sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cinema - Estreia de Inédito de Manoel de Oliveira com 44 Anos

'Vila Verdinho' é o nome do documentário com 18 minutos realizado por Manoel de Oliveira em 1964, na aldeia com o mesmo nome, para registar as mudanças que o amigo Manoel Meneres fomentou nesta pequena localidade do concelho de Mirandela.
O filme ficou na posse da família Meneres que decidiu agora retribuir a homenagem a Manoel Oliveira, por altura do seu centenário, permitindo a divulgação da película, como contou à Lusa João Pedro Meneres.
Os habitantes de Vila Verdinho são os únicos que já viram esta obra de Manoel de Oliveira, mas «já lá vão muitos anos».
«Foi ali ao pé da escola velha que passou uma vez», recordou à Lusa Augusto César, de 81 anos, que se lembra bem do dia em que se juntou toda a gente da aldeia, em 1964.
Augusto não se recorda do que viu, nem de Manoel de Oliveira. «A patroa é que tem cabeça para decorar nomes».
Victor Vasco lembra-se de Manoel de Oliveira, mas «é de agora», não daquela altura.
Do que só agora se apercebeu é de que é um «privilegiado» pois, além de ser protagonista do filme é dos poucos que tem uma cópia em VHS oferecida pelo patrão, da família Meneres.
«Já há uns anos que não a vejo, mas agora vou ver» diz, por causa desta estreia mundial no último fim-de-semana da exposição de Manoel de Oliveira em Serralves.
Tinha nove anos quando o realizador juntou as crianças da aldeia e pô-las a jogar à bola.
«Eu era o alto, magrinho, russo, a acertar na bola como se não estivesse nada na frente», brinca Victor que, na altura, achou muita piada às galinhas que Oliveira colocou no meio do jogo.
Além das crianças a jogarem futebol no largo melhorado da aldeia, o filme mostra também um ciclista a fazer as curvas da estrada que ainda hoje perdura e outras cenas do quotidiano de Vila Verdinho.
João Pedro Meneres tinha 14 anos quando foi feito o filme. Não aparece neste, mas serviu de figurino improvisado no filme sobre a vida de Manoel de Oliveira que o mestre do cinema só permite divulgar depois de morrer.
A amizade entre Oliveira e a família Meneres leva já 50 anos e o mais antigo realizador do mundo tem encontrado nesta família inspiração para outras obras.
Segundo contou João Pedro Meneres, o filme de Manoel de Oliveira, Já se Fazem Carros em Portugal, é inspirado nos primeiros Ford que o bisavô importou da América.

Lusa

Musicando - Atlantic Waves

Mariza abre no sábado a oitava edição do Festival Atlantic Waves em Londres com dois concertos de lotação esgotada e outro evento especial aberto a crianças onde falará sobre a sua relação com o Fado.
Os dois concertos nocturnos de sábado e domingo no Barbican, centro de artes onde Mariza já actuou no passado, já estão esgotados.
O terceiro, na tarde de domingo, tem a particularidade de ser dirigido às famílias e crianças de idades entre os sete e os 14 anos, onde a artista, além de cantar alguns dos seus temas, vai falar com o público sobre a sua relação com as tradições portuguesas do Fado.
Esta é a quarta vez que Mariza, vencedora em 2003 do prémio de World Music da BBC3, se apresenta em Londres no âmbito do Atlantic Waves, que promove a música portuguesa e lusófona.
O Fado regressa ao programa do Atlantic Waves, que decorre até 11 de Novembro, a 09 de Novembro, quando Ricardo Ribeiro subir ao palco do auditório St. John's, Smith Square, com o grupo do mestre libanês de alaúde Rabih Abou-Khalil.
No dia seguinte é a vez de Mafalda Arnauth partilhar uma noite no Queen Elizabeth Hall, com a bossanova do brasileiro Vinicius Cantuária.
A música tradicional portuguesa está também representada pelos Gaiteiros de Lisboa, que actuam no Bush Hall na próxima quarta-feira, véspera do espectáculo de Rodrigo Leão no Barbican, que terá como convidado especial o grupo inglês The Durutti Column.
De fora da lusofonia, mas de uma cultura partilhada com o norte de Portugal, a Galiza, o grupo Berrogüetto e a cantora Uxía integram o programa do festival com um concerto no Bush Hall a 04 de Novembro.
O fecho do Atlantic Waves 2008 cabe à África lusófona, pelas vozes do moçambicano Neco Novellas e do angolano Waldemar Bastos, no dia 11 de Novembro no Queen Elizabeth Hall.
Criado em 2001, o festival Atlantic Waves foi até agora patrocinado pela delegação em Londres da Fundação Calouste Gulbenkian.
Todavia, a instituição pretende desligar-se da sua organização, não tendo garantido que a iniciativa vai continuar no próximo ano.
«Temos recursos limitados e é altura de passar à frente», justificou o seu director, Andrew Barnett.

Lusa

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Conversando - I Fórum da Cultura


Não tenho nada contra o discutir-se cultura. Até pelo contrário: acho que a cultura da Madeira é muito pouco discutida.

Por motivos meramente profissionais (porque para comer não vivo da cultura) não vou poder estar presente no I Fórum Cultural da Madeira. Nem eu nem a grande maioria dos agentes culturais regionais que não vivem da cultura nem dela tiram qualquer provento (ou pelo menos o suficiente para uma vida condigna).

Não quero discutir o que lá foi dito porque não estive presente. Quero discutir a brilhante ideia de se marcar este encontro para dias de semana. É que assim, e pelo que me foi dado a observar pelas imagens televisivas, só estiveram presentes os agentes culturais que exercem a sua actividade profissional na área da cultura. E convenhamos que não são de todo a maioria.

Isto a ser propositado é preocupante...

Musicando - Nico Nicotine Ontem no Kool Klub

Simplesmente fantástico o concerto da Nicotine's Orchestra ontem à noite no Kool. Sala quase cheia para receber este verdadeiro "one man show". Guitarra, bateria, percussões várias e teclado, tudo isto por vezes tocado ao mesmo tempo de modo afinado e ritmicamente no ponto.
Um músico sozinho em palco que pôs toda a sala a dançar. Quem não foi nunca saberá o que perdeu: 01.20h de puro e duro rock'n'roll.

ps: e não Rui, não faltavam violinos!!!!


Filosofando - José Mário Branco


O dinheiro gasta-se primeiro do que o amor!!!


Façam um favor a vós próprios e oiçam o último disco deste cantautor!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Musicando - Nicotine's Orchestra no Kool (2)


NICOTINE'S ORCHESTRA HOJE À NOITE NO KOOL KLUB
CONCERTO A NÃO PERDER!!!!!!!


A propósito disto escreve hoje no DN/Madeira João Filipe Pestana:

Ele é o baterista, o vocalista, o teclista, o guitarrista e ainda o animador de serviço. Diz que se chama Nick Nicotine mas é mais conhecido por Nicotine's Orchestra. Esta 'banda de um homem só' ('one-man-band'), cujo projecto nacional já gravou um disco recheado com 14 canções impregnadas de soul, punk, rock e blues, estreia-se hoje à noite na Madeira com um concerto na discoteca Kool, no Funchal.
Neste espectáculo, que deverá principiar às 22 horas, serão ouvidas músicas de amor, ódio, droga, álcool, mulheres, ou seja, o normal quando as sonoridades blues e soul cruzam-se com o punk e o rock.
"Diz que vem da 'Detroit portuguesa': o Barreiro. Nick Nicotine é 'maestro'. Os blues substituem a alma deste 'one-man-band' maníaco. É o branco com a voz mais negra de Portugal, numa viagem sem retorno pelas raízes do rock, shogaze e claro, os blues que se querem sujos, directamente dos becos da 'Big Apple'", referem os responsáveis pela discoteca funchalense.
"'La Trahison des Sons' trata-se do primeiro trabalho de longa-duração do projecto de Nick Nicotine: "Com a participação de dois membros dos Ballyhoos (Mamma Iola e Johnny Intense) num dos temas que compõem o trabalho, o músico do Barreiro apresenta-nos uma fusão de rock 'n' roll, blues e punk", refere o portal www.hiddentrack.net.
"'Green Thumb' é o primeiro tema deste trabalho e também aquele que assinala a presença dos convidados especiais de Nicotine. Uma entrada a roçar o rockabilly, como de resto será todo o trabalho, feita especial referência ao terceiro tema, 'O.K.', onde facilmente nos imaginamos numa 'matinée', de saia rodada e a dançar freneticamente. Prosseguindo, vamos encontrar 'In Your Eyes', um tema a descair para a balada, mas sempre com a garra característica do rock 'n' roll, onde a guitarra tem um papel preponderante, ditando a melancolia oscilante do tema", acrescenta.
Para ouvir temas da Nicotine's Orchestra deverá aceder ao portal 'on-line' na Internet www.myspace.com/nicotinesorchestra.

