Ainda sentem esse apelo de criar slogans tão absolutistas?

É um título arrogante, mas deve ser encarado com humor. "Music For The Masses" era mais irónico. O título foi uma ideia do Martin. Um dia passou por uma loja, em Londres, com esse nome e veio-nos com essa ideia. Pareceu-nos bem, existem algumas canções que remetem para esse título. Mas entendo o que quer dizer. Acho que nunca perderemos essa coisa de sermos rapazolas que querem conquistar o mundo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cinema - O Leitor

Estreia hoje entre nós com uma interpretação a não perder de Kate Winslet!


quarta-feira, 15 de abril de 2009

Musicando - Phil Spector

O lendário produtor musical norte-americano, Phil Spector, acusado de ter morto, em 2003, uma ex-actriz de filmes de série B na sua casa de Los Angeles foi hoje considerado culpado de homicídio simples (sem premeditação, o equivalente, em americano a “second-degree murder”) e arrisca-se a cumprir uma pena de 18 anos de prisão.

O excêntrico produtor, de 69 anos, considerado um dos génios do “rock” graças à sua técnica de gravação de músicas, na década de 1960, que ficou conhecida por “wall of sound”, foi um dos responsáveis pelos êxitos de artistas como John Lennon, George Harrison e Ramones.

Apesar dos protestos dos advogados, o juiz Larry Paul Fidler decidiu colocar Phil Spector em prisão até à próxima audiência, marcada para o dia 29 de Maio, que lhe irá fixar a pena e que poderá chegar aos 18 anos.

Phil Spector manteve-se até agora em liberdade, seis anos após o crime, porque pagou uma caução de um milhão de dólares.

O produtor, conhecido pela sua excentricidade, chegou ao tribunal com um “badge” no qual se podia ler a frase "Barack Obama Rocks!", e aceitou a deliberação do tribunal com ar sombrio.

O júri, composto por seis homens e seis mulheres, tinha começado a deliberar no dia 26 de Março, após cinco meses de julgamento, que se seguiu a um primeiro processo, no termo do qual os jurados não conseguiram chegar a um veredicto unânime. Esse primeiro processo foi anulado em finais de Setembro de 2007.

Para a Acusação, Phil Spector terá disparado mortalmente contra Lana Clarkson na manhã do dia 3 de Fevereiro de 2003 na sua mansão, poucas horas depois de a ter conhecido numa discoteca, onde a ex-actriz de filmes de série B trabalhava como empregada.

Para a defesa, a antiga actriz, de 40 anos, deprimida pelo fim da sua carreira artística, ter-se-á suicidado em casa de Phil Spector.

O Ministério Público apresentou, porém, durante as sessões do julgamento, cinco mulheres que afirmam terem sido ameaçadas pelo produtor quando se recusavam a ir a sua casa.

O antigo motorista de Phil Spector também foi chamado à barra do tribunal para explicar que viu o seu ex-patrão sair de casa, no dia do crime, dizendo a frase “acho que matei alguém”.

Agências

Cinema - IndieLisboa

A sexta edição do Festival Internacional de Cinema Independente (IndieLisboa 2009), ontem apresentada na FNAC do Chiado, terá workshops, debates, festas e actividades para os mais novos no Indie Júnior. Isto além dos 250 filmes exibidos em 11 dias, de 23 de Abril a 3 de Maio.

O IndieLisboa conta este ano com duas novas salas: o Museu do Oriente e o Cinema City Classic Alvalade juntam-se ao Fórum Lisboa e aos cinemas Londres e São Jorge, onde será visto (em antestreia nacional) ‘Singularidades de uma Rapariga Loura’, de Manoel de Oliveira. As salas serão ligadas por dois autocarros, "para que a distância não seja desculpa para as pessoas não irem", esclareceu Rui Pereira, um dos responsáveis pelo evento.

O Indie Júnior promete uma "programação forte, que interesse em especial aos jovens dos três aos 18 anos", com apresentações especiais, filmes-concerto, workshops sobre cinema e Sessões para Escolas, que trarão turmas ao festival.

Nesta edição do IndieLisboa, que tem agora as secções ‘Pulsar o Mundo’, para filmes de diferentes temáticas, e ‘Cinema Emergente’, para novos talentos menos conhecidos, ocorrerá ainda o lançamento do livro ‘Sinais da Vida’ e uma exposição de fotografias, ambos intimamente ligados à Sétima Arte.

