terça-feira, 31 de março de 2009

Lendo - O Triunfo dos Porcos

O poeta TS Eliot, enquanto director da editora Faber and Faber, nos anos 40 do século passado, recusou o manuscrito de O Triunfo dos Porcos, de George Orwell, por considerar a obra «nada convincente» e «trotskista».

Numa carta de 1944 em que justifica a sua recusa em publicar a obra na editora, Eliot, afirma que não era o momento para publicar o romance anti-estalinista.

«Não estamos convencidos de que seja o ponto de vista correcto. É a obrigação de qualquer editora de interesses e motivos distintos dos meramente comerciais publicar livros que vão contra a corrente do momento» , escreve.

O poeta e editor observa ainda não estar seguro de que aquilo que Orwell conta no seu romance «seja o que há que dizer neste momento».

A carta, integrada na colecção particular da viúva de Eliot, Valery, desde a morte do autor de Quatro Quartetos, será mostrada num documentário a exibir em breve na BBC.

Na sua carta, Eliot argumenta que o ponto de vista de Orwell, que o poeta considera «trotskista», «não é convincente».

A Eliot parece ter incomodado especialmente a caracterização que Orwell faz dos porcos na obra.

No romance, Napoleão, um suíno brutal que parece representar o ditador soviético Estaline, triunfa no final sobre Bola de Neve, um animal mais simpático, benfeitor de outros animais, que parece inspirado na figura de Trotsky.

De qualquer modo, Eliot registou também elogios para a obra de Orwell: «Estamos de acordo em que é uma destacada obra literária: a fábula está tratada com grande habilidade e a narrativa mantém sempre o interesse do leitor».

O editor termina a sua carta lamentando ter de rejeitar o manuscrito após elogiar o trabalho de Orwell, que qualifica de «boa literatura», caracterizada por uma «integridade fundamental».

O Triunfo dos Porcos , Animal Farm no original, foi publicado em Inglaterra pela primeira vez em Agosto de 1945 pela Secker and Warburg.

Lusa

Musicando - Dazkarieh

Aqui fica uma entrevista dada pela banda a Davide Pinheiro do sítio Disco Digital e umas fotografias do lançamento do disco "Hemisférios" tiradas por Filipe Morna Gomes.

Os Dazkarieh estão a comemorar dez anos de vida com a edição do duplo «Hemisférios». Vasco Casais passou em revista a primeira década da banda.

Que balanço fazem destes primeiros dez anos?
É um balanço super-positivo de um percurso sempre em crescendo. Gravámos quatro discos, demos 300 concertos e chegámos a muitas pessoas. Este é o álbum mais conseguido. Os dois primeiros foram experiências. O terceiro já soa a banda.

Esse crescimento é também um reflexo de um circuito de world music que se desenvolveu?
Acho que foram dez anos com ciclos. De facto, o circuito da world music cresceu. Quando editámos o primeiro álbum, a música étnica estava na moda. Com o passar do tempo, a world music ganhou outro estatuto, mais mainstream. Hoje, há bandas em festivais embora quase todas de fusão.

Os Dazkarieh enquadram-se em alguma facção?
Nós identificamo-lo como música portuguesa. É um rock alternativo folk experimental. Um dos hemisférios do novo disco serve exactamente para pegar na tradição oral portuguesa.

Como é que encontram um «centro» na vossa música?
Experimentamos sem qualquer problema. Cada um tem os seus gostos e depois o que houver em comum é o que nos une. Sabemos o que cada um gosta. Dessa equação, sai o que distingue a nossa personalidade.

Como é que surgiu a ideia de gravar um disco com duplo?
Não sei bem como surgiu. No disco anterior já tinhamos explorado a relação com a tradição. Lembro-me que na Cidade do México, ao pequeno-almoço, se falou na hipótese de fazermos um álbum duplo com originais e versões. Abraçámos esse projecto, que se tornou o objectivo máximo da banda.

Foi um disco difícil?
Não lhe chamaria difícil mas sim trabalhoso. Foi o disco em que a banda mais se empenhou. Houve muito trabalho a partir de Julho na sala de ensaios, sobretudo quando não tínhamos concertos.

Para quem não vos conhece, como é que obtêm aqueles sons que parecem guitarras eléctricas?
Todos os instrumentos que usamos são acústicos e mantemo-los mas criamos outras camadas. Processamos os sons através de amplificadores e pedais. Como não são instrumentos vulgares, o som e a captação são diferentes. O resultado é um som muito próprio.

Como é que são recebidos no estrangeiro?
Em geral, somos bem recebidos. No leste, diz-se que as pessoas são frias mas acaba tudo a dançar. Em geral, tem corrido bem: Estónia, México e Espanha são países que nos trazem boas recordações. Na Alemanha até já temos um clube de fãs .

Que sonhos é que ainda não concretizaram?
Estamos sempre a sonhar e este disco concretizou alguns deles. Conseguimos uma fusão mais una entre acústico e eléctrico. Agora, queremos chegar ao maior número de pessoas e tocar em festivais maiores. No fundo, o objectivo é consolidar a nossa carreira como músicos.

Musicando - Jerome Faria

Escreve João Filipe Pestana no DN/Madeira de hoje:

Acaba de ser editado o novo trabalho da autoria de Jerome Faria, programador e compositor na área da música electrónica experimental. O álbum chama-se '-0º' e é mais um registo musical da autoria deste produtor que tem procurado talhar caminhos entre o conceito vulgar de música e sonoplastia através do uso de técnicas de produção destrutivas e, por vezes, até dissonantes.

Jerome, que se manifestou satisfeito pelo resultado final, refere que o álbum foi gravado entre Novembro de 2008 e Fevereiro de 2009, em Portugal e Suíça. Adianta que o mesmo está disponível para audição e compra através do portal http://broqn.bandcamp.com.

Jerome Faria, também conhecido pelo projecto musical NNY, já editou vários álbuns, por exemplo, o trabalhoo 'NNY++', lançado pela editora madeirense Almasud Records.

Estreou-se pela primeira vez ao vivo no Festival Madeira Dig em 2004.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Entrevistando - Paulo Branco

Sofia Canelas de Castro entrevistou o produtor cinematográfico português Paulo Branco no Correio da Manhã:

Paulo Branco, produtor, analisa o estado do cinema português, critica o novo Fundo de Investimento para o sector e reclama pelo reforço do organismo oficial que gere apoios à indústria. E ainda aponta o dedo à tutela.


Como está o estado actual do cinema em Portugal?
A época de ouro do cinema português, anos 80 e 90, quando apareceram pessoas como o Pedro Costa, o Manoel de Oliveira, o João César Monteiro, a Teresa Villaverde, o João Botelho, e hoje, a comunidade política e a comunicação social têm tendência a esquecer-se desse período que levou o cinema português além-fronteiras. A qualidade do cinema em Portugal só foi possível graças a uma estrutura que, mal ou bem, resistiu às mudanças de governo, às mudanças de ministros. Essas estrutura é que tem de ser reforçada e não questionada. O Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), com as diversas denominações que teve ao longo dos tempos, foi o instrumento número um, que possibilitou ao cinema português ter aquela áurea enorme técnica.

Para si, o ICA foi então o grande impulsionador do cinema?
Exactamente. Fez aparecer poucos, mas alguns, produtores, muitos, e grandes realizadores e actores. Os grandes actores da televisão actual começaram no cinema. Rita Blanco, Bernardo Luís, Alexandra Lencastre, Margarida Vila-Nova... E o importante neste momento é não destruir esta base mas sim reforçá-la. E é preciso lembrar que nada disto foi feito com o orçamento geral do Estado, mas sim através da taxa de 4 por cento derivada da publicidade. Os contribuintes não tiveram participação e até deviam ter tido, como em tudo.