Depois do concerto abrem os restantes andares do Kool, com o DJ André Sá a animar a noite.

João Filipe Pestana

Musicando - Orquídea Branca

Estreou no Baltazar Dias "A Orquídea Branca", uma ópera em dois actos, com libreto de João Aguiar e música de Jorge Salgueiro, estreia a 27 de Outubro, no Funchal, no âmbito das comemorações dos 500 anos da cidade.
O compositor assinalou que conhece o escritor João Aguiar há cerca de 20 anos e fez uma sinfonia inspirada no seu primeiro romance, "A Voz dos Deuses".
O projecto de trabalharem juntos numa ópera tinha já alguns anos e a ocasião surgiu agora, com a encomenda de uma obra para assinalar os 500 anos do Funchal.
A ópera baseia-se em factos históricos ligados à Madeira - a chegada ao Funchal em 1852 de D. Amélia de Beauharnais, imperatriz do Brasil, viúva de D. Pedro IV (I do Brasil) que acompanha a filha doente, procurando a cura no clima ameno da ilha.
Em "A Orquídea Branca", a princesa Maria Amélia acaba por apaixonar-se na ilha e a história gira em torno desse amor por um jardineiro que fica deslumbrado quando a vê.
"É uma ópera sobre duas visões da vida: uma mais espiritualista, outra mais racionalista", resumiu o compositor, acrescentando que a música se inspirou num minimalismo melódico.
Com um elenco que reúne Carla Moniz, Rui Baeta, Lúcia Lemos e Carlos Guilherme nos principais papéis, "A Orquídea Branca" conta também com a participação de um coro misto, um coro infantil, um grupo de dança e um grupo de teatro do Gabinete Coordenador de Educação Artística.
No total, esta produção envolve cerca de 150 pessoas.
A ópera subirá a palco até ao dia 2 de Novembro.

Musicando - Extreme


Os Extreme do açoriano Nuno Bettencourt juntaram-se de novo e actuam hoje há noite no Coliseu de Lisboa. Pena não poder estar por lá.
Fica aqui "Ghost" do último albúm, acabadinho de sair: Saudades do Rock.



terça-feira, 28 de outubro de 2008

Lendo - Google

Escreve o Público de hoje:

Depois mais de dois anos de negociação a empresa norte-americana Google conseguiu chegar a um acordo amigável com o Sindicato de Autores norte-americanos (Authors Guild) e com a Associação de Editores Americanos a propósito do seu projecto de pesquisa de livros, o Google Book Search que foi lançado há quatro anos, mas vai ter que lhes pagar 125 milhões de dólares (99,8 milhões de euros).
O conflito existia há anos por causa do projecto da empresa Google de digitalizar milhões de livros e de os colocar disponíveis, em alguns casos na íntegra, na Internet. O acordo terá agora de ser ratificado por um tribunal norte-americano, e prevê que a Google financiará uma parte dos direitos de autor e terá a seu cargo as despesas do processo em nome colectivo que foi intentado contra si por autores (em Setembro 2005) e um outro, accionado pelas editoras McGraw-Hill, Pearson Education, Penguin, Simon & Schuster e John Wiley (um mês depois).
Este acordo vai permitir ao Google aumentar o número de livros que se podem procurar, ler e comprar através deste projecto. E os autores e editores das obras que ainda estejam abrangidas pelos direitos de autor vão ser compensados monetariamente. Todas as obras que estiverem com a edição esgotada nos EUA vão ficar disponíveis para leitura integral pelos americanos. Este acordo só terá efeito nos EUA, fora do território da lei americana continuará tudo na mesma.
“O acordo reconhece os direitos e os interesses dos detentores de direitos de autor, dá-lhes um meio eficaz de controlar o acesso online à sua propriedade intelectual e permite-lhes serem remunerados pelo acesso às suas obras na Internet”, anunciaram os envolvidos. Vai ser criado um fundo, o Book Rights Registry, onde ficarão registados todos os direitos dos livros e que poderá ser consultado quer por editores quer por autores.
O acordo está disponível online e pode ser consultado em: http://books.google.com/booksrightsholders/agreement-contents.html.

Isabel Coutinho

Cozinhando - Arroz de Coelho

No passado dia 16 tive o prazer de ter na minha companhia no "Lado a Lado" da RTP/Madeira a Guida Vieira, mulher que muito admiro. Sugeriu-nos um Arroz de Coelho que, acreditem, estava divinal. Aqui fica a receita:


ARROZ DE COELHO

INGREDIENTES

1 medida de arroz / 3 medidas de água
1 coelho médio
1 pimentão verde
2 cebolas médias
1 folha de louro
6 dentes de alho
pimentão doce, caril, estragão, pimenta da terra
vinho branco, sal, azeite

METODOLOGIA

· Cortar o coelho aos bocados e colocar numa marinada com o vinho, o louro, sal, pimenta, alho, pimentão doce, caril estragão durante pelo menos 4 horas.
· Numa panela larga deitar um pouco de azeite, cortar as cebolas às meias-luas fininhas e refogar um pouco.
· Juntar o pimentão cortado em tiras finas, os alhos que estiveram na marinada e deixar também refogar
· Juntar o coelho e a folha de louro e um pouco mais de especiarias a gosto
· Regar tudo com um bom fio de azeite e deixar cozinhar em lume brando durante 10 a 15 minutos
· Juntar o arroz que se deixa dourar um pouco, e por fim a água já a ferver.
· Quando estiver quase cozido deitar um pouco mais de estragão.
· Servir com uma boa salada verde.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Lendo - Ricardo Araújo Pereira

Esta crónica de RAP é simplesmente genial e põe-nos de facto a pensar no ponto a que chegámos:

A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada
Quando, no passado domingo, o Ministério das Finanças anunciou que o Governo vai prestar uma garantia de 20 mil milhões de euros aos bancos até ao fim do ano, respirei de alívio. Em tempos de gravíssima crise mundial, devemos ajudar quem mais precisa. E se há alguém que precisa de ajuda são os banqueiros. De acordo com notícias de Agosto deste ano, Portugal foi o país da Zona Euro em que as margens de lucro dos bancos mais aumentaram desde o início da crise. Segundo notícias de Agosto de 2007, os lucros dos quatro maiores bancos privados atingiram 1,137 mil milhões de euros, só no primeiro semestre desse ano, o que representava um aumento de 23% relativamente aos lucros dos mesmos bancos em igual período do ano anterior. Como é que esta gente estava a conseguir fazer face à crise sem a ajuda do Estado é, para mim, um mistério.
A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.
Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.

Ricardo Araújo Pereira
(in Visão)

Musicando - 9:13


A propósito do próximo 9:13 escreve hoje, no DN/Madeira, João Filipe Pestana:


Pretende ser a alavanca de mudança de quem se quer afirmar artisticamente independentemente da área de intervenção. Ambiciona ser um conceito de liberdade criativa que procura a afirmação do individual como irrepetível e único. Chama-se simplesmente '9:13', já vai para a sua quarta edição e irá reunir um total de 15 bandas e artistas da Madeira no próximo dia 15 de Novembro, sábado, no Clube Naval do Seixal, no Norte da ilha.
O espectáculo musical, em ritmo de 'jam session', arrancará a partir das 9 horas e 13 minutos da noite (referência directa ao '9:13'), com as actuações de bandas regionais como On Mute, Black Dog Blues Band, Negative Rule, entre muitos outros (ver lista completa no destaque à direita), apresentando sonoridades rock, pop, grunge, blues, metal, etc.
"Será o encontro de artífices apaixonados pela canção, que têm como musa castrante a nossa ilha (...) Com os nossos tradicionais poucos recursos iremos fazer muito. Esta vai ser, provavelmente, a melhor 'jam party' até agora feita", refere a organização do evento, o autodenominado CRAP (Comité Regional de Apoio à Produção). "Nestes encontros com chancela do CRAP procuramos trocar experiências e ideias. Mas acima de tudo queremos criar um espaço onde nos possamos admirar uns aos outros. Queremos acabar com essa ideia sem sentido de que a capacidade de admiração não passa do próprio umbigo", refere a promotora.
"A prova da nossa força crescente é o número de bandas e projectos culturais regionais que já aderiram a este evento do CRAP que vai para a sua quarta edição. Até ao momento e sempre em aberto para novas adesões são já 15 os aderentes. Isto é a prova de que crescemos a olhos vistos e que a união é possível, pois só assim seremos, de certeza, mais fortes", conclui.

15 participantes

Carolina Pereira, Sandra Branco, DD Peartree, Undercover, Lidiane Duailibi, O Gordo e os Pimba, Angover, Black Dog Blues Band, Filipe Ferraz, Dogma 4.1, Negative Rule, Sonzinho, Exordya, On Mute e Mashup Brigade.