Para assegurar uma maior participação do público, as ‘Lisbon Talks’ acolherão todos os interessados em discutir temas como a falta de salas para cinema independente e o uso do cinema com fins pedagógicos, e invocarão os "heróis do cinema independente" Werner Herzog e Jacques Nolot, este último presente em Lisboa.

in Correio da Manhã

Musicando - Anónima Nuvolari

EM PORTUGAL, FALA-SE ITALIANO

Os Anónima Nuvolari estreiam-se na Madeira hoje, no Kool Klub.

Composto por cinco italianos radicados em Portugal, o grupo é actualmente um dos mais interessantes projectos nacionais. Ao vivo apresentam versões de clássicos da música italiana, dos anos 60, 70 e 80, revisitados com um toque de música dos Balcãs.

Anónima Nuvolari são assim a modos que a súmula de vários outros projectos dos músicos que integram a banda como por exemplo OqueStrada, Terrakota, Mick Mengucci e Farra Fanfarra.

São boémios por natureza, músicos perfeccionistas, executantes exímios. Os Anónima Nuvolari tem ao longo dos últimos 3 anos vindo a ser afirmar no panorama musical português, actuando em salas como Centro Cultural de Belém, Musicbox, Cabaret Maxime e Galeria Zé dos Bois.

A estreia na Madeira acontece poucos dias depois da presença do grupo no Festival Novo Fado Lx.

Links:

http://www.myspace.com/anonimanuvolari

http://centralmusical.pt/watch.php?v=8859

Formação

Voz e acordeão – Donatello Nuvolari

Voz e guitarra acústica – Mick Nuvolari

Sax – Sérgio Nuvolari

Contrabaixo – Francesco Nuvolari

Percussão – Paolo Nuvolari


Data e horário da apresentação:

15 de Abril, quarta-feira a partir das 23.45h.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Lendo - Saramago

O escritor português José Saramago encontra-se internado desde segunda-feira numa unidade de saúde da ilha espanhola de Lanzarote, no arquipélago das Canárias, onde tem a sua residência.

O Prémio Nobel da Literatura foi hospitalizado por precaução, segundo a imprensa local que cita fontes próximos do escritor.

O estado de saúde de José Saramago não é preocupante, nem comparável à pneumonia que o levou ao internamento em Dezembro de 2007.

Segundo a imprensa local, o escritor deve ter alta em breve. Saramago tem marcado para segunda-feira um encontro com um refém libertado pelas FARC, após sete anos de sequestro.

Filmando - 1º Video

A Biblioteca do Congresso dos EUA assinalou o lançamento do seu canal no YouTube com a publicação de um conjunto de vídeos antigos, entre os quais o primeiro vídeo filmado na História.

O filme «Record of a Sneeze» exibe um homem a espirrar e é datado de 7 de Janeiro de 1894. Os restantes 70 títulos são produções com mais de um século de idade.

O novo canal no YouTube da Biblioteca deverá seguir o mesmo mote que levou à publicação de centenas de fotografias no site Flickr, com 50 actualizações semanais, segundo a Folha Online. O processo decorreu sob chancela da Creative Commons: com autorização de distribuição de material desde que a fonte seja citada.

«É apenas o começo», disse, no blogue oficial da Biblioteca, o director de comunicações Matt Raymond. «Ainda não pusemos todos no canal. Vamos fazê-lo aos poucos», explicou.

A Biblioteca do Congresso dispõe de cerca de 6 milhões de vídeos. A instituição prevê disponibilizar os conteúdos também por iTunes, num futuro próximo.


Expondo - DDiarte

Parabéns ao Diamantino e ao Zé Diogo. Paula Henriques escreve no DN/Madeira de hoje:

É mais uma vitória para Diamantino Jesus e Zé Diogo. A DDiarte foi convidada a ser representada na Alemanha pela galeria Falkenstern Fine Art & Atelier Sprotte (www.falkensternfineart.com). A primeira exposição é a 6 de Junho e tem a possibilidade de chegar a Itália e à Índia, através de ligações que a instituição mantém com outras congéneres, disse Zé Diogo. A ideia, continuou, é realizar uma exposição anual.

Esta é a primeira galeria no estrangeiro onde vão expor. A oportunidade surgiu através da Internet. Os responsáveis do espaço situado na ilha de Sylt ouviram falar, pesquisaram e entraram em contacto com os fotógrafos madeirenses. O resultado é uma parceria sobretudo voltada para a comercialização das obras, que tem como mais-valia a divulgação internacional do trabalho realizado pelos artistas de cá.