Então o que passa no cenário actual do cinema?
Há uma grande ignorância e novo-riquismo os decisores que estremeceram, nos últimos três anos, esta estrutura que é indispensável e devia ter mais fundos para além da taxa dos quatro porcento. Em vez de ter havido o reforço dos meios do ICA, houve um deslumbramento para caçar, a qualquer preço, espectadores. O grande cinema não pode ser feito com esse espírito. Mais do que isso, houve um desvio de uma lei que nos punha ao nível da Europa e que, de certa forma, obrigava qualquer operador audiovisual a investir em cinema e audiovisual. Isso foi transformado num projecto que só tem trazido a pior confusão e um grande oportunismo. É quase um caso de polícia.

Está a falar do Fundo de Investimento no Cinema e Audiovisual (FICA)?
Sim, é um discurso demagogo e aldrabão e uma caça ao dinheiro do Estado, através do Ministério de Economia. Este fundo é uma lei desviada dos contornos originais e que promete retornos impossíveis de obter. É um monstro, um aborto, que não tem nada a ver com critérios culturais. Mesmo que um filme faça 300 mil espectadores, o retorno ao produtor são 150 mil euros e os filmes são feitos com, pelo menos, um milhão e meio ou dois milhões de euros. Portanto não há retorno (como é regra para obtenção do fundo). A Lei que devia fomentar a cultura acabou por ser esquecida e desviada.

Nunca concorreu ao FICA?
Concorri e obtive uma pequena participação para o ‘Entre os Dedos’ (de Tiago Guedes e Frederico Serra’) mas as regras do FICA são de tal forma kafkianas...

Não voltou a tentar?
Mais uma ou duas vezes mas não cheguei sequer a discutir os projectos... Não me interessa.

Os filmes apoiados pelo FICA não conseguem então cumprir a regra do retorno relativa a este fundo?
É uma profusão de audiovisual de baixa qualidade mas não consegue espectadores para dar retorno nem sequer a nível cultural. Só dá uma imagem do país inacreditável e ‘inexportável’.

Então acha que se devia abolir o FICA?
O FICA nunca devia ter existido. A única estrutura que devia gerir o audiovisual em Portugal era o ICA e sem permitir baixar a qualidade. Não sei quem vai querer comprar, lá fora, o ‘Equador’ e é inacreditável que o primeiro produto audiovisual sobre Salazar tenha sido aquilo (‘A Vida Privada de Salazar’). Estamos muito abaixo de Berlusconi. E isto tem sido feito com o beneplácito do próprio ministro da Cultura que diz que isto não tem nada a ver com ele e adoptou a posição de avestruz.

E o ICA serve os propósitos do cinema português?
Tenho muitas críticas ao funcionamento da instituição mas não ponho em causa a estrutura. Quero é o reforço da estrutura com um reforço de verbas e responsabilização na promoção e desenvolvimento da produção audiovisual, além da cinematográfica, e com critérios de qualidade. Deviam ser criadas condições para que o ICA funcionasse melhor: deixasse esta burocratização excessiva e reforçasse as suas receitas – até podia ser com o reforço de 1% do volume de negócios das televisões privadas –, ter uma maior preocupação na distribuição e exibição e uma transparência no apoio a festivais. E rever o incentivo a primeiras obras, assim é difícil surgirem novos realizadores...

Há novos talentos no cinema?
Eu fiz nascer muitos novos e bons realizadores mas só com 10 filmes por ano é muito difícil fazer surgir novos talentos. Ou se criam condições para mais filmes ou não só não surgirão novos como será difícil confirmar os que existem.

“A PARTIR DO CARRILHO, TUDO DESCARRILOU”

Concorreu nas duas edições (e únicas até à data) do seu Estoril Film Festival?
Sim, mas segundo o ICA o festival teria de existir há mais de três anos.

Só terá, eventualmente, apoio na quarta edição?
Mesmo aí já me disseram que atribuíram a maior parte das verbas, nos contratos-programa de três ou quatro anos.

Como vê esse facto?
Quem dirigia o ICA, muitas vezes, seguia directrizes, nem sempre muito claras, do Ministério da Cultura. Enquanto o ministério tinha condições, corria tudo bem...

Está a falar de que época no ministério, da de Manuel Maria Carrilho?
Até aos tempos dele. Desde então nenhum ministro se leva a sério. Era importante o ministério da Cultura ter uma parte, do orçamento geral do Estado para a Cultura. A partir do Manuel Maria Carrilho, tudo descarrilou. Durante esse período, havia pessoas mais ou menos qualificadas no ICA e uma preocupação e atenção por parte do ministério.

E agora...
A seguir a Carrilho, o ICA passou a ser um depósito de funcionários públicos, pessoas que desembarcaram ali por amizades políticas e sem nenhuma experiência no cinema. E os ministros deixaram essas pessoas ir gerindo a situação. Ultimamente, numa tentativa de criar uma maior transparência, houve uma burocratização kafkiana e começaram-se a criar regulamentos. Criou-se uma teia de regulamentações e uma forma incompreensível de eleger os júris e distribuir os apoios anacrónica e completamente errada, com um lavar das mãos dos ministros. Chegou-se a um ponto absurdo em que os funcionários têm um poder absoluto e inventaram regulamentos impraticáveis e agora dizem que já não os podem mudar...e foram eles que os criaram. Por exemplo, as curtas-metragens têm de ter até 90 minutos e as longas-metragens a partir dessa duração. E um dia eu comentei: ‘Mas há grandes obras-primas só como 70 ou 80 minutos, como é que fazemos?’ ‘Só tem de ampliar o genérico mais uns minutos, foi a resposta que me deram’...

Quem?
O Dr. Nuno Fonseca, que já não está na direcção. O caso de ‘Singularidades de Uma Rapariga Loira’, última obra de Manoel de Oliveira, tem 64 minutos é um caso fora-da-lei. Este é só um exemplo para se perceber o anacronismo dos regulamentos que foram inventados...

Mas considerando ‘Os Mistérios de Lisboa’, que o Paulo Branco quer produzir e filme com o qual se candidatou ao ICA, em que discordou do regulamento (ao ponto de interpor uma providência cautelar, entretanto dada como improcedente, e consequente recurso)?
Eles tentam objectivar situações difíceis de serem objectivas. E o ICA tem júris que não têm relação nenhuma com o cinema ou a produção de filmes. É muito grave que sejam essas pessoas que vão analisar quem deve ou não deve filmar. Neste caso, o que se passa é que é tudo objectivado.

Especificamente com ‘Os Mistérios de Lisboa’, que ficou em terceiro lugar – excluído, portanto –, como está a situação?
Está num impasse. Como se encontra na Justiça preferia não falar agora. Meti nova providência cautelar e espero. Isto não pode servir como álibi para não serem tomadas decisões em relação aos concursos, para que tudo esteja parado como acontece neste momento. Isso é grave. Há uma série de outros concursos à espera de serem homologados pelo ministro da Cultura. E eu não quero de forma alguma parar a máquina.

Mas está convicto que o seu projecto merece apoio do ICA?
Segundo as regras, não estou só convicto, é inquestionável que tenho direito.

Se resultar em nova improcedência, o que fará?
Só espero é que não venha a atrasar mais concursos. O ministro não pode lavar as mãos.

Se ele homologar o concurso, que está para ser despachado, e confirmar os vencedores escolhidos pelo ICA – João Canijo e Edgar Pêra – o que fará com o seu projecto?
Defender-me-ei como acho que devo e acabou. E não se preocupe que vou fazer o filme.

Mas concorreu ao segundo concurso?
Sim, aguardo resultados.

Se ganhar ou ficar entre os contemplados, deixa cair o caso na Justiça?
Sim, não estou aqui para chatear ninguém.

PRÓXIMOS PROJECTOS DO PRODUTOR

Fale-me de ‘Os Mistérios de Lisboa’, de Raoul Ruiz.
É um dos projectos mais fascinantes que tenho em aos a partir de um texto brilhante do Camilo Castelo Branco. E é adaptação desse projecto a uma série, três episódios de hora e meia, e um filme. E será filmado pelo Ruiz, um dos maiores realizadores dos nossos tempos...