João Filipe Pestana


Musicando - Nicotine's Orchestra no Kool

Kool Klub
Special Feature

NICOTINE'S ORCHESTRA no Kool!
Dia 29 de Outubro

Concerto; One-man-band
Rock; Blues; Shoegaze
29 de Outubro 22h

IT’S ROCK N' ROLL BABY, ROCK N' ROLL…

Diz que vem da Detroit portuguesa, o Barreiro, e actua no Kool Klub Kafe a 29 de Outubro.
Nick Nicotine é maestro. Os blues substituem a alma deste one-man-band maníaco. É o branco com a voz mais negra de Portugal, numa viagem sem retorno pelas raízes do rock, shogaze e claro, os blues que se querem sujos, directamente dos becos da Big Apple.
Na bagagem traz um álbum editado "Le Trahison des sons" e várias garrafas de whisky.
A Nicotine's Orchestra tem percorrido toda a Península Ibérica a contar histórias de ódio, amor, droga, álcool, mulheres, miúdas, Deus, o Marrafico, enfim...o normal nestas coisas do rock n' roll.
Performance imperdível, dia 29, no Kool.


Links:
http://www.myspace.com/nicotinesorchestra
http://circulodefogo.inforzone.com/entrevistas-n.htm

domingo, 26 de outubro de 2008

Teatrando - De Homem para Homem

Uma das mais fascinantes actrizes portuguesas vem até nós. Marquem já na agenda as datas e, por favor, não percam esta peça de teatro.
No DN/Madeira de hoje pode ler-se a propósito:


'De Homem Para Homem' vai estrear no Funchal no dia 24 de Novembro, mantendo-se em cartaz nos dias 25 e 26 de Novembro no Teatro Municipal Baltazar Dias.
O novo projecto de Beatriz Batarda, que será apresentado cá no contexto das comemorações dos 500 anos do Funchal, é um monólogo inspirado numa história verídica do século XX de uma mulher que assume a identidade do marido para tentar sobreviver aos tempos difíceis.
Neste monólogo poético e político, como descreve o Teatro Nacional São João, por onde a peça vai passar a seguir, a actriz é 'Ella', uma mulher que não consegue arranjar emprego e como solução casa com um homem mais velho e doente para poder ter um tecto e o que comer.
Tudo estaria bem, ou menos mal, não fosse a situação complica-se com o diagnóstico de cancro ao marido.
Com a morte anunciada e o seu 'emprego' em risco, Ella recolhe as informações necessárias para manter aparentemente vivo o companheiro Max Gericke, pagando pelo facto o preço elevado da morte da sua própria identidade.
Numa Alemanha pobre e a recuperar da guerra, Ella vê-se forçada a mentir, traficar e matar. É baseada no original de Manfred Karge 'Jacke Wie Hose', uma história criada a partir de factos verídicos.
O trabalho tem encenação do espanhol Carlos Aladro, com que a actriz já trabalhou em outras ocasiões. Conta com a participação do músico Pedro Moreira e do arquitecto Manuel Aires Mateus, este último na área da cenografia.
"Ella não tem identidade, perde a identidade por desespero. Com medo de fazer as escolhas erradas, faz sempre as escolhas erradas, em actos de valentia, no fundo, faz a escolha cobarde e vai perdendo a sua humanidade ao longo dos tempos por fazer essas más escolhas", disse a actriz numa entrevista à Lusa.
'Ella' é uma mulher que na busca por uma solução mais fácil vai-se perdendo, perdendo a humanidade e transformando-se num monstro, revelou ainda a actriz à agência de informação.

Paula Henriques

sábado, 25 de outubro de 2008

Apoiando - Apoio Financeiro Estatal às Artes

Os concursos de apoio financeiro estatal às artes para 2009 vão ser abertos na próxima segunda-feira pela Direcção-Geral das Artes (DGA), que disponibilizará 19.450.000 euros para as várias áreas artísticas, revelou hoje à Agência Lusa fonte da entidade.
De acordo com o director-geral das Artes, Jorge Barreto Xavier, entre 27 de Outubro e 18 de Novembro deste ano, os agentes culturais vão poder candidatar-se aos concursos para Apoios Directos (quadrienais, bienais e anuais), e para Apoios Indirectos (acordos tripartidos) às artes 2009 promovidos pela DGA, entidade tutelada pelo Ministério da Cultura.
Ainda de acordo com a mesma fonte, «os apoios pontuais ocorrerão semestralmente e não constam deste aviso de abertura, prevendo-se a sua abertura para 2009».
Uma das novidades do novo regime dos concursos de apoio financeiro às artes, que este ano sofreu algumas alterações, é o alargamento do acesso das áreas artísticas, com a inclusão das artes plásticas e da fotografia, anteriormente apoiadas através de outros organismos do Ministério da Cultura.
Segundo o director-geral das Artes, «verificou-se um aumento de 15 por cento no montante financeiro dos grandes concursos, e de 81 por cento nos concursos tripartidos, mais pequenos, o que é uma boa notícia para a comunidade dos agentes culturais do país, numa altura de contenção», salientou.
Comparou que em 2005 o montante financeiro anunciado foi de 16.900.000 euros e para 2009 ascende a 19.450.000, uma diferença de valor que «possibilita contemplar uma nova área, artes plásticas e fotografia, até agora impedida de concorrer a estas modalidades, e ainda operacionalizar a nova modalidade de apoio anual, acolher novas candidaturas em todas as áreas e modalidades, e permitir também o eventual reforço aos actuais apoios sustentados».
Dados da DGA indicam que o número total de entidades consideradas para apoio no aviso de abertura de 2005 foi de 160, enquanto o actual quadro considera 190, sendo 17 já destinadas para as artes plásticas e fotografia.
No que respeita à distribuição por regiões, «teve-se em atenção que o valor médio de apoio por entidade fosse equilibrado a nível nacional, havendo dois ajustamentos mais evidentes: um acréscimo na Região Norte e uma redução no Algarve, atendendo às dinâmicas de actividade verificadas nas duas regiões».
Quanto à distribuição financeira por áreas artísticas, «manteve-se a sua relação proporcional, dado que a mesma foi confirmada ao longo do período de 2005-2008 no âmbito da contratação efectuada», explicou o responsável à Lusa.
Com as alterações ao regime, a DGA pretende «reconhecer o papel estruturante que a actividade artística pode ter no país, estimulando o seu desenvolvimento e criando novos parâmetros de apreciação e avaliação de resultados, para contribuir para uma melhor percepção do ponto de encontro entre a actividade do Estado neste domínio e o interesse dos agentes culturais, na óptica de serviço público».
Jorge Barreto Xavier também revelou que «vai existir um critério de avaliação nacional e os resultados serão divulgados publicamente».
Relativamente aos apoios tripartidos, a entidade determinou a existência de dois patamares de apoio - 150.000 e 100.000 euros - num total de 600.000 euros para a celebração de seis acordos.
As alterações ao anterior regime de apoio às artes provocaram reacções críticas por parte de alguns agentes culturais, que receavam o atraso dos seus compromissos de trabalho. Estruturas como a Plateia, na região Norte, alertaram para os graves impactos negativos que esses atrasos poderiam causar aos artistas por impossibilidade de garantir compromissos.
Para Jorge Barreto Xavier, essas preocupações são «legítimas», e assegurou que a DGA tudo irá fazer para «respeitando os prazos e os procedimentos legais, trabalhar no sentido de apresentar os resultados dos concursos com a máxima brevidade».
O responsável adiantou ainda que a DGA realizou uma consulta pública aos agentes do sector sobre os princípios de regulamentação de apoio directo, tendo recebido sugestões de cerca de duas dezenas de entidades do sector das artes, entre elas a Plateia -- Associação de Profissionais das Artes Cénicas, a Rede -- Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, o Teatro A Barraca e o GICC -- Teatro das Beiras.
Dos comentários e propostas recebidos foram considerados, entre outros, a não equiparação entre as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto para efeito de factor de majoração, e a diminuição do peso relativo do critério «capacidade de gerar receitas próprias e angariar financiamentos e outros apoios» no computo geral da avaliação.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Musicando - Maria João e Mário Laginha