Para esta mostra inaugural, a Falkenstern Fine Art & Atelier Sprotte escolheu uma série de 16 trabalhos, pequenos formatos de nus, entre eles três provas de artista da série 'Silent Passion', cujos originais são de grande formato e pertencem a colecções de arte, entre elas a Berardo e a Wurth.

"São basicamente o que chamamos fotografia do 'click', sem a montagem típica nossa", descreveu.

A maior parte das fotografias são a preto e branco, realizadas numa altura em que apenas a dupla tinha coragem para tirar a roupa. Hoje, as coisas estão mais fáceis do lado dos rapazes, mas no que a raparigas diz respeito, e sobretudo em relação às 'pessoas comuns', longe das medidas dos corpos modelados nos ginásios, continuam à espera das pessoas que não se encaixam nos corpos perfeitos. "Estamos sempre à procura", anunciou. Neste segmento, actualmente têm a colaboração de uma mulher de 40 anos e do pai desta, de 80, potenciais modelos para a nova linha de trabalhos que estão a apostar. Dois casos raros, como admitiu o artista.

Nova abordagem

"Estamos a mudar a linha de estilo para uma mais provocadora", anunciou Zé Diogo. Sobre a nova directriz, revela que será mais voltada para o real, para o meio ambiente, sempre ligado à mitologia, ao profano e à religião. Os fotógrafos trabalham em outras áreas e dedicam-se à fotografia para gozo pessoal, por isso, adiantou, não fazem fotografia com objectivos comerciais nem por encomenda.

Actualmente, a dupla está a trabalhar numa reprodução de 'O Juízo Final', de Michelangelo, um trabalho que envolve cerca de 30 modelos.

'Grotox' nova parceria

A DDiarte foi convidada a participar no projecto 'Grotox', que estreou ontem na sala principal da Casa da Música, no Porto. Os fotógrafos fizeram algumas imagens que integram a projecção de vídeo que acompanha o novo trabalho do grupo madeirense Dançando com a Diferença.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Musicando - NIN

Os norte-americanos Nine Inch Nails são a mais recente confirmação para a edição deste ano do Festival de Paredes de Coura, que decorre entre os dias 29 de Julho e 1 de Agosto. Juntam-se assim a um cartaz já pautado por Franz Ferdinand e Supergrass.

A banda, que actua no festival minhoto a 31 de Julho, estreou-se nos palcos portugueses em Fevereiro de 2007, numa série tripla de concertos que saciou uma ansiedade sentida há muito pelos fãs, que não se inibiram de rebobinar com o grupo até aos momentos mais emblemáticos do seu passado, como "Mr self destruct", "Last”, "Terrible lie" ou "Closer".

Foi em 1989 que o mundo ouviu falar pela primeira vez dos Nine Inch Nails, projecto de um músico multifacetado - e, para muitos, visionário - chamado Trent Reznor. A estreia chamava-se "Pretty Hate Machine". Mais de um milhão de cópias foram vendidas por todo o planeta, despertando a década seguinte para a música alternativa, pesada e industrial de uma banda que iria marcar a história da música rock americana - e a vida de muitas pessoas.

O concerto em Paredes de Coura pode ser a última oportunidade de ver os Nine Inch Nails em Portugal, já que Reznor anunciou há meses que a banda se prepara para cessar actividades, pelo menos temporariamente.

Sílvia Pereira in Público

terça-feira, 7 de abril de 2009

Lendo - Feira do Livro

Escreve Paula Henriques no DN/Madeira de hoje:

Começa a 21 de Maio e decorre até ao dia 31 deste mesmo mês a 'Festa do Livro - 35ª Feira do Livro do Funchal'. O evento reparte-se entre a na Placa Central da Avenida Arriaga, que vai acomodar os 28 stands; a Praça da Restauração, onde estará localizado o espaço reservado aos lançamentos e ao encontro entre os escritores e o público, a Praça do Município, que vai receber, a 29 de Maio, o concerto de José Cid (evento que contará com a participação de Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal do Funchal), e o jardim municipal, palco de um concerto de Gospel, a 23 de Maio.