Porque não um realizador português, sendo uma obra de Camilo?
Curiosamente, nenhum português se interessou pelo projecto. E implica meios que com o Ruiz terei, além de ele ser o cineasta internacional que mais ligações tem a Portugal: filmou cá muitas vezes, conhece as equipas, os actores... Já fiz 25 filmes com ele, dos quais sete ou oito em Portugal.

Quem serão os protagonistas e qual o orçamento?
Ainda não estão escolhidos. O orçamento do filme e da série será cerca de quatro, cinco milhões de euros.

E depois segue-se a megaprodução de 10 millhões de euros, a sua maior de sempre, do ‘Cosmopolis’, a partir do livro de Don DeLillo...
Esse é para arrancar para o ano e será filmado pelo Olivier Assayas.

Musicando - Agenda

Concertos em Portugal, 30 de Março a 5 de Abril

Segunda-Feira, 30 de Março
Juliane Banse
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 19h00

Terça-Feira, 31 de Março
Ivan Lins & Jane Monheit
Cascais, Casino do Estoril, 20h30

Quarta-Feira, 1 de Abril
Mão Morta + Murdering Tripping Blues
Lisboa, Cinema São Jorge, 21h30

Quinta-feira, 2 de Abril
The Cinematic Orchestra
Lisboa, Aula Magna, 21h00

Sexta-Feira, 3 de Abril
Mike Doughty
Porto, Passos Manuel, 22h00

Sábado, 4 de Abril
Buraka Som Sistema + Cool Hipnoise + X-Wife + Klepht + Fingertips + doismileoito
Lisboa, Aula Magna, 21h00

Magic Numbers + Legendary Tiger Man
Porto, Casa da Música, 21h30

Domingo, 5 de Abril
The Skatalites + Raspect + Humblek
Lisboa, Santiago Alquimista, 22h00

sábado, 28 de março de 2009

Cinema - Aquele Querido Mês de Agosto

O filme «Aquele querido mês de Agosto» de Miguel Gomes arrecadou hoje, no Festival Internacional de Guadalajara (México), os prémios especiais do Júri e de Som.

O filme, a segunda longa-metragem do realizador português está a competir este fim-de-semana no Festival de Cinema Independente de Buenos Aires, onde será ainda exibida uma retrospectiva da obra completa do realizador português.

Protagonizado por Catarina Wallenstein, «Aquele querido mês de Agosto» foi já distinguido no Festival de Cinema de Las Palmas (Canárias), com os prémios Lady Harimaguada de Prata e o José Rivero atribuído ao Melhor Novo Realizador.

O filme português deverá estar presente nos festivais de cinema de Wisconsin que se realiza de 02 a 05 de Abril, de São Francisco (23 de Abril a 07 de Maio), de Los Angeles (18 a 28 de Junho), e ainda, na Nova Zelândia, em Auckland (10 a 27 de Julho) e de Wellington (18 de Julho a 03 de Agosto).



Dançando - Peer Gynt, etc.

Escreve o DN/Madeira de hoje:

A Sala Ursa Maior no Tecnopólo acolhe hoje à noite, a partir das 20h30, o espectáculo 'Peer Gynt, etc.', que será levado à cena pela ADAM - Associação de Dança e Arte da Madeira.

Este evento junta em palco, ao longo de mais de uma hora, alunos da referida associação, bem como um grupo de outros alunos do Curso Profissional de Intérprete de Dança Contemporânea, do Conservatório - Escola das Artes da Madeira e Kathleen Lourenço e Victor Neri, ex-bailarinos do Casino. Tatiana Somkina e Natasha Silva são outras das estrelas desta nova produção, que conta com a participação de mais de 40 bailarinos, dez deles avançados.

Os bilhetes podem ser adquiridos no local, a partir das 18h30. Custam dez euros para o público em geral e metade deste valor para estudantes e seniores.

As coreografias originais e as adaptações são de Sergey Abakumov.

Comendo - Chega de Saudade


Apareçam hoje a partir das 14h. Ainda há alguns lugares. As marcações fazem-se para o nº 291 24 22 89

sexta-feira, 27 de março de 2009

Teatrando - C. S. I. Funchal

O blog já está no "ar" em:

http://csifunchal.blogspot.com/

Teatrando - 27 de Março, Dia Mundial do Teatro

Mensagem Internacional do Teatro 2009
por Augusto Boal

Somos todos actores

Todas as sociedades humanas são espectaculares no seu quotidiano, e produzem espectáculos em momentos especiais. São espectaculares como forma de organização social, e produzem espectáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de ideias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espectáculos, mas também os rituais quotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espectáculos da vida diária onde os actores são os próprios espectadores, o palco é a plateia e a plateia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida quotidiana.

Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espectáculo, eu dizia aos meus actores: “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, géneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Assistam ao espectáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!

Actores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

Augusto Boal

quarta-feira, 25 de março de 2009

Cozinhando - Na Cozinha Com... no "Chega de Saudade"

(clicar sobre a imagem para ver maior)

As coisas em que eu me meto....

Passeando

Na semana passada estive em Lisboa. Aqui ficam alguns momentos...


ORAL Tour!
No IPS (Instituto Politécnico de Setúbal) - dia 17 de Março
com Pedro Ribeiro, António Raminhos e Carlos Moura


Irmãos Catita com Phil Mendrix no Maxime


"Os Produtores" um musical a não perder no Tivoli, com Miguel Dias, Manuel Marques e Rita Pereira.




Lançamento de "Hemisférios" dos Dazkarieh no Cinema S. Jorge. Este tema é uma recriação do "Baile da Meia Volta" do Porto Santo. Neste CD é também possível ouvir uma versão da nossa "Cantiga de Embalar".

terça-feira, 24 de março de 2009

Musicando - Buraka Som Sistema

Musicando - Teiskon Mieslaulajat

Ainda no DN de hoje e pela mão de Catanho Fernandes pode ler-se:

O coro masculino Teiskon Mieslaulajat, da cidade de Tampere, na Finlândia, vai fazer duas apresentações no Funchal durante esta semana.

A primeira será hoje na Igreja do Colégio, com início pelas 20h30, com acesso livre. A segunda terá lugar no Museu de Electricidade/Casa da Luz, na quinta-feira, dia 26, com início pelas 20 horas.

Este coro finlandês foi fundado há cerca de 50 anos na terceira maior cidade da Finlândia, por iniciativa das congregações evangélicas luteranas, sendo hoje o segundo agrupamento do género mais importante de Tampere. Nos últimos dez anos passou por importantes desenvolvimentos, criando inclusive algumas outras valências artísticas, nomeadamente em peças teatrais e outros eventos musicais, em que participam também os familiares dos coralistas.

O Coro Teiskon Mieslaulajat apresentará esta noite na Igreja do Colégio um repertório constituído por músicas espirituais num concerto de cerca de 40 minutos. Este grupo tem tido ao longo da sua história uma presença frequente nos mais importantes eventos religiosos de Tampere, além de actuações em outras cidades finlandesas, e no estrangeiro, onde o grupo se desloca a expensas dos seus membros. Anteriormente actuaram na Suécia, Estónia e na Espanha. Desde o ano passado que tinham escolhido a Madeira, onde se deslocaram cerca de 140 pessoas. A maior parte dos artistas, todos eles amadores, fazem-se acompanhar por familiares.

O coro é dirigido pelo maestro Tuomas Laatu, conhecido intérprete de música espiritual. O seu talento como barítono é muito apreciado no Norte da Europa, onde tem sido protagonista de diversa óperas e solos em serviços religiosos. É cantor e organista residente da Catedral de Tampere.

O espectáculo da quinta-feira, dia 26, no Museu de Electricidade terá entradas pagas (7,5 euros por pessoa) e será diferente do da Igreja do Colégio. Será um 'show' musical, com algumas partes teatralizadas e com música ligeira, bem diferente do que será realizado hoje na Igreja do Colégio.