Maria João e Mário Laginha regressam aos standards de jazz em «Chocolate»
A cantora Maria João e o pianista Mário Laginha editam em Novembro o álbum «Chocolate», que assinala 25 anos desde que tocaram juntos pela primeira vez.
Estiveram quatro anos sem trabalhar juntos, desde «Tralha», mas o desafio de assinalar os 25 anos da estreia discográfica de Maria João levou-os novamente a estúdio para gravar «Chocolate», que sai a 03 de Novembro pela Universal.
«Já temos tocado outras coisas, originais, algumas `covers´, mas nunca mais fizemos `standards´ e a ponte faz-se um bocado com isso: pela primeira vez voltámos a fazer um disco que tem `standards´», disse Mário Laginha, numa entrevista à agência Lusa em conjunto com Maria João.
Para a gravação de «Chocolate», a cantora e o pianista escolheram o mesmo naipe de instrumentos utilizados em «Quinteto Maria João», editado em 1983, mas agora com Juian Argüelles no saxofone, Bernardo Moreira no contrabaixo, Helge Andreas Norbakken na percussão e Alexandre Frazão na bateria.
O alinhamento reparte-se entre versões, como «Goodbye pork pie hat» (Joni Mitchell/Charles Mingus) e «I’ve grown accustomed to his face» (Alan Jay Lerner/Frederick Loewe), e cinco originais, entre eles «I have a heart just like yours» e «Mati Mati».
«Chocolate», cujo título foi escolhido ainda antes de o alinhamento estar definido, é o 12.º álbum em que Maria João e Mário Laginha tocam juntos e o oitavo em que a maioria das composições são suas. Fora desta discografia, ambos editaram em nome próprio.
Num regresso ao passado, Maria João e Mário Laginha recordam os tempos em que gravaram pela primeira vez juntos, em «Quinteto Maria João», e referiram que não tinham nem experiência de estúdio nem consciência do que iria ser o futuro.
«Recentemente estive a ouvir o disco e até tem alguma graça, porque é muito `naif´, mas tem aquela coragem, aquela audácia de quem começa», disseram Mário Laginha e Maria João.
Em «Chocolate», refere Laginha, «já se nota mais que temos personalidade musical, já não estamos a tentar copiar, estamos a tentar fazer uma coisa que é aquilo que agora nos apetece fazer. Há menos ingenuidade, mas há mais vontade de arriscar».
Desde 1983, quando Maria João deixou de ser professora de natação e Mário Laginha um pianista sem discografia, até aos dias de hoje, os dois músicos dizem não ter dado pelo tempo a passar.
«É um lugar-comum, mas passou depressa, foram anos muito preenchidos», disse o pianista.
«Neste tempo, tentámos sobretudo tocar um com o outro e fazer verdadeiramente música e não apenas uma formação para vender discos», corroborou Maria João, a autora do título do novo álbum.
Afinal, chama-se «Chocolate» porque as canções do álbum surgiram aos dois autores «como pedacinhos de chocolate, coisas preciosas e doces» que já não viam há muito tempo.
Maria João e Mário Laginha partilharão «Chocolate» em palco a 30 de Outubro na Casa da Música, no Porto, a 25 de Novembro no Teatro Gil Vicente, em Coimbra, e a 05 de Dezembro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

in Lusa/SOL

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Conversando - I Fórum da Cultura

No DN/Madeira de hoje o jornalista Luis Rocha dá-nos conta do que vai ser o I Fórum da Cultura. Pela leitura da peça, e à excepção de uma das alocuções, parece-me tudo muito arrumadinho e muito mainstream. Ou seja vai-se falar da cultura institucional e, como de costume, deixam-se de fora os movimentos mais marginais e que são eternamente desconhecidos tanto pelo grande público como por aqueles que "dirigem", se assim se pode dizer, a cultura regional. Lá estarei, na medida do possível, para ver como é.
Aqui fica o escrito:


Estão já confirmados quais os oradores da Região convidados a apresentar uma comunicação no 'I Fórum da Cultura da Madeira', que a Secretaria Regional da Educação e Cultura (através da Direcção Regional dos Assuntos Culturais) promove entre nos dias 30 e 31 deste mês. Ao contrário do que inicialmente nos foi anunciado por João Henrique Silva, director da DRAC, o local escolhido para a realização do evento não é o auditório do Arquivo Regional. Optou-se por um espaço diferente, o Madeira Tecnopólo.
Quanto aos convidados da Região, confirma-se a presença de todos os que já havíamos referido na nossa edição do passado dia 17, menos o encenador e actor Élvio Camacho. A estes vieram somar-se alguns outros. Assim, Carlos Gonçalves, director do Gabinete Coordenador de Educação Artística (GCEA) proferirá uma intervenção integrada no primeiro painel 'Cultura na Madeira: Reflexões e Contributos', pelas 11h45 de 30 de Outubro. A sua intervenção intitula-se 'Educação para a Cultura: da Escola ao Palco'. Segue-se uma comunicação do actor e encenador Eduardo Luíz, do Teatro Experimental do Funchal, intitulada 'Hoje, o Teatro na Madeira' e outra de António do Vale, presidente da Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira (AFERAM): 'Cultura Popular e Tradicional: Limites e Oportunidades'. O historiador e académico Rui Carita, por seu turno (cuja participação não tinha sido, inicialmente, anunciada) falará sobre 'Cidade e Património' no segundo painel sobre 'Cultura na Madeira', pelas 16h45 do primeiro dia dos trabalhos. Seguir-se-lhe-á o músico e investigador Vítor Sardinha, com uma intervenção intitulada 'A Música - da Madeira para o Mundo'.

'A Cultura fundida'

Mas um dos títulos mais curiosos das prelecções inseridas no âmbito deste Fórum, e um dos que mais curiosidade suscita, logo à partida, é indubitavelmente o da comunicação de Maurício Marques, empresário e gestor de projectos na área da cultura: 'A Cultura fundida: manual de sobrevivência num mercado de guindastes e betão'. Eis uma intervenção a aguardar com alguma expectativa...
Já no dia 31 de Outubro, pelas 11h15, Francisco Clode, director de serviços de Museus da DRAC, dará início ao terceiro painel sobre as manifestações culturais no nosso espaço insular falando de 'Museus e Turismo Cultural', logo seguido pela docente do Departamento de Arte e Design da Universidade da Madeira, Isabel Santa Clara, que proferirá uma alocução subordinada à temática 'Artes Plásticas na Madeira: circunstâncias de tempo e de lugar'. O último dos prelectores será o pianista, professor e musicólogo Robert Andres, presidente da Associação dos Amigos do Conservatório de Música da Madeira (AACMM), que lançará uma interrogação: 'Cultura para todos e todos para a cultura: será?'.

Três convidados vindos 'de fora'

Conforme já tivemos oportunidade de referir na nossa edição do passado dia 17, além da participação dos responsáveis e agentes culturais regionais convidados, o 'I Fórum da Cultura' conta com a participação de três personalidades vindas de Portugal continental, nomeadamente a museóloga e gestora cultural Simonetta Luz Afonso (31 de Outubro, 9h30) que abordará os grandes acontecimentos que contribuíram, ao logo do século XX e particularmente nas últimas décadas, para a internacionalização da cultura portuguesa; António Pinto Ribeiro (dia 30, 10 horas), ensaísta, programador cultural e ex-director artístico da Culturgest, que fará, na sua intervenção, uma súmula da história da programação cultural e artística em Portugal nos últimos trinta anos, abordando as influências estrangeiras, a produção e os modelos fundamentais da gestão cultural, e que opinará ainda sobre o modelo de programação cultural mais adequado à actualidade, com a globalização, as alterações das redes de equipamentos culturais e o mercado da digitalização; e, finalmente, António Camões Gouveia (dia 30, 15 horas) investigador do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa e do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, que falará sobre as práticas de cultura que envolvem os arquivos, as bibliotecas e os museus, numa releitura da realidade cultural que, na sua perspectiva, "cria riquezas pouco objectiváveis de imediato, visíveis a médio prazo, e sempre transversais na construção de um bem-estar que envolve o cidadão". Para Camões Gouveia, "mais que uma nova área económica, a Cultura é uma envolvência, transversal a toda a sociedade e a todos os poderes (...)'.

Inscrições na Internet

Estes são os convidados a fazer intervenções previstas no programa, mas o Fórum é aberto a todos, e estão previstos seis debates. Embora sendo livre o acesso ao evento, a DRAC informa que está já disponível no site www.culturede.com uma página para inscrições. Mais informações pelo telefone 291211830.