Na nova edição, que conta com 23 expositores, entre livrarias, editoras, alfarrabistas e instituições, o modelo é idêntico ao ano passado, um formato aplaudido pelo público e pelos comerciantes, pelo que a organização decidiu manter as tendas: "São tendas modelares, que podem ser adaptadas por quem expõe, facilitando o acesso aos livros por parte do público", justificam. Nas novidades, destaque para a 'Speakers Corner' - um espectáculo de rua encenado pelo Teatro Experimental do Funchal (TEF), em que três actores vestem-se como William Shakespeare, Fernando Pessoa e Luís de Camões e vão declamar alguns textos destes três grandes da literatura -, e para a realização de uma feira de alfarrabistas, onde o público poderá encontrar edições mais ou menos antigas. A 'Feira do Alfarrábio - Canto do Livro Velho', assim se chama, acontecerá apenas nos dois fins-de-semana (23 e 24 de Maio e 30 e 31 de Maio), entre as 9 e as 13 horas, no pavilhão dos escritores. Este espaço de exposição e comercio dará prioridade a obras sobre a Madeira.

Para complementar a oferta, está também no programa a realização de sessões de autógrafos com escritores convidados, workshops de manipulação e construção de fantoches e concertos de bandas e grupos musicais, nomeadamente do Gabinete Coordenador de Educação Artística, do Conservatório - Escola das Artes e tunas. Para além disto, a organização vai dinamizar um espaço infantil com contadores de histórias e vai voltar a organizar a 'Noite dos Poetas', um formato de tertúlia previsto para 28, no Café do Teatro.

Feira aproveita almoço

Tendo como barómetro a aceitação registada em 2008, a organização optou também por manter o horário de abertura, aproveitando o fluxo de pessoas na rua à hora do almoço. Assim, os stands abrem diariamente às 13 horas e encerram às 21 horas, dando ao público a possibilidade de visitar e adquirir livros nesse intervalo. Aos fins-de-semana, o funcionamento é largado até às 22 horas.

A Feira quer "atrair cada vez mais gente para os prazeres da leitura e dos livros, tendo também por objectivo discutir o livro nas suas mais diversas facetas", afirmam. Este debate vai passar por uma série de convidados, disse a organização. Está prevista a participação de escritores nacionais e internacionais, que vão complementar o programa, sobretudo voltado para o produto regional: "[A Festa do Livro] traz ao Funchal escritores nacionais e internacionais, embora a aposta principal continue a ser a divulgação daquilo que se escreve na Madeira".

A iniciativa tem uma função importante de divulgar o trabalho realizado na Região, e de fazer a ligação entre o que é lançado, mesmo a nível nacional, e o leitor: "A Festa do Livro é um momento fundamental para dar a conhecer ao grande público o trabalho literário que se tem vindo a fazer na Madeira", afirmam, acrescentando que é " um momento de apoio à actividade literária regional, com uma importante vertente de intercâmbio com o exterior, com aquilo que se faz e que se escreve lá fora", referem. Na edição de 2009, está previsto o lançamento diário de livros editados por cá e o lançamento de uma obra destinada ao público infantil.

Mais BD

Na sequência do que aconteceu no ano anterior, a Banda Desenhada também terá um 'cantinho'especial, apadrinhado pela livraria Sétima Dimensão, que convidou novamente um desenhador internacional e vai voltar a promover as 24 horas de BD.

A 'Festa do Livro - Feira do Livro do Funchal' é um evento da responsabilidade da Câmara Municipal do Funchal, que vai na 35ª edição e é já um cartaz da cidade.

Saindo - Chega de Saudade

Programação do Chega para as Páscoas:(clicar sobre a imagem para ver maior)

Cinema - Mankind Is No Island

Vencedor do Tropfest NY 2008 (festival de curtas metragens).
Foi filmado com um telemóvel e um orçamento de 40 USD.



segunda-feira, 6 de abril de 2009

Musicando - Voca People

Cinema - Aquele Querido Mês de Agosto

Já aqui falámos deste filme português que tanto tem brilhado por esse mundo fora. Ficamos a aguardar a sua vinda até nós. Nem que seja lá para o final do ano no FICF.

O filme português “Aquele querido mês de Agosto” ganhou o prémio de melhor filme no Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires. A longa-metragem de Miguel Gomes, que já recebeu vários prémios internacionais, vai ainda aos festivais nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.

“Aquele querido mês de Agosto” é uma fusão entre documentário e ficção que tem como pano de fundo as festas de Verão na Beira Serra portuguesa. A longa-metragem foi lançada em 2008 em Portugal e já recebeu vários galardões internacionais como o prémio para Melhor Filme e o prémio FIPRESCI do Festival de Valdivia no Chile, Prémio da Crítica no Festival de São Paulo, no Brasil, e, mais recentemente, os prémios Lady Harimaguada de Prata e o Prémio José Rivero atribuído ao Melhor Novo Realizador no Festival de Cinema de Las Palmas, entre outros.