Musicando - Couple Coffee

Escreve Paula Henriques no DN/Madeira de hoje:

Couple Coffee viajam ao som da Bossa Nova Kool Klub recebe amanhã a banda que canta também composições de Zeca Afonso.

Chamam-se Couple Coffee e são a proposta para mais uma das 'Noites Kooltura', amanhã no Kool Klub Kafe. A dupla brasileira radicada em Portugal promete uma viagem musical íntima pelos principais compositores de terras de Vera Cruz e não só.

Luanda Cozetti na voz e Norton Daiello no baixo eléctrico formam a Couple Coffee, uma revelação no panorama da música nacional: "A voz carismática de Luanda aliada à genuinidade da sua interpretação fez dela um dos grandes destaques da nova música popular brasileira", apresentam.

A técnica, sensibilidade e criatividade da vocalista são destacados nas interpretações de covers que apresenta com "uma roupagem pouco vulgar, intimista mas simultaneamente alegre", acrescentam.

A dupla, que por vezes actua e grava com outros músicos, estreou-se com 'Puro', em 2005, um álbum que contou com a participação de J.P.Simões e Sérgio Costa do Quinteto Tati, Vitorino, Jorge Palma e Gabriel Gomes. Dois anos depois chegou ao mercado 'Co' as Tamanquinhas do Zeca', um álbum centrado na obra do cantautor português José Afonso. Seguia-se o projecto de originais, mas em 2008 decidiram adiar e homenagear os 50 anos de Bossa Nova com um álbum gravado ao vivo no Musicbox, o 'Young and Lovely'. Deverá ser sobretudo destes dois discos que sairá a maior parte dos temas para o concerto de amanhã, a partir das 23h45 no Kool.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Twitter

Pode pensar-se que são todas falsas, mas há muitas estrelas genuínas no Twitter. E algumas estão entre quem mais alimenta o webservice de microblogging no mundo, como o actor Ashton Kutcher ou o basquetebolista Shaquille O'Neal.

Como será o dia-a-dia das estrelas? O que será que comem, bebem, que livros lêem, que música ouvem? Terão um quotidiano cheio de desafios excitantes? De viagens cansativas e diferentes fusos horários? Há uma nova janela para responder a estas perguntas: o Twitter.

Como em todos os sites ou serviços de redes sociais antes dele, desde um clássico blogue a um MySpace ou Facebook, nem sempre é a pessoa representada que escreve os tweets (as mensagens do Twitter). Mas muitas vezes, mais vezes talvez até do que poderíamos esperar, é mesmo o cantor/cantora/actor/actriz que coloca no fluxo de informação do Twitter farrapos do seu dia, o que está a fazer, comer, ler, ouvir ou pensar. Basta ver os índices do twitterholic.com (mede quem envia mais tweets em cada dia) para ver várias estrelas reais: o actor (e marido de Demi Moore) Ashton Kutcher, o comediante Jimmy Fallon (que substituiu, no início do mês, Connan O'Brien no programa Late Night with... da estação de televisão americana NBC), o actor britânico Stephen Fry ou o basquetebolista Shaquille O'Neal.

O Twitter é um serviço de rede social com base num site, descrito como microblogging, que permite a disseminação, em tempo real, de mensagens com um limite máximo de 140 caracteres; as mensagens podem ser enviadas ou recebidas por SMS, em telemóveis ou PDAs com acesso à Internet, para além de aparecerem no próprio site, no perfil do utilizador e de quem o seguir. E é inevitável: a primeira vez que se vê aqui uma celebridade pensa-se logo que não é mesmo ela - ou então que tem uma equipa a escrever os tweets.

Tina Fey, que ganhou uma projecção enorme nas últimas eleições americanas com a sua imitação de Sarah Palin no Saturday Night Live, disse recentemente: "Quem quer que escreva a minha página no Twitter tem muita piada. Mas não sou eu." Sabe-se que Britney Spears tem uma equipa - diz-se que ela escreve "ocasionalmente". Mas muitas contas de Twitter mostram demasiados pensamentos vazios por hora, demasiados comentários despretensiosos e não especialmente engraçados para serem obra de uma equipa.

Shaquille O'Neal começou a sua odisseia no Twitter depois de descobrir um impostor que tinha uma conta com o seu nome e foto. Em vez de processá-lo, resolveu desmascará-lo colocando no Twitter o perfil de the real Shaq e alimentando-o profusamente.

Eles em casa! E em Berlim!

O que partilham os famosos? Um pouco de tudo. As mensagens de 140 caracteres podem ser entediantes - quem quer ler sete ou oito tweets sobre o jejum espiritual de P. Diddy ou quem quer ler sobre a terrível indecisão entre fazer um cheesecake ou um bolo de limão de Lily Allen? - mas o poder de atracção das estrelas ultrapassa esse pormenor. E muitas dão material para isso, como o casal Ashton Kutcher-Demi Moore que vão lançando, através do Twitter, fotos e vídeos on-line - Eles em casa! Eles em Berlim! - ou Shaquille O'Neal, que faz por vezes um jogo com os seus seguidores anunciando, através de uma mensagem (via telemóvel), que está numa dada zona e quem o encontrar primeiro ou disser o local exacto ganha um prémio: normalmente bilhetes para jogos.

Quem quiser uma página com uma directoria de celebridades americanas ou internacionais pode usar o celebritytweet.com, onde é possível acompanhar os tweets das personalidades públicas (no Twitter "seguem-se" pessoas, no Celebrity Twitter "perseguem-se" as estrelas). A lista é uma miscelânea. Está lá Karl Rove, o comentador e antigo estratega do ex-Presidente George W. Bush, que tanto faz links para artigos que escreveu em jornais como põe alertas de uma bicicleta que alguém que conhece perdeu. Está lá o ciclista Lance Armstrong (agora está a dar uma entrevista, há pouco estava a ouvir Radiohead no quarto do hotel). Está lá Diablo Cody (que escreveu o argumento do filme Juno e comenta o filme que acabou de ver ou anuncia que pintou o cabelo de vermelho e parece "pelo menos cinco meses mais nova").

Também lá está o escritor-fabricante-de-best-sellers Paulo Coelho (que pode falar de críticas aos seus livros, do seu novo podómetro ou de um artigo no diário israelita Ha'aretz acerca da guerra em Gaza). O celebritytweet mostra ainda as "hipóteses de amizade" dos utilizadores comuns com a estrela em causa: "Excelent!" (o escritor Paulo Coelho, a argumentista Diablo Cody); "Dream on!" (o jogador dos Phoenix Suns Shaquille O'Neal, o cantor Sean "P. Diddy" Combs); ou "No Way" (a cantora Imogen Heap, o comentador Karl Rove).

Entre as primeiras grandes celebridades a aparecer no Twitter e a colocar frases realmente suas está o britânico Stephen Fry. Algumas palavras? "Arse, poo and widdle" - que, se tivermos mesmo de traduzir, será "rabo, cocó e chichi". Fry escreveu o chorrilho à laia de desabafo: estava aborrecido por ter ficado preso num elevador e usou o seu telemóvel para partilhar o momento com o mundo.

E as revistas cor-de-rosa?

A facilidade de uso do telemóvel e a capacidade fotográfica dos aparelhos fazem com que possamos ter acesso a alguns instantâneos da vida de certas celebridades, desde a pizza e cerveja de Ashton Kutcher ao bolo de chocolate que a cantora Lily Allen está a comer na cama ("nojento em retrospectiva, delicioso na altura", comenta a cantora) ou à vista do seu quarto de hotel em Sydney ("via-se a ópera").

Há ainda quem use o Twitter para se vingar dos paparazzi: Mrs. Kutcher (sim, é Demi Moore) mostra uma foto de um com a legenda: "Hey paparazzi say hello to your mother for me." Nos comentários, a teoria de que o Twitter vai prejudicar a imprensa cor-de-rosa. "Corta o intermediário", diz também Demi Moore.