Luís Rocha

Exposição - A Utopia de Venús


Jogando - Vampyre Story

Pedro Camacho, engenheiro civil madeirense compôs a banda sonora para o jogo de vídeo "A Vampyre Story" (Uma História de Vampiros), que será lançado internacionalmente no final de Outubro pela empresa norte-americana de Bill Tiller.
Pedro Macedo Camacho tem 29 anos, nasceu e reside no Funchal, na Madeira, começou a estudar música aos 16 e iniciou a sua carreira no mundo dos videojogos em 2006.
Embora tenha feito alguns trabalhos e ganho vários prémios nesta área, "nenhum consegue chegar de perto da importância deste", disse o compositor.
"Tive muita sorte ao ser escolhido, pois tanto quanto sei, esta é a primeira vez que um português é convidado para integrar um projecto desta envergadura na área dos videojogos a nível internacional, o que é motivo de honra e orgulho", adianta.
Tudo começou quando reparou numa nota num site no qual reconheceu o estilo de pintura igual à saga do "Monkey Island" da autoria de Bill Tiller de que era fã, informando que a empresa estava a contratar artistas gráficos.
Decidiu "telefonar oferecendo o seu trabalho" e não desistiu quando foi informado que seria extremamente difícil porque "já estava tudo praticamente acertado" e, embora pudesse enviar uma demonstração com a sua música, as probabilidades de ser escolhido "eram diminutas e uma batalha desigual".
Determinado, decidiu arriscar e enviou uma composição que fez em dois dias.
Na semana seguinte, foi o próprio Bill Tiller que lhe telefonou a elogiar o trabalho apresentado, acrescentando que "antes de tomar qualquer decisão teria de ouvir o trabalho dos outros compositores previamente contactados, visto que numa aventura gráfica, tal como num filme, a música tem um papel fulcral no sucesso do jogo", informa Pedro.
"A escolha foi muito demorada e competitiva, sobretudo por ser um compositor desconhecido, e só quatro meses depois é que tudo ficou decidido: fui contratado para desenvolver o projecto de toda a banda sonora do jogo, com a duração de 67 minutos, em Fevereiro de 2007", realça.
Bill Tiller é considerado um dos ilustradores mais influentes nesta indústria, trabalhou em várias empresas, como a Lucas Arts, Midway e ArenaNet, antes de decidir criar a sua própria empresa, a Autumn Moon Entertainement.
Entre os seus trabalhos mais conhecidos está a saga de jogos "Monkey Island" da Lucas Arts, "Indiana Jones and the Fate of Atlantis".
Sobre onde foi buscar a inspiração para os diferentes temas, Pedro Camacho afirma que "as ideias surgiram da própria arte gráfica do autor, Bill Tiller".
"É realmente uma honra enorme trabalhar com uma equipa que foi inspiração para grande parte dos criadores destes dias. É tão fantástico que nem consigo dizer por palavras", diz.
Ter sido escolhido "já está a abrir portas para o futuro e torna mais fácil participar em outros projectos engraçados", estando previsto continuar a trabalhar com Bill Tiller, que afirmou publicamente pretender contar com Pedro em próximas aventuras.

Engenharia ou música?

O compositor garante que o seu principal objectivo é "divertir-se com a composição", que considera servir de "escape ao dia-a-dia".
"Isto porque a Engenharia faz parte de mim. Não consigo ver minha vida sem essa área, sou matemático. É óptimo ter estas duas coisas, de dia faço uma e de noite outra para me distrair. Complementam-me e dão-me equilíbrio", conclui.
No que diz respeito à sua formação musical, começou em 1995, com 16 anos, quando começou a estudar composição no Conservatório da Madeira com o maestro argentino Roberto Perez.
Dois anos mais tarde, em Lisboa, passou a frequentar a classe de composição do professor Eurico Carrapatoso com quem estudou quatro anos no Conservatório Nacional.
"Foi graças a este grande professor, que considero o melhor em Portugal, que consegui realmente entender o que é música na sua essência e como criá-la", destaca.
Simultaneamente com ensino clássico teve aulas de jazz incentivado pelo tio, o pianista madeirense Jorge Borges.
"O lançamento do jogo está previsto para finais de Outubro nas principais capitais mundiais, no Dia das Bruxas, podendo surgir um pouco mais tarde em Portugal", conclui.

Nuno Morna/Lusa

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Musicando - Omara Portuondo

Omara Portuondo, a diva da música cubana, regressou a Portugal para dois concertos: ontem cantou na Casa da Música, no Porto, descendo hoje até à Aula Magna de Lisboa.
A intensa e aveludada voz de Omara foi um dos segredos mais bem guardados de Fidel, até Wim Wenders a ter mostrado ao mundo no filme "Buena Vista Social Club". Ela, que já era um mito em Cuba, tornou-se um mito global, depois de aparecer ao lado de outras lendas como Compay Segundo, Ibrahim Ferrer e Rubén González (já falecidos e cujos fantasmas, jura ela, nunca a abandonam).
No momento em que comemora 60 anos de carreira (de idate tem 78), a cantora tem em mãos dois trabalhos, ambos lançados já em 2008: "Maria Bethânia e Omara Portuondo" (disco de duetos com a cantora brasileira) e "Gracias", que inclui participações de convidados tão ilustres como Pablo Milanês, Avishai Cohen, Chico Buarque, Jorge Drexler, Richard Bona e Chucho Valdés. Nesta digressão, Omara aproveita para levar ao palco as canções da sua vida.
Nós por cá ficamos quase sempre à margem destas coisas. Contentemo-nos então com o Youtube:

Omara Portuondo - Veinte Años



Musicando - AC/DC

Aí está o novo AC/DC. Sempre iguais... sempre bons!!!!!

AC/DC "Rock 'N Roll Train"


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Musicando - Lidiane Duailibi no Kool 22-10-2008


A música brasileira regressa ao Kool pela excelente voz de Lidiane Duailibi, acompanhada por Barroco Azevedo na guitarra e por Kiko Melim na bateria.
A presença em palco e uma interacção constante com o público são as características fortes deste trio fantástico!
A brasileira Lidiane Duailibi é uma voz bastante conhecida dos madeirenses pela sua grande qualidade tendo já um CD editado entre nós: “Abraço da Terra”.
No Brasil, Lidiane fez a abertura de espectáculos de Rosa Passos e de Gilberto Gil, ministro da cultura brasileiro que ainda há bem pouco tempo actuou entre nós. Dona de voz e interpretações arrebatadoras, Lidiane hipnotiza o público e leva-o numa viagem de emoções e ritmo onde estão sempre presentes as influências da bossa nova e do samba.
Lidiane é, sem dúvida, a respiração do trio.
Nascido no Brasil Barroco Azevedo é guitarrista, produtor artístico e musical tendo já actuado em grandes eventos como o Rock In Rio para mais de 250.000 pessoas, passando também nas grandes casas de espectáculos brasileiras como o Canecão, a Galery e estádios como o Maracanãzinho, entre muitos outros.
O artista gravou pela Leblon Records o CD “Soul do Rio” com a Banda Brylho, compositora de uma das músicas mais passadas nas rádios brasileiras no século XX.
Antes de se radicar na Ilha da Madeira em 2001, durante 4 anos consecutivos, fez parte da banda residente da Rede Globo, a maior televisão brasileira, nos programas “Domingão do Faustão” e “Caldeirão do Huck”.
Barroco conduz a banda com uma forte influência do pop-rock, jazz, blues, misturando tudo isto com a música brasileira.
O baterista Kiko Melim sofreu sempre grandes influências do jazz e do pop-rock mas é no Brasil, onde viveu quatro anos, que busca a inspiração para ser o chão e a pulsação do trio.
Juntos, os artistas apresentam um repertório que vai das canções originais a interpretações de grande compositores brasileiros como Djavan, Gilberto Gil e Márcio de Camillo. Porém, com uma sonoridade muito própria com origem na bossa nova, soul, jazz, blues e o pop-rock.

Onde:
Kool Club
Na Rua do Favilla, nr. 5

Data e horário da apresentação:
22 de Outubro, quarta-feira a partir das 23.45h.

Televisando - Vou-te Bater!


A partir da próxima edição do Irreverência (programa de Tiago Goes Ferreira na RTP/M) e a cada 15 dias, eu e o Pedro Afonseca vamos iniciar uma rubrica "Vou-te Bater!". Trata-se de mais um passo em frente deste conceito e do agregar de mais uma pessoa ao grupo, que passa a ser constituído por uma vertente Madeira (Nuno Morna, Paulo Lopes e Pedro Afonseca) e por uma vertente Lisboa (Pedro Ribeiro, Carlos Moura e António Raminhos).
O programa da estreia do "Vou-te Bater" é já no próximo sábado, dia 25 de Outubro, entre as 19h e as 20.30h.
O Irreverência tem um blog que pode ser encontrado em: http://irreverencia-rtpm.blogspot.com/

E estamos já a preparar o regresso do Comedy Club lá para finais de Março do próximo ano.

Cinema - Goodnight Irene

Mais uma prova de que o cinema português está vivo e se recomenda. Será que iremos ter a portunidade de ver este filme no circuito de salas madeirenses? Duvido!!!!!