O filme, co-produzido pelo O Som e a Fúria e Shellac Sud, está ainda seleccionado para o Festival de Cinema de São Francisco, Festival de Cinema de Los Angeles, e os festivais de Cinema de Auckland e de Wellington, ambos na Nova Zelândia.


domingo, 5 de abril de 2009

Culturando - Manifesto Pela Cultura

Várias personalidades ligadas à actividade cultural preparam-se para lançar um Manifesto contra o actual estado da cultura em Portugal, que consideram "não aguentar mais uma legislatura de laxismo", disse ao CM o realizador João Mário Grilo, um dos subscritores do documento.

O manifesto, a apresentar até ao final do mês, é "uma declaração de inconformismo" e pretende, ao mesmo tempo, "criar um fórum público de discussão, no qual as pessoas, organizações e partidos possam dizer quais as suas propostas para a cultura", acrescentou João Mário Grilo. Isto porque, segundo o realizador, a actual política cultural "defraudou as expectativas criadas há quatro anos, quando se prometeu uma mudança para melhor que não se veio a verificar". Para João Mário Grilo, a tomada de posição justifica-se porque "a cultura está a sofrer um processo de desertificação como aquele que a política fez no Alentejo", acrescentando que "este ministro, por várias razões, é uma espécie de coveiro que se encarrega de pôr terra depois do funeral". Inês Pedrosa (directora da Casa Fernando Pessoa), Ricardo Pais (ex-director do Teatro Nacional de S. João do Porto), Joaquim Benite (encenador) e Pedro Abrunhosa (músico) são algumas das personalidades que subscrevem o Manifesto, no qual defendem que "a cultura tem de ser olhada como valor e não como despesa, e reivindicar um lugar digno no orçamento no Estado", adiantou o realizador.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Pintando - Frida Kahlo

Já há mais Frida Kahlos falsos do que Frida Kahlos verdadeiros, denunciaram anteontem vários especialistas na sequência da suposta aparição, há seis dias, de cinco novos quadros da artista mexicana. São pelo menos 400 - os suficientes para abrir um "museu de falsos".

"O submundo das obras não reconhecidas de Frida tem um longo historial e podemos dizer que ela está a produzir mais morta do que viva", resumiu Carlos Phillips Olmedo, director dos museus Frida Kahlo, Diego Rivera-Anahuacalli e Dolores Olmedo da Cidade do México.

Chegou a pensar-se que entre as obras agora descobertas no estado mexicano de Michoacán, nas mãos de um coleccionador privado, estava La Mesa Herida, uma pintura de Frida Kahlo cujo paradeiro é desconhecido. Não estava: as cinco pinturas são falsas "sem sombra de dúvidas", assegurou Teresa del Conde, investigadora do Instituto de Investigações Estéticas da Universidade Nacional Autónoma do México, na conferência de imprensa da Casa Azul.

A perita explicou ainda que a maioria das falsificações que lhe vão parar às mãos são "grotescas" - e é por isso que é tão importante "alertar os amantes de Frida para pedirem o aval de uma instituição reconhecida sempre que lhes for proposto este tipo de obras", acrescentou Magdalena Zavala, directora-geral de artes plásticas do Instituto Nacional de Belas-Artes.

Ao Museu Dolores Olmedo - que gere as colecções do Museu Frida Kahlo e do Museu Diego Rivera-Anahuacalli - chegam por mês pelo menos um Frida Kahlo ou um Diego Rivera falsos. "É interessante ver o fenómeno que Frida provoca no mundo dos falsos", sugeriu Magdalena Zavala, lembrando que, mesmo quando notificados de que as suas obras são falsificações, os coleccionadores insistem em expô-las. Ao todo, estão registadas 248 obras autênticas de Frida Kahlo, entre óleos, aguarelas, desenhos e páginas de diário - mais o acervo da Casa Azul, onde Frida (1907-1954) viveu com o pintor e muralista Diego Rivera (1886-1957) uma relação turbulenta.

Além de alguns quadros mais famosos da artista, o espólio da Casa Azul inclui a cama onde Frida passou parte da vida rodeada pelos retratos de Lenine, Estaline e Mao Tsé-Tung, o cavalete oferecido por Nelson Rockefeller, os espelhos em que se observava obsessivamente e as suas colecções de borboletas, de vestidos e de arte pré-colombiana.

Inês Nadais in Público