O uso do webservice pode ser mais profissional - Jimmy Fallon já usou o Twitter para sugestões de questões vindas de outros twiteiros à actriz Cameron Diaz no seu primeiro mês do Late Night with"; ou mais pessoal - a actriz Mischa Barton confessava o rompimento com o namorado e a cantora Eryka Baduh anunciou o nascimento do filho no Twitter (na verdade foi o marido que foi descrevendo, na sua conta no Twitter, a sucessão de acontecimentos). Por vezes, raras vezes, pode ser a estrela a querer falar com um qualquer cidadão comum: no início desta semana, Demi Moore twitava sobre uma mulher que queria fazer uma cirurgia plástica. "Gostaria de poder contactar esta mulher, Lisa Connell, que quer fazer uma operação para ficar parecida comigo e tentar convencê-la a não o fazer! Ela é uma rapariga linda!"


Maria João Guimarães in Ípsilon


Cinema - IndieLisboa


O Festival Internacional de Cinema Independente - IndieLisboa´09 vai exibir na sua sexta edição 250 longas e curtas-metragens durante onze dias, das quais 23 em estreia mundial, anunciou a organização do certame, em Lisboa.

Numa conferência de imprensa da Zero em Comportamento para apresentação da programação completa que decorrerá entre 23 de Abril e 3 de Maio, em oito salas de cinema de cinco espaços de exibição da capital, Rui Pereira, um dos membros da direcção, afirmou que o evento dedicado ao cinema independente «está já bastante consolidado».

Para isso, segundo o programador, têm contribuído «os apoios estruturais» da Câmara Municipal de Lisboa, da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) e do Instituto do Cinema (ICA), através de protocolos com vigência plurianual.

De um total de 3.120 filmes recebidos pela organização, o IndieLisboa seleccionou 250 - 159 curtas e 91 longas-metragens - para as várias secções, oriundos de todo o mundo: 192 da Europa, 20 da Ásia, 36 da América e dois da Oceania. Globalmente, em género, a programação inclui 40 animações, 66 documentários, 29 filmes experimentais e 115 ficções, num total de 263 sessões distribuídas pelas habituais salas do Fórum Lisboa, Cinema São Jorge, Cinema Londres, e nesta edição alargando-se ao auditório do Museu do Oriente e ao Cinema City Classic Alvalade.

Em declarações à Agência Lusa, Rui Pereira avaliou que este ano há «mais filmes e mais sessões» - 250 filmes e 263 sessões - aproveitando também o alargamento do festival a novos espaços. Na edição de 2008, o festival recebeu cerca de 36 mil espectadores para ver 238 filmes - exibidos no Fórum Lisboa, Teatro Maria Matos e cinemas Londres e São Jorge - dos quais 23 foram estreia mundial.

O Fórum Lisboa mantém-se como área de acolhimento e bilheteira central, enquanto o São Jorge receberá as sessões nobres de inauguração e encerramento do festival, bem como de exibição das ante-estreias, indicou Rui Pereira. Nesta edição, serão homenageados os realizadores Werner Herzog e Jacques Nolot, com a exibição de curtas e longas-metragens de ficção e documentário na secção Herói Independente, que procura dar a conhecer ao público o cinema independente que fica habitualmente à margem dos circuitos comerciais em Portugal.

Segundo Nuno Sena, os programadores aperceberam-se que existe «uma lacuna» na divulgação da obra do realizador alemão, já com cinco décadas: «É um cineasta praticamente invisível» no nosso país, comentou. «Pensámos que seria um cineasta importante para recuperar e redescobrir no quadro da tendência cada vez mais actual da ligação entre o documentário e a ficção», justificou.

Numa retrospectiva inédita em Portugal, para dar a conhecer o conjunto da obra de Werner Herzog, serão exibidos alguns dos filmes que marcam o seu percurso, entre outros, 'Aguirre, o Aventureiro' (1972), 'Fitzcarraldo' (1982) e 'O Enigma de Kasper Hauser' (1974), num total de 26 obras.

Esta «aposta forte» do festival em Herzog, como apontou Nuno Sena, traduz-se ainda, em colaboração com as Edições 70, no lançamento da versão portuguesa do livro 'Segni di Vita, Werner Herzog e il Cinema/Sinais da Vida, Werner Herzog e o Cinema') de Grazia Paganelli.

Outra vertente desta homenagem será ainda a realização da exposição 'Sinais de Vida - Werner Herzog e o Cinema', comissariada por Alberto Barbera e Grazia Paganelli, que terá lugar durante o festival no espaço BES Arte e Finança. Outro Herói Independente homenageado, o francês Jacques Nolot, será alvo de uma selecção de dez obras representantivas ao longo da sua carreira na área da ficção cinematográfica enquanto argumentista, realizador e actor. As três longas-metragens que realizou - 'L’Arrière-pays' (1997), 'La Chatte aux Deux Têtes' (2002) e 'Avant que j’oublie' (2007), este último filme exibido no IndieLisboa 2008 - revelam o carácter autobiográfico da sua obra, expondo uma juventude atribulada e a descoberta da homossexualidade.

Os bilhetes para a sexta edição do IndieLisboa poderão ser adquiridos a partir de 9 de Abril, com a novidade de poderem ser adquiridas cadernetas com vinte bilhetes por 54 euros.

Lusa / SOL

domingo, 22 de março de 2009

Musicando - Nirvana

Os grandes sucessos do grupo de rock norte-americano Nirvana vão ser reeditados em vinil pela editora Original Recordings Group (ORG), que pretende lançar os primeiros álbuns ainda em 2009.

“Nevermind” (1991) deverá ser o primeiro a sair, seguido pelos álbuns “In Utero” (1993) e “Unplugged” (1994).

“Que nós saibamos, esta será a primeira vez que o álbum “Unplugged” sairá em vinil.”, disse Monti Olson, fundador da ORG e vice-presidente da Universal Publishing Group/Interscope Records, à revista “Billboard”.

A gravadora ORG, que surgiu em 2006 como uma pequena companhia centrada na reprodução de música em vinil, chegou a um acordo com a Universal Music, que detém os direitos de reprodução do grupo, para utilizar os álbuns dos Nirvana.

Liderado por Kurt Cobain, o grupo Nirvana foi fundado em 1986, tornando-se num marco da música pop. A banda grunge , como foi classificada pela imprensa, desfez-se em 1994, após o suicídio de seu vocalista.

Os Nirvana venderam cerca de 60 milhões de álbuns no mundo até hoje.

Opinando - Manuel Maria Carrilho

O antigo ministro socialista da Cultura (1995-2000) e actual embaixador de Portugal junto da UNESCO, em Paris, Manuel Maria Carrilho criticou a política cultural do Governo, acusando-a de ser "cada vez mais invisível, ilegível e incompreensível". Na sua opinião, os anos de 2005 a 2009 podem ser "uma legislatura perdida para a Cultura".

A afirmação, divulgada pelo semanário ‘Expresso’, consta de um documento enviado por Carrilho à fundação Res Publica, no âmbito do debate interno que antecede a preparação do programa eleitoral para as próximas legislativas.

O actual titular da pasta da Cultura, Pinto Ribeiro, escusou-se, entretanto, a comentar as afirmações, alegando desconhecê-las. 'Quando ler o documento, terei muito prazer em discutir, em conversar, em analisar', disse ontem, na inauguração do novo auditório municipal de Olhão.

Em declarações ao CM, o poeta e eurodeputado Vasco Graça Moura concorda com as críticas de Carrilho. 'O Ministério da Cultura tem--se afirmado pela inexistência, a inoperacionalidade, a falta de ideias e a incapacidade de tomar medidas', disse. O político social-democrata diz que as suas relações com o antigo ministro da Cultura 'não são propriamente as melhores', mas sustenta: 'No que respeita à tese geral sobre a inexistência de uma política de cultura, estou inteiramente de acordo com aquilo que ele diz.'