"Goodnight Irene", do realizador português Paolo Marinou-Blanco, conquistou o prémio de melhor filme no Festival de Cinema de Nova Orleães, informou a produtora, a Filmes do Tejo.
Esta primeira longa-metragem do realizador tem no elenco Nuno Lopes (Bruno), Robert Pugh (Alex) e Rita Loureiro (Irene). O filme conta a história de dois homens muito solitários, que podiam ser pai e filho, e que coabitam na casa de uma enigmática mulher. O título "Goodnight Irene" foi retirado de uma célebre canção folk norte-americana.
"A maioria das ideias que tenho surge de uma imagem ou de uma voz interna de uma personagem que me fascina e a partir daí tento perceber o que é que estou a dizer a mim próprio", disse recentemente Paolo Marinou-Blanco em entrevista à agência Lusa.
Marinou-Blanco trabalha com consultor de guiões para cinema e está a escrever a história para o seu próximo filme, com um tema semelhante ao de "Goodnight Irene". A acção do filme passa-se na Índia e em Portugal. "É uma história sobre a passagem do tempo, sobre pessoas que se isolam da vida. Sinto que esse tema está a surgir novamente", disse o realizador.


in Lusa

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Poema (XXI)


De Pablo Neruda, um dos meus poetas favoritos, chegou-me por mão amiga este poema brutal. Adoro...



Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.


Pablo Neruda

Cinema - Micro Festival - Concurso de Microfilmes Funchal 2008

Pode ler-se no DN/Madeira de hoje:
A criatividade dos mais novos, e não, só vai estar à prova no dia 12 de Novembro, durante o Micro Festival - Concurso de Microfilmes Funchal 2008, o primeiro que se realiza na Madeira.
O evento, que acontecerá no âmbito do Festival Internacional de Cinema do Funchal, lança um desafio aos concorrentes: A produção de um vídeo a partir de um telemóvel com câmara, que deverá ter a duração máxima de um minuto. O tema específico será revelado apenas no próprio dia.
"O público alvo são os jovens embora, naturalmente, não haja limite de idade para a participação", diz ao DIÁRIO Henrique Teixeira, director do Festival Internacional de Cinema do Funchal.
A iniciativa pretende, conforme adiantou, "mexer com o público em relação ao próprio festival", que decorre de 7 a 15 de Novembro. Outro dos objectivos é "cativar as atenções dos mais novos, alertar os jovens em idade escolar para este tipo de eventos, para a possibilidade de participação fácil e que acaba sendo muito divertida. Visa também estimular a criatividade num ambiente saudável".
A inscrição no concurso poderá ser feita através do site do festival de cinema, (www.funchalfilmfest.com), na loja e no site do Diário de Notícias (www.dnoticias.pt), nas escolas, loja Optimus (Madeira Shopping), Café do Museu, Fora D'Oras e no Teatro Baltazar Dias.
A oficialização das candidaturas só acontecerá no dia do evento, no Kool Klub Kafé entre as 12 e as 19 horas. Na ocasião, para além da confirmação da candidatura, os concorrentes descobrem o tema do concurso, recebem duas tshirts, uma credencial e também dois bilhetes duplos para o Festival de Cinema.
Os trabalhos obedecerão a um tema e a um local e deverão resultar da criação original do participante.
Os filmes terão de ser descarregados no próprio dia, em computadores existentes no Kool Klube Kafé. Serão seleccionados 15 trabalhos cuja apresentação decorrerá à noite no referido café onde actuará um agrupamento musical. No final do concerto, serão conhecidos os três grandes vencedores que receberão um telemóvel da Optimus, com câmara de filmar. Os microfilmes finalistas poderão ser vistos no 'site' do DIÁRIO de Notícias (www.dnoticias.pt) no dia seguinte ao evento.

Teresa Florença

domingo, 19 de outubro de 2008

Efeméride - Fernando Pessoa

A Casa Fernando Pessoa organiza, de 25 a 28 de Novembro, o I Congresso Internacional Fernando Pessoa, uma iniciativa que pretende pôr em diálogo vários especialistas na obra do escritor, bem como poetas, pintores e cineastas inspirados pelo autor de “Mensagem”.
A conferência inaugural do evento – que encerra as comemorações dos 120 anos sobre o nascimento do poeta português – vai estar a cargo do ensaísta Eduardo Lourenço, recentemente distinguido com a Medalha de Mérito Cultural.
“Os segredos revelados pelas anotações marginais de Pessoa à sua própria biblioteca, os pontos de contacto entre a obra de Pessoa e a de outros génios da literatura (como o Padre António Vieira, Shakespeare, Joyce ou Yeats), as relações entre Pessoa e a psicanálise ou as suas ligações à astrologia serão outros temas abordados neste Congresso”, refere uma nota da Casa Fernando Pessoa.
O Congresso, que vai decorrer no Auditório do Turismo de Lisboa, contará com as participações de Antonio Cicero, Arnaldo Saraiva, Fernando Cabral Martins, Fernando Pinto do Amaral, Jerónimo Pizarro, Ivo Castro, João Botelho, José Blanco e Júlio Pomar, entre outros. A iniciativa vai ainda contar com um espectáculo de Camané, que vai cantar fados com poemas de Pessoa.
in Lusa

sábado, 18 de outubro de 2008

Blogando - Estado Sonoro

Shame on me. O meu bom amigo Rui Pedro tem um blog todo catita e cheiinho de informação musical e só agora é que dei por ele. Shame on me...

O Estado Sonoro fica mesmo aqui: http://estadosonoro.blogspot.com/

Mais um Blog que, para mim, passa a ser de referência!!!!!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Blogando - CRAP


O CRAP (Comité Regional de Apoio à Produção) acaba de lançar o seu Blogue.

Pode ser encontrado aqui: http://coreappr.blogspot.com/

Musicando - CéU

Acabo de descobrir "isto" no Youtube. E quero mais... muito mais!



Musicando - dEUS

Entrevista com os dEUS: Ponto de fuga
Davide Pinheiro (in Diário Digital)

Por esta altura, os dEUS já devem ter casas de férias em Portugal, tal a quantidade de vezes que cá vêm. O vocalista Tom Barman explicou ao Disco Digital essa química tão especial.

Vamos começar pelo fim. Como é que se explica uma relação tão próxima com Portugal?
Não sei muito bem. Há países em que é uma canção, noutros é um vídeo, noutros pode ser um álbum ou até um concerto. No caso de Portugal, houve um concerto muito especial na Aula Magna, em 1994, creio, e a partir daí fomos sempre bem recebidos mesmo em maus momentos. O público sempre nos deu mais oportunidades. Ainda este Verão, estivemos em Paredes de Coura e foi fantástico! Chovia imenso e a paisagem é lindíssima. Tocámos a seguir aos Mars Volta, o que foi interessante.

Ao fim destes anos todos, não se cansam uns dos outros e da estrada?
Claro, mas esta é a nossa vida. Não é muito agradável estar a conduzir numa segunda-feira à noite no meio da Alemanha e apanhar uma chuvada mas quando chegamos ao palco esses problemas desaparecem. Esse cansaço é natural mas também nos levou a uma pausa de cinco anos, o que ajudou a aliviar um bocado o ambiente na banda. Por exemplo, estamos agora em Madrid e vamos chegar a Lisboa com 40 concertos em cima. É muito mas vale a pena! Se não gostássemos disto, não andaríamos aqui.

Li que em 2009 poderá haver um novo álbum dos dEUS. Isto é verdade?
Não necessariamente. Nós queremos voltar para estúdio o mais depressa possível e contamos ter tudo pronto daqui a um ano mas, provavelmente o disco só vai sair no início de 2010. Já temos algumas canções novas e uma delas até vai ser apresentada em Portugal. Há mais uma ou duas surpresas mas não posso revelar.

Essa capacidade produtiva resulta da facilidade de gravar?
Não. No nosso caso, é mesmo da nossa vontade. Não gostamos de passar muito tempo a gravar porque custa imenso dinheiro mas é necessário! Nós somos uma banda que acima de tudo gosta de andar a tocar ao vivo, como já disse há pouco.

Já sentem na pele a crise económica?
Sinceramente, não. Tudo isso depende de mercados e eu não ligo minimamente a essas questões. Espero é que as pessoas não se deixem contagiar pelo pessimismo porque, aí sim, poderemos sofrer todos com a crise. O público deixa de sair, vai a menos concertos e nós tocamos menos. Não sou especialista em economia nem quero ser. Sou apenas um tipo que escreve canções.

Normalmente, em tempos de crise há mais música com intenções políticas declaradas. Isso poderá acontecer com os dEUS?
Não. Nós não somos observadores da sociedade. Tentamos apenas ir ao fundo de nós e tentar extrair pensamentos e emoções. Sinceramente, estou-me a borrifar para esses problemas porque a única coisa que me interessa mesmo é a música. Compreendo a questão e, se me lembrar, de uns Smiths no tempo da Tatcher, concordo, mas falando por nós, isso não vai acontecer.

Como é que aparecem o Guy Garvey (Elbow) e a Karin Dreijer (The Knife) no disco «Vantage Point»?
O Guy é meu amigo. Costumamos sair e beber uns copos. A participação dele só ficou decidida mesmo num último instante mas resultou bem, pelo menos eu gosto. Já a Karin foi um caso diferente, porque necessitávamos de uma voz sensual como a dela. Mandou-lhe um mail e não muito tempo depois estávamos a gravar.

Há alguma coisa nova a surgir na «cena» belga?
Chamar-lhe «cena» é complicado apesar de nos encontrarmos todos regularmente. Sinceramente, não acompanho muito mas destaco os Black Box Revelation, que andaram connosco em digressão. Sinceramente, não sou a melhor pessoa para responder à questão porque não sigo com muita atenção.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Lendo - Booker Prize

O livro "O Tigre Branco" do escritor Aravind Adiga, de 34 anos, é o vencedor do Man Booker Prize 2008, um dos mais prestigiados prémios da literatura mundial.
O escritor e jornalista indiano Aravind Adiga foi distinguido com o Man Booker Prize 2008 devido ao seu primeiro trabalho, "O Tigre Branco", sendo aos 34 anos o mais jovem finalista deste prémio, recebendo ainda um prémio monetário de perto de 64 mil euros.
Esta é apenas a terceira vez, em 40 anos de Booker Prize, que um escritor ganha o galardão com o primeiro livro que escreve
"O Tigre Branco" conta a história de um protagonista que é capaz de usar todos os meios necessários para concretizar o seu sonho de escapar de uma aldeia pobre para o sucesso de uma grande cidade.
Michael Portillo, um dos membros do júri, justificou a atribuição do prémio a Adiga, por entrar num território pouco falado na literatura sobre a Índia, um lado negro da Índia, com passagem pelos principais aspectos políticos e sociais da sociedade indiana moderna.
in Público

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Musicando - Black Dog Blues Band no Kool


Hoje, 15 de Outubro a partir das 23.45h.

O blues sempre esteve profundamente ligado à cultura afro-americana, especialmente aquela oriunda do sul dos Estados Unidos (Alabama, Mississipi, Lousiana e Georgia), dos escravos das plantações de algodão que usavam o canto, posteriormente definido como "blues", para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho.
Há várias versões sobre aquela que é a primeira composição de blues, assim como seu compositor. Diz a lenda que o autoproclamado "Pai do Blues" W. C. Handy ouviu este tipo de música pela primeira vez em 1903, quando viajava clandestinamente num comboio e observava um homem que tocava guitarra com um canivete. Daí teria surgido aquele que é dito como o primeiro blues da história, o “St. Louis Blues”.
A BLACK DOG BLUES BAND em S. Paulo, Brasil, em 1989, tendo o seu mentor Daniel Caires Henriques voltado a residir na Madeira, de onde é originário, a partir de Janeiro de 2006 dando continuidade ao projecto com músicos regionais. As suas últimas actuações têm mesmo incluído um naipe de sopros que muito tem valorizado este excelente projecto.
No seu alinhamento musical a banda tem como proposta os blues nas vertentes Mississipi, Chicago e Jumpin’ Blues da Califórnia, permitindo a quem tenha o prazer de assistir a um dos seus espectáculos desfrutar de uma viagem que vai desde a origem deste género musical, no Mississipi, passando por uma das suas fases intermédias (Chicago) e terminando numa das suas versões mais recentes (Jumpin’ da Califórnia).

Musicando - Lançamento "A Madeira e a Música"


clicar sobre a imagem para ver maior

Musicando - Buraka Som Sistema

A MTV Portugal anunciou que os Buraka Som Sistema foram eleitos a melhor banda portuguesa e disputam a partir de terça-feira o título de «Artista favorito da Europa» com os candidatos de cada um dos outros 22 canais regionais da MTV na Europa.
Os cinco nomeados para a edição deste ano eram os Buraka Som Sistema, o rapper Sam The Kid, a cantora Rita Redshoes, os Vicious Five e o músico Slimmy.
Entre os artistas portugueses que já venceram edições anteriores do prémio regional da MTV contam-se os Da Weasel, Moonspell e os The Gift.
A 15/a edição dos Prémios Europeus de Música da MTV decorrerá no Echo Arena em Liverpool, este ano Capital Europeia da Cultura.
Este ano, os Coldplay e a cantora Duffy lideram os prémios com três nomeações cada.
A cerimónia será transmitida em directo pela MTV Portugal e por todos os canais regionais da MTV espalhados pelo mundo.
Lisboa acolheu esta mesma cerimónia em 2005, juntando-se a outras cidades como Londres, Paris, Roma e Munique.
in Lusa


Elegendo - Homer Simpson Impedido de Votar em Barack Obama

O episódio em causa só vai ser transmitido nos Estados Unidos no dia 2 de Novembro, dois dias antes das eleições presidenciais, mas uma das cenas já circula na Internet há algum tempo. Chegado à secção de voto, Homer Simpson tenta votar em Barack Obama, mas a máquina insiste em contar os votos para o candidato John McCain.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fotografando - William Claxton

William Claxton, o fotógrafo que conquistou um lugar cimeiro na história da fotografia por imortalizar grandes músicos de jazz dos anos 50, como Stan Getz, Duke Ellington e Chet Baker, morreu este sábado em Los Angeles. Claxton tinha 80 anos e não resistiu a uma falha cardíaca no Cedars-Sinai Medical Centre, o hospital onde estava internado, segundo a edição online do “Los Angeles Times”.
Apreciador de música jazz, William Claxton, deixa para trás um leque de imagens ícone de músicos como Chet Baker, que ajudou a catapultar para a fama em 1952. Desde que iniciou a carreira como fotógrafo Claxton fotografou Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Mel Torme, Duke Ellington, Thelonious Monk ou ainda Stan Getz. O seu trabalho foi publicado em revistas de renome como a “Life”, “Paris Match” e “Vogue”, entre outras. Fotografou ainda Bob Dylan, Frank Sinatra e Steve McQueen de quem se tornou amigo. Deixou também marca no mundo da moda. Em 1960, com a mulher Peggy Moffit a servir como modelo, fotografou as peças do controverso estilista Rudy Gernreich.
Autor de inúmeras capas de discos, Claxton dizia que a fotografia era como “jazz para os olhos”. Nas suas fotografias “tentava capturar a tensão entre o artista, o instrumento e a música”, como se pode ler no seu site oficial.
Quando começou como director de arte e fotógrafo residente na produtora discográfica Pacific Jazz propôs-se redefinir a fotografia deste género de música. “A maioria das fotografias que representam músicos de jazz mostram-nos suados, com as caras a brilhar no escuro cheio de fumo. Isso era o jazz para a maioria das pessoas. Mas aqui na costa oeste, eu quero salientar o facto de os músicos viverem num ambiente saudável. Por isso ponho-os de propósito na praia, nas montanhas ou a na estrada com os seus descapotáveis”, disse numa entrevista ao "Los Angeles Times".
A propósito da morte de Claxton, o editor da Taschen, Benedikt Taschen, afirmou: “Era meu amigo e um pilar na editora. Era um grande fotógrafo e um homem magnífico que tocava a vida dos seus amigos graças a sua generosidade, charme e gentileza”.

in Público

Chet Baker



Jazzlife

John Coltrane


Jazzlife

Televisando - Um Mundo Catita


O "Mundo Catita" é uma mini-série de ficção em 6 episódios para televisão.

Trata-se de uma produção independente resultante da colaboração e investimento de duas novas produtoras: a Indivídeos a Pato Profissional Lda.

Filmada em HDv e em película, a série apresenta-nos uma viagem ao imaginário tresloucado de Manuel João Vieira, onde os sonhos se misturam com uma cinzenta realidade, e onde seguimos o protagonista numa sucessão de aventuras e desventuras. É uma comédia de costumes, um conto de Natal, e um épico romance.



segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Lendo - Herberto Helder

O mais recente livro de Herberto Helder «A Faca Não Corta o Fogo - súmula e inédita», lançado na quinta-feira, encontra-se esgotado no armazém da editora, anunciou um representante da Assírio e Alvim.
O livro não será reeditado «porque Herberto Helder não reedita. Quando muito existirá, talvez mais tarde, um novo livro que acrescente algo a estes poemas, como este volume faz com poemas já anteriormente publicados. É o poema contínuo», disse Luís Guerra, da Assírio e Alvim.
«Estávamos à espera disto porque os novos poemas deste livro são muito fortes. Existia uma grande expectativa que a saída do livro não frustrou», disse ainda Luís Guerra, que também revelou ter recebido, desde quinta-feira, inúmeros pedidos de várias livrarias de todo o país.
«A Faca Não Corta o Fogo - súmula e inédita» teve uma tiragem de 3000 exemplares e já só existem os que se encontram à venda nas livrarias. Durante o fim-de-semana, a crítica literária nacional foi unânime no aplauso ao mais recente livro de Herberto Helder.

in Lusa

sábado, 11 de outubro de 2008

Musicando - Punk d'Amour


Na passada 4ª feira, nas noites Kooltura, os Punk d'Amour passaram pelo Kool Klub. O preconceito e o provincianismo que entre nós habita faz com que não olhemos para a nossa produção musical regional com olhos de ouvir. Não me canso de gritar bem alto que a produção regional não fica a dever nada ao que se faz noutros centros culturais do país.
Assistir a um concerto dos madeirenses Punk d'Amour é uma aventura. Ferraz e os seus "muchachos" têm aquela habilidade só ao alcance de alguns de nos "agredirem" com malhos sonoros que nos inebriam levando-nos assim numa viagem de puro entretenimento.
Interessante o conceito de, tirando o Filipe e o Bruno, a banda não ter um alinhamento fixo. Por aqui já passaram dezenas de músicos o que me tem permitido ouvir as músicas tocadas de diferentes maneiras.
E chegam-nos as letras. Acutilantes, mordazes, cheias de duplos sentidos. A poética dos Punk d'Amour é talvez da melhor que anda a ser musicada em Portugal.
Em palco vivem do burlesco. A "fraca" figura de Ferraz enche completamente os olhos pela força da sua presença. Isto parece não fazer sentido mas é mesmo assim.