No documento em questão, Carrilho defende que 'a cultura pode dar uma importante contribuição na resposta à crise que o País atravessa.' Esta tese é defendida por outras vozes no campo da cultura.

Vasco Graça Moura evoca o teor de uma conferência realizada recentemente no Parlamento Europeu, em que participou. 'O papel da Cultura em tempo de crise pode contribuir para a sua superação', afirma o eurodeputado. Na sua perspectiva, a acção a desenvolver 'terá de ser efectuada na escala de pequenas e médias empresas, com intervenção local, regional e nacional.' Argumentando 'não se poder esperar que a cultura dê emprego definitivo aos desempregados', Graça Moura afirma, no entanto, ser possível esperar 'o surgimento de muitas actividades que permitam fazer face à crise, ocupando gente e remunerando-a condignamente'.

Manuel Maria Carrilho, que se demitiu do segundo Governo de Guterres na sequência do corte imposto ao orçamento do seu Ministério, defende no documento a atribuição de um por cento do Orçamento do Estado à Cultura. Esta percentagem é superior ao dobro da que actualmente é praticada. Para o antigo ministro, que encara a política em vigor como uma ameaça real à Cultura, 'é urgente mudar.'

José Luís Feronha in Correio da Manhã

segunda-feira, 16 de março de 2009

Poesia - Dia Mundial da Poesia

O dia mundial da poesia, que se assinala a 21 de Março, será celebrado na Baixa de Lisboa com um poema gigante escrito numa tela de 150 metros.

A iniciativa conta com a participação de poetas como Inês Pedrosa, Maria Andresen, Eduardo Pitta, Fernando Pinto do Amaral, Manuel Alegre e Nuno Júdice.

Promover e celebrar a poesia levando-a ao «comum do cidadão» é um dos objectivos desta iniciativa promovida pela ACV - Associação Cidadania Viva, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa e o projecto LEM (Lisboa Encruzilhada de Mundos).

Segundo a organização, a iniciativa parte de uma ideia do poeta espanhol Miguel Angel Arenas e o poema gigante será escrito numa tela de 150 metros que vai estar estendida na Rua Augusta entre as 12:00 e as 17:00 e na qual todas as pessoas interessadas poderão acrescentar um verso da sua autoria.

O Dia Mundial da Poesia foi instituído pela UNESCO, organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

domingo, 15 de março de 2009

Passeando

Semana fora da ilha. Dazkarieh (lançamento do novo cd, Hemisférios), Blue Man Group, Maxime, Bairro e etc...
Procurarei manter o blog actualizado...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Musicando - Downloads

Músicos como Billy Brag, Ed O `Brien (Radiohead) e Dave Rowntree (Blur) assumiram que todos aqueles que fizeram downloads ilegais não deverão ser punidos.
A declaração saiu do primeiro encontro da Featured Artists Coalition, ontem em Londres.Kate Nash, Robbie Williams, Mick Jones e os White Lies também estiveram presentes.
Billy Bragg assumiu ao jornal Independent que «os artistas votaram contra a penalização de downloads ilegais». O cantautor queixou-se de uma indústria que ainda «ainda anda atrás de quem descarrega música».
«Se formos por esse caminho, estarmos a pactuar com medidas proteccionistas(...) Os artistas devem ser os detentores da sua obra para poderem decidir se a música deve ser oferecida ou não», disse Billy Bragg.
O baterista Dave Rowntree afinou pelo mesmo diapasão ao referir que «a revolução digital foi excelente». O músico está optimista no encontro de «formas justas de relacionamento entre o artista, os fãs e o governo».

Cinema - As Memórias Que Nunca Se Apagam

Escreve Paula Henriques no DN/Madeira de hoje:

Depois um longo e moroso processo, o filme 'As Memórias Que Nunca se Apagam' chega esta noite ao público, num formato de curta-metragem. A 'premier' da produção madeirense foi marcada para as 21h30, no Centro de Congressos da Madeira, com direito a carpete vermelha.
Sofia Gouveia, Tânia Freitas, Margarida Gonçalves, Gilberto Rosa, Bruno Olim e Fernando Melo são os actores principais da produção, escrita por Dinarte Freitas e realizada por este e por Eduardo Costa. Ao DIÁRIO, o primeiro realizador confessou que não esperava que fosse tão difícil concretizar o sonho.
Mafalda Matos, actriz que participou em 'Morangos com Açúcar', e Vânia Fernandes, a voz de 'Tudo me Dobra Pena', também se juntam à apresentação pública do trabalho. O tema principal do filme tem assinatura de Jorge Salgueiro.
A cerimónia é apenas para convidados, sendo esperado um auditório cheio para assistir à história de um amor nascido em 1936 em São Jorge, que foi adiado pelos ódios entre as famílias e pela emigração, e que, setenta anos depois, ainda tem de lutar contra os preconceitos de uma sociedade fechada que não aceita o amor entre dois seres na velhice.
O filme mostra a Madeira de outros tempos e a actual. Pode acompanhar um excerto de mesmo em http://www.youtube.com/watch?v=kGm6m-If85s.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Musicando - Doors

Santiago Alquimista recorda Jim Morrison dia 20 de Março

O Santiago Alquimista vai promover, no dia 20 de Março, a partir das 23:00 horas, o evento «Flower Power: Jim Morrison – The Lizard King», homenageando o vocalista dos Doors na madrugada de entrada na Primavera.

Os «loucos anos 60» serão o mote da próxima festa do Projecto Marginal, avançou a organização em comunicado.

O programa arrancará com a actuação dos Happiness, banda que se apresenta ao vivo entre Lisboa e Londres, com influências dos Doors, Velvet Underground ou The Stooges. Segue-se a viagem ao rock psicadélico, ao folk e ao funk das décadas de 1960 e 1970, pela mão do DJ John Holmes, com vídeo de Marta Machado.

Descendente de índios, Morrison ia regularmente para o deserto consumir peoyte e LSD, acreditando que conseguiria chegar a uma forma superior de consciência superior e contactar com os seus espíritos animais, entre os quais o Rei Lagarto.

O preço é de 5 euros. O evento tem prevista a abertura das portas para 23:00, encerrando às 04:00 horas. Estará disponível um bengaleiro e haverá zona de fumadores.

Teatrando - Semana do Teatro na CEPAM

Escreve Luís Rocha no DN/Madeira de hoje:

Decorre de 20 a 27 de Março, promovida pelo Conservatório/Escola Profissional das Artes da Madeira (CEPAM) a 'Semana do Teatro', que inclui diversas actividades, todas desenvolvidas no Madeira Tecnopólo. Entre elas, conta-se a exposição 'Património nas Escolas', que abre ao público às 14h30 de sexta-feira; a prelecção 'A História dos Teatros na Madeira', por Alexandrina Alves, docente de História das Artes e da Cultura dos cursos do CEPAM (às 15h30 do mesmo dia); um espectáculo de teatro (prova dos alunos do 3º ano do curso de Artes do Espectáculo) no sábado, dia 21, às 15h30, para professores, alunos, encarregados de educação, amigos e convidados, e que se repete no dia 22 às 21h30 para o público em geral, e no dia 23 às 11 e às 15h30, para as escolas do 3º ciclo.