Cozinhando - Cataplana

Na passada 5ª feira reiniciei a minha experiência televisiva. Todas as quintas vou tentar conduzir o Lado a Lado da melhor maneira que sei e posso.
O meu primeiro convidado foi o Martim Velosa que nos propôs uma Cataplana de Carne de Porco, receita por si criada. Acreditem que estava deliciosa.


CATAPLANA DE CARNE DE PORCO

INGREDIENTES

800 gr feijoca
Couve
2 cebolas
2 tomates ou 1 lata de tomate pelado
250gr carne de porco
200gr bacon
1 chouriço de vinho
1 morcela
2 dentes de alho
¼ lt vinho tinto
Azeite, sal e coentros a gosto

MÉTODO

Colocar os ingredientes às camadas pela seguinte ordem:
Cebola picada + alho
Tomate picado
Couve cortada
Carne de porco
Bacon + chouriço + morcela
Feijoca

· Regar com o vinho e um fio de azeite
· Adicionar o sal
· Levar ao lume
· Quando estiver cozida adicionar os coentros e misturar tudo
· Deixar descansar alguns minutos antes de servir

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Musicando - Madredeus o Regresso

Os Madredeus regressam aos palcos em Novembro, com nova formação e novo álbum: “Metafonia” vai ser apresentado no Teatro Ibérico, em Lisboa, espaço onde o conjunto fez, há 20 anos, os primeiros ensaios.
O álbum – a editar no dia 20 de Outubro – é um duplo, com inéditos e temas antigos dos Madredeus, grupo agora relançado por Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade, depois da saída, em 2007, de Teresa Salgueiro, José Peixoto e Fernando Júdice.
Nos concertos agendados para 6, 8, 13 e 15 de Novembro, Pedro Ayres e Carlos Maria Trindade vão apresentar os “Madredeus & A Banda Cósmica”, uma formação alargada a duas vozes principais e sete instrumentistas, destacando-se a inclusão de harpa, guitarra eléctrica, violino e percussão.
“A nova formação dos Madredeus pretendeu inventar uma nova concepção de música cantada em português para grandes espectáculos, inspirada na diversa tradição das suas próprias composições e nos arranjos da música popular da Europa, da África Ocidental e do Brasil”, revelou Pedro Ayres Magalhães, em comunicado.
O músico mantém-se na guitarra clássica e assume a direcção musical e de produção, ao passo que Carlos Maria Trindade continua nos sintetizadores, juntando-se ao grupo as cantoras Mariana Abrunheiro e Rita Damásio e os músicos Ana Isabel Dias (harpa), Sérgio Zurawski (guitarra eléctrica), Gustavo Roriz (guitarra baixo), Ruca Rebordão (percussão), Babi Bergamini (bateria) e Jorge Varrecoso (violino).
Segundo Pedro Ayres Magalhães, com esta nova formação vislumbra-se “um caminho contemporâneo” para o grupo: “A partir de agora, podemos sempre fazer os concertos de câmara, que são a nossa tradição, ou apresentarmo-nos perante audiências maiores, com a Banda Cósmica, a banda que toca mais alto”.
O duplo álbum “Metafonia” reparte-se por um disco com doze originais e um outro com sete temas retirados de trabalhos anteriores dos Madredeus. Foi gravado em Agosto, no estúdio de Carlos Maria Trindade, no Alentejo, mas está a ser preparado desde o final do ano passado, altura em que os dois músicos mentores do novo projecto fizeram audições para cantoras e trabalharam nos arranjos do antigo e novo repertório.
Foi também nessa altura que Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade testaram ainda a introdução de novos instrumentos que vão alterar a sonoridade do grupo, acontecendo precisamente a “metafonia”, que dá nome ao álbum. “Há muito que eu e o Carlos desejávamos poder tocar as nossas composições, mais alto e para mais pessoas – tantas foram as solicitações para os Madredeus se apresentarem em grandes concertos ao ar livre e festivais”, sublinhou Pedro Ayres.
Os Madredeus surgiram em 1986, em Lisboa, com uma sonoridade que destoava do pop-rock de então. O grupo, que procurava inspiração na tradição popular portuguesa, deveu muito do sucesso às melodias de Pedro Ayres e à voz de Teresa Salgueiro.
Com cerca de três milhões de discos vendidos em todo o mundo, os Madredeus tiveram, nas duas décadas de existência, várias vidas. Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Francisco Ribeiro, que estava na formação inicial, saíram nos anos 90’, tendo entrado depois Carlos Maria Trindade, José Peixoto e Fernando Júdice.

in Lusa

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Lendo - Nobel da Literatura

in Público

O Nobel da Literatura foi hoje atribuído ao escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio. O Comité Nobel considerou o escritor merecedor do prémio pela sua narrativa de "aventura poética" e de "êxtase sensual", "explorador de uma humanidade para além (...) da civilização reinante".
Jean-Marie Gustave Le Clézio tem três obras suas publicadas em portugal: "O Caçador de Tesouros", na Assírio e Alvim, um romance influenciado pela sua vida nas ilhas Maurícias, e ainda "Deserto e Estrela Errante", na D. Quixote.
Jean-Marie Gustave Le Clézio nasceu a 13 de Abril de 1940, em Nice, mas os seus pais tinham fortes ligações às Maurícias, antiga colónia francesa no Índico conquistada pelos britânicos em 1810.
Com oito anos, Le Clézio e a sua família mudaram-se para a Nigéria, onde o seu pai, médico de profissão, foi colocado durante a II Guerra Mundial.
Foi precisamente na Nigéria que começou a sua carreira literária com dois livros: “Un long voyage” e “Oradi noir”.
O escritor cresceu a falar duas línguas: Francês e Inglês. Em 1950 a sua família regressou a Nice. Depois de completar o secundário, estudou Inglês na Universidade de Bristol, entre 1958 e 1959, completando os seus estudos em Nice, no Instituto dos Estudos Literários, em 1963.
Depois disso fez um mestrado na Universidade de Aix-en-Provence, em 1964, e escreveu uma tese de doutoramento que versava sobre a História do México, na Universidade de Perpignan, em 1983.
Tornou-se depois professor universitário, tendo dado aulas nas universidades de Banguecoque, Cidade do México, Boston, Austin e Albuquerque, entre outras instituições.
Le Clézio recebeu muita atenção mundial por altura do lançamento do seu primeiro romance: “Le procès-verbal”, em 1963. Sendo então um jovem escritor que surgia numa época pós-existencialista, Le Clézio emergiu como alguém que tentava elevar as palavras a um estado superior ao discurso do dia-a-dia, dando-lhes de novo o poder de invocação da realidade essencial, especifica o Comité Nobel. “O seu romance de estreia foi o primeiro de uma série de descrições de crise, onde se inclui igualmente a colecção de contos 'La fièvre' (1965) e 'Le deluge' (1966), onde descreve o medo reinante nas principais cidades ocidentais".
Mesmo nas suas obras iniciais, Le Clézio revelava-se já como um autor comprometido com a ecologia, uma vertente que se acentuou com as suas obras “Terra Amata” (1967), “Le livre des fuites” (1969), “La guerre” (1970) e com “Les géants” (1973).
A sua definitiva consagração como autor surgiu a par da publicação de “Désert” (1980), pelo qual foi distinguido pela Academia Francesa. O Comité Nobel sublinha que a obra de Le Clézio contém, nessa obra, “imagens magníficas de uma cultura perdida no deserto do Norte de África, em contraste com uma descrição da Europa vista pelos olhos de imigrantes indesejados. A personagem principal do livro, Lalla, é uma antítese utópica da fealdade e da brutalidade da sociedade europeia”.