Este espectáculo intitula-se 'Eu Me Confesso', com dramaturgia e encenação de Eduardo Luíz, a partir de textos de Raul Brandão (com interpretação de Filipe Luz e Helena Gomes) e tem entrada gratuita. Na 'Semana das Artes' inclui-se ainda o exercício de teatro 'Laboratório de Monólogos', no dia 24, de manhã e à tarde. Trata-se da apresentação de 7 monólogos, um por cada formando do 2º ano. Haverá ainda o exercício de interpretação 'O Camarim', no dia 25, de manhã, e a actividade dramática 'Documento Teatral Vieirino' à tarde. Já no dia 26, às 11 horas, realizar-se-á a dramatização 'English, Alive and Kicking!' e, no dia 27, à mesma hora, o recital 'Na Voz das Palavras'.

terça-feira, 10 de março de 2009

Desabafando

Hoje nada! Seco!
Dada a volta aos "pontos" informativos não há nada a assinalar!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Teatrando - Sofia Escobar

Escreve o Correio da Manhã pela mão de Dina Gusmão:

Sofia Escobar, a actriz portuguesa candidata ao Prémio Laurence Olivier na categoria de Melhor Actriz de Teatro Musical, pela sua ‘Maria’ de ‘West Side Story’, não venceu o prestigiado galardão.
Na corrida aos mais importantes prémios de teatro britânicos, atribuídos ontem em Londres, estavam actrizes mais experientes e populares em terras de Sua Majestade, como Kathryn Evans (‘Sunset Boulevard’), Ruthie Henshall (‘Marguerite’), Elena Roger (‘Piaf’) ou Emma Williams (‘Zorro’). A vitória coube à argentina Elena Roger pelo seu papel como ‘Edith Piaf’.

Apesar da derrota, Sofia Escobar pode orgulhar-se. A nomeação é uma vitória para a jovem (28 anos) de Guimarães, que abandonou a cidade natal há três anos para estudar Artes Performativas em Londres. Como tantos outros estudantes, entre uma aula de Música e outra de Interpretação, Sofia Escobar respondeu a um anúncio de jornal para o papel de ‘Christine’, a protagonista do musical ‘O Fantasma da Ópera’. Resultado: foi contratada como suplente após oito meses de provas e audições. Estava dado o primeiro passo no caminho do reconhecimento, que acabou por chegar em ‘West Side Story’. A sua interpretação valeu-lhe a distinção de Melhor Actriz de Teatro Musical nos prémios Watsonstage, um concurso público on-line. Um reconhecimento que não chegou para conquistar o maior prémio do teatro britânico.

Para Sofia Escobar, porém, "o importante foi ser reconhecida por todos. Críticos e público, mas pelos críticos, no caso do Olivier, estava muito além das minhas expectativas", disse quando soube da nomeação.

Musicando - Vitorino de Almeida e OCM

O maestro António Victorino d´Almeida apresenta em estreia no sábado a sua «Sinfonia do Funchal» num concerto a realizar na capital madeirense.

O maestro foi convidado para dirigir a Orquestra Clássica da Madeira (OCM))no âmbito do festival que decorre este ano na região para assinalar os 200 anos da morte do compositor austríaco Franz Joseph Haydn.

Neste contexto, Victorino d´Almeida dirigirá a OCM na execução da Sinfonia n.º 49, em Fá menor, «A Paixão».

Este ciclo de concertos trará ao longo do ano à Madeira outros músicos e maestros, casos de António Lourenço, o pianista António Oliveira e o violoncelista Lászlo Szepesi.

O programa inclui a estreia na região de Nuno Miguel Henriques e a estreia mundial da peça «Romanza e Rondo», de Pedro Faria.

domingo, 8 de março de 2009

Dançando - Dançando com a Diferença

Escreve Paula Henriques no DN/Madeira de hoje sobre este fantástico grupo:

Chama-se 'Grotox' a nova produção que o grupo de dança inclusiva Dançando com a Diferença vai levar ao Porto. A coreografia assinada pelo director artístico Henrique Amoedo estreia no dia 9 de Abril na Sala Suggia, considerada como o coração da Casa da Música, um espaço referência na cidade invicta e no país.

Inserido no festival 'Ao Alcance de Todos 2009/Música, Tecnologia e Necessidades Especiais', 'Grotox' é o encontro entre a dança inclusiva do Grupo Dançando com a Diferença, o vídeo de Paulo Américo e a música, criada por músicos que habitualmente colaboram com com o Serviço Educativo da Casa da Música, os do Factor E e os 5ª Punkada, adianta a formação madeirense, que aceitou a proposta do Serviço Educativo para produzir o novo trabalho. A direcção musical é de Paulo Maria Rodrigues. O 5ª Punkada, da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, é também um grupo inclusivo que se dedica à música e que aqui se apresenta com cinco elementos (Fátima Pinho, Fausto Sousa, Márcio Reis, Ricardo Sousa e Paulo Jacob). Produz temas originais de pop, rock e funk. O Factor E é a equipa responsável pela criação e implementação de propostas educativas para o espaço cultural, um grupo transdisciplinar, permeável à inovação, que pensa a música para além das fronteiras tradicionais, define o sítio da Casa da Música.

De destacar ainda a participação em 'Grotox' da dupla de fotógrafos madeirenses Ddiarte (Diamantino Jesus e José Diogo) e de Maurício Freitas, responsável pelo desenho de luz e figurinos nesta nova produção, que conta em palco com os bailarinos António José Freitas, Bárbara Matos, Joana Caetano, José Manuel Figueira, Juliana Andrade, Luísa Aguiar, Ricardo Mendes, Sofia Marote, Sónia Gouveia, Telmo Ferreira e Teresa Martins.

Apresentar rumos

O festival 'Ao Alcance de Todos 2009/Música, Tecnologia e Necessidades Especiais' realiza-se entre os dias 7 e 11 de Abril. É um espaço para apresentar novos projectos inclusivos, para mostrar a música enquanto instrumento de reabilitação, comunicação e integração, para derrubar fronteiras e ir mais longe, apontando caminhos: "Nestes projectos existe, normalmente, uma componente de inovação muito forte, porque se torna necessário criar formas alternativas de fazer música e romper com os paradigmas convencionais. Algumas destas inovações terão aplicações fora deste contexto e definirão novos rumos nos actos de fazer e criar música".

'Ao Alcance de Todos 2009' é para o público em geral, mas sobretudo desenhado para os cidadãos com necessidades especiais profissionais que lidam com a diferença. Oferece uma componente de espectáculo e outra de formação, com workshops e conferências.

'Grotox' marca o regresso de Henrique Amoedo à coreografia no Dançando com a Diferença.

sábado, 7 de março de 2009

Musicando - Luis Villas-Boas

O Hot Clube de Portugal (HCP), em Lisboa, presta homenagem ao seu fundador, Luiz Villas-Boas, com um concerto na terça-feira, dia em que passam dez anos da morte do divulgado.

A homenagem será prestada pela Big Band do Hot Clube, sob a direcção de Pedro Moreira, com as cantoras Maria João, Paula Oliveira e Marta Hugon e com um repertório assente nos standards de jazz dos anos 1940 e 1950.

Na ocasião serão ainda entregues as medalhas de honra atribuídas pela Sociedade Portuguesa de Autores ao Hot Clube de Portugal e, a título póstumo, a Villas-Boas, pelo contributo para a divulgação do jazz.

Luiz Villas-Boas, que morreu a 10 de Março de 1999 aos 75 anos, foi um dos mais importantes divulgadores de jazz em Portugal e esteve na génese do primeiro clube de jazz português, o Hot Clube de Portugal, fundado há 61 anos.

Além de ter fundado o HCP, localizado hoje numa pequena cave num prédio na Praça da Alegria, Luiz Villas-Boas foi ainda responsável pelo primeiro programa de jazz numa rádio portuguesa, também intitulado Hot Clube.

Foi ainda promotor de dezenas de concertos de jazz em Portugal, organizou em 1971 o primeiro Festival de Jazz de Cascais, fez programas de televisão, crítica musical na revista Down Beat e produção discográfica sempre em torno do jazz.

Deixou um espólio de milhares de discos, livros, cartazes, guiões de programas radiofónicos, bobines de gravação e fotografias que aguardam utilização numa futura Casa do Jazz, associada ao Hot Clube de Portugal.

Lusa

sexta-feira, 6 de março de 2009

Musicando - NIN


Aqui fica o sítio patrocinado pelos Nine Inch Nails com remixes das suas criações. Imperdível para os fans de NIN. Imperdível para quem gosta de música.
Podem fazer o download do que quiserem de modo legal e autorizado pela banda.

http://remix.nin.com/

Teatrando - Salvo-Conduto

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Comendo - Chega de Saudade

(para ver maior clicar sobre a imagem)

Teatrando - Recital

(clicar sobre a imagem para ver maior)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Cinema - Estreias

A minha boa amiga Teresa Mizon escreve no DN/Madeira de hoje a propósito das estreias cinematográficas regionais da semana:

Depois de tantos anos a esmiuçar os paradoxos do romance, Woody Allen continua a ter coisas para dizer sobre a irracionalidade e os absurdos de um relacionamento amoroso. É por estes caminhos que o cineasta segue no seu quarto filme realizado na Europa. Depois de três histórias situadas em Londres, com o mesmo ar cinzento da sua querida Nova Iorque, ele mergulha agora no colorido de Barcelona. É para a cidade de Gaudí e Miró que duas amigas americanas viajam. Vicky (Rebecca Hall) é centrada e prática. Cristina (Scarlett Johansson) é impulsiva e com uma veia artística. Elas vagueiam e visitam a capital catalã até à noite em que conhecem Juan António (Xavier Bardem), um pintor libertário e sedutor que teve um divórcio conturbado com Maria Elena (Penénole Cruz, uma mulher linda com laivos de loucura). É aqui que o filme "começa"! Vicky - com casamento marcado - tenta resistir às investidas do pintor mas acaba por se apaixonar secretamente depois de uma noite furtiva. Cristina, por outro lado não tem pudor em entregar-se e acaba por viver um "affair" a três com ele e com a ex-mulher. "Vicky Cristina Barcelona", o mesmo é dizer um filme sobre confusões amorosas assinado por um mestre do humor nesta área com interpretações de qualidade. Lembro que Penélope Cruz levou o Óscar de Melhor Actriz Secundária pelo desempenho nesta obra.

Uma das séries de histórias aos quadradinhos que na década de oitenta despertou o interesse do público adulto para um formato até então considerado infanto-juvenil, tem agora adaptação ao cinema em versão longa-metragem. "Watchmen - Os Guardiões" tem sido um filme muito aguardado e nos Estados Unidos a expectativa foi imensa. Quem já o viu diz ser um pretensioso épico de cultura pop. A história tem como cenário a Guerra Fria no ano de 1985. Quando um dos seus antigos colegas é encontrado morto, o vigilante mascarado Rorschach empenha-se em desmascarar um plano para matar e desacreditar todos os super-heróis. Assinado por Zack Snyder ( o mesmo de "300"), a versão inclui cenas de violência e sexo que nos E.U.A.foi proibida a menores de 17 anos.

Escrevendo - Fontes

Aqui fica a relação das 20 mais belas fontes jamais criadas, ano de criação e o nome do criador, segundo o site Just Creative Design:

1. Helvetica [1957 - Max Miedinger]
2. Garamond [1530 - Claude Garamond]
3. Frutiger [1977 - Adrian Frutiger]
4. Bodoni [1970 - Giambattista Bodoni]
5. Futura [1927 - Paul Renner]
6. Times [1931 - Stanley Morison]
7. Akzidenz Grotesk [1966 - G nter Gerhard Lange]
8. Officina [1990 - Erik Spiekermann]
9. Gill Sans [1930 - Eric Gill]
10. Univers [1954 - Adrian Frutiger]
11. Optima [1954 - Hermann Zapf]
12. Franklin Gothic [1903 - Morris Fuller Benton]
13. Bembo [1496 - Francesco Griffo]
14. Interstate [1993 - Tobias Frere-Jones]
15. Thesis [1994 - Lucas de Groot]
16. Rockwell [1934 - Frank H. Pierpont]
17. Walbaum [1800 - Justus Walbaum]
18. Meta [1991 - Erik Spiekermann]
19. Trinit [1982 - Bram De Does]
20. Din [1926 - Ludwig Goller]

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quarta-feira, 4 de março de 2009

Dançando - Ballet China

Fantástico!!!!


Musicando - Regina Pacis

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Musicando - Dream of Life

in Ípsilon:

Steven Sebring filmou-a durante 11 anos e o resultado é "Dream of Life", que estreia hoje.

Patti Smith está atrasada e tudo o que temos é o contacto da sua agente em Itália. Que não atende o telefone. O café, onde os empregados falam hebreu com os clientes, vai esvaziando. Já não sabemos se os nervos têm a ver com a perspectiva de encontrar Patti ou com a perspectiva de não encontrar Patti. Ela aparece, ao fim de uma hora. Tinha estado a escrever e perdera a noção do tempo.

"Não esteja nervosa. Eu estou mais nervosa, não podia estar com pior aspecto. Quer dizer, olhe para mim: tenho calças de pijama. Dormi com estas roupas. Até dormi com uma camisola porque o meu sistema de aquecimento não estava a funcionar. Não lavei os dentes nem nada, portanto está a ver-me em desvantagem." Logo ela, que supostamente é um "ícone da moda", brinca. Patti Smith é sempre a primeira a desfazer leituras mitológicas. Em "Dream of Life", o documentário que o fotógrafo Steven Sebring fez depois de filmá-la durante 11 anos (esta semana numa sala em Lisboa), Patti desabafa: "É tão embaraçoso. Tem imensa piada quando as pessoas perguntam: 'Como é que se sente por ser um ícone rock?' Quando dizem isso, penso sempre no Monte Rushmore." Dizer que ela é a madrinha do punk é ter uma visão redutora de alguém que insiste em ser considerada em toda a sua inteireza - como mãe, como cidadã de voz activa, como poeta, como artista plástica.

Patti recebe-nos na sua casa na West Village duas vezes: a primeira imediatamente antes das eleições americanas, a segunda imediatamente depois. Das duas vezes, Nova Iorque está debaixo de um dilúvio. A conversa tem lugar no primeiro andar, numa sala que tem todo o ar de ser o espaço da casa onde Patti passa mais tempo, o seu local de trabalho: uma mesa de ferramentas dominada por instrumentos de pintura, lápis e marcadores, a prancha junto a uma das janelas, com provas de polaróides, uma desarrumação criativa que dificulta o retrato de conjunto. Uma grande fotografia emoldurada do amigo William Burroughs preside a tudo isto, mas, passado algum tempo, aquilo que a memória reteve são os objectos que reconhecemos do filme de Sebring ou da exposição de Patti Smith na Fondation Cartier, em Paris, no ano passado: a velha guitarra Gibson oferecida por Sam Shepard nos anos 70, a cristaleira com o retrato de Rimbaud, uma edição antiga do livro "Auguries of Innocence", de William Blake, ou a condecoração recebida em 2005 do Governo francês, a mais alta insígnia atribuída a artistas e escritores em reconhecimento do seu contributo para as artes.

A primeira conversa é interrompida pela chegada do galerista de Patti, que vem buscar reproduções autografadas de polaróides. Uma delas é um retrato difuso da alemã Waltraud Meier, a sua cantora de ópera preferida, que fotografou em Munique nos bastidores de "Tristão e Isolda". Patti sempre gostou de ópera, mas era uma fã dos românticos italianos. Até que, um dia, a amiga Susan Sontag lhe disse para esquecer Puccini e experimentar Wagner. "Esquecer Puccini! Só porque tinha êxitos? E o que é que fazíamos com Smokey Robinson?", brinca Patti. "Mas é verdade que acabei por gostar muito de Wagner."

A serenidade de Patti impõe uma atmosfera acolhedora. Nada nela é ensaiado e há nisso uma espécie de nobreza (sim, mas como explicar isso aos amigos que querem saber "como foi?"). "Em mais do que um sentido, Patti Smith é a visionária do rock'n'roll definitiva, não só pelo que fez, mas também por causa do que não fez", escreveu Jefferson Hack na revista "Another Magazine", e é bem visto.

A conversa começou pelo último concerto que ela deu em Lisboa, porque a data estava a pedi-las - falámos com ela a 28 de Outubro de 2008, precisamente um ano depois.