sábado, 29 de novembro de 2008

Cinema - Amália

O filme «Amália», de Carlos Coelho da Silva, chega quinta-feira a 66 salas de cinema portuguesas e tem garantida distribuição em cerca de vinte países, sendo a maior estreia de um filme português, segundo a produtora VC Filmes.
O filme, apresentado como uma biografia ficcionada da fadista Amália Rodrigues, custou cerca de três milhões de euros, foi rodado este Verão e contou no elenco com mais de 40 actores e 1300 figurantes.
A jovem actriz Sandra Barata Belo foi a escolhida para encarnar a diva do fado numa história que abrange a vida de Amália Rodrigues desde a infância, quando se separa dos pais para ir viver para Lisboa, até à tentativa de suicídio em Nova Iorque, em 1984, ao saber que lhe tinha sido diagnosticado um tumor.
Do elenco fazem ainda parte, alguns deles com aparições fugazes, Carla Chambel, Ricardo Carriço, Ricardo Pereira, António Pedro Cerdeira, José Fidalgo, Ana Padrão, Maria Emília Correia, André Maia, João Didelet, Sofia Grillo, Lourdes Norberto, António Montez, Leonor Seixas, Mariana Monteiro e Natália Luíza.
O argumento é de Pedro Marta Santos e de João Tordo e a ideia do filme partiu de Manuel Fonseca, um dos fundadores da Valentim de Carvalho Filmes, que se estreia no cinema com esta longa-metragem.
As filmagens decorreram em mais de 85 décors e em 45 locais diferentes, para recriar cenas de época e locais onde Amália viveu e actuou, como o Olympia, de Paris, e o Brasil, onde viveu.
Todos os 22 fados interpretados no filme foram restaurados e remasterizados a partir dos originais interpretados por Amália. A banda sonora inclui ainda composições originais de Nuno Maló.
Além de se estrear em 66 salas portuguesas, o filme tem já garantida distribuição internacional, em países como China, Holanda e Bélgica, onde Amália Rodrigues fez sucesso.
Também está garantida a estreia no Médio Oriente, da Arábia Saudita ao Egipto e aos Emirados Árabes Unidos, onde a fadista foi comparada à diva da canção árabe Umm Kholtoum.
Em 2009, quando se assinalarem dez anos da morte de Amália Rodrigues, o filme será exibido numa mini-série na RTP de dois episódios de 90 minutos.

Lusa


Televisando - Vou-te Bater!


Pois é... o conceito "Vou-te Bater! começa a dar os seus primeiros passos na televisão. Temos agora uma rubrica quinzenal no "Irreverência" programa que passa aos sábados na RTP/Madeira.
Eu e o Pedro Afonseca (a mais recente aquisição da COM.TEMA) fazemos as honras da casa.
Para os que não tiveram a oportunidade de ver a rubrica sempre podem fazê-lo no Blogue "Vou-te Bater!"

Ah... hoje lá estaremos no pequeno ecrã entre as 19 e pouco e as 20 e 30... na RTP/Madeira.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Cinema - Madeira, a Garden in the Sea

Imperdível. Pequeno documentário inglês de 1931.

(obrigado ao Jorge Reis pela dica)

Lendo - Bertrand

Este Natal, as livrarias Bertrand vão oferecer 60 mil livros aos seus clientes até 11 de Dezembro, no âmbito da campanha natalícia «Porque oferecer um livro é dar uma parte de si.»
Todos os clientes que adquirirem um livro numa das 57 lojas da Bertrand em território nacional, desde 27 de Novembro e até 11 de Dezembro, receberão um dos livros de oferta sem necessidade de apresentar cartão de fidelização.
«As Nascentes dos Sonhos», de Francesco Alberoni; «Até um Dia», de Maria Roma, e livros da colecção Mafalda são alguns dos títulos que estarão disponíveis para oferta.
A livraria lançou, ainda no âmbito da campanha de Natal, um catálogo com 27 vales de desconto de 10% e de 15% em Best Sellers, como «A Sombra do vento», de Carlos Zafon; e «Mancha Humana», de Philip Roth, entre outros.
Estão também disponíveis no catálogo dez vales de desconto para títulos infantis.
Os vales estão disponíveis em qualquer livraria Bertrand ou na Internet, em www.bertrand.pt, onde se pode fazer o download.

Musicando - Double MP


Hoje no Fórum FNAC a partir das 21.30: Double MP


Os Double MP combinam violino, música electrónica e guitarra portuguesa. A presença deste último instrumento tão intimamente relacionado com o Fado e desde sempre expressão do povo lusitano é o ponto de união entre universos aparentemente tão distintos e complementares: o electrónico e o acústico. Chill Out e Fado apresentam-se numa sonoridade alternativa que a guitarra portuguesa e o violino tornam consensual.

Um projecto da responsabilidade de Marco Miranda ( guitarra portuguesa, guitarra clássica, baixo e programações), Marco Ramos (percurssões, flauta e programações), com participações especiais de Tiago Flores (violino) e Freddy Locks (voz).

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Comicando - Batman Morre Hoje

Lê-se no "Público":

Chega às bancas aquele que é provavelmente o fim do “Cavaleiro das Trevas” tal qual o conhecemos. Grant Morrison, o actual argumentista da série de comic books, já afirmou que será o “fim de Bruce Wayne como Batman.”
O desenlace da história poderá ser visto no mais recente número da série - "R.I.P. Batman". Um dos maiores mistérios é quem será o responsável pelo seu desaparecimento. Como seria de esperar, os rumores na Internet encarregaram-se de criar os mais diversos cenários e até apostas. No site de apostas Paddy Power, quem apostar dez dólares em como é o mordomo a matar Bruce Wayne, no final do dia ganhará 660. As hipóteses consideradas mais prováveis são as de Batman se retirar sem ferimentos e o vilão Black Glove assassiná-lo.
“O que estou a planear é um destino pior que a morte, coisas que ninguém esperaria que acontecessem a estes tipos”, afirmou Grant Morrison, em entrevista à "Comic Book Resources".
A primeira aparição de Batman foi em 1939, no número 27 de “Detective Comics”, publicado pela DC Comics. Batman, é o alter-ego de Bruce Wayne, um empresário bilionário de Gotham City que se mascara durante a noite para combater o crime na cidade. Ao contrário da maioria dos super-heróis, não tem qualquer poder sobre-humano, nem utiliza armas de fogo, refugiando-se na sua imagética simbólica de morcego para atemorizar os vilões.
Esta não é a primeira vez que um super-herói morre. No ano passado, o Capitão América foi atingido mortalmente por um atirador furtivo, e já em 1992, o Super-Homem foi morto por Doomsday, naquele que se tornou o número mais vendido de sempre da série. O “Homem de Aço” viria a ressuscitar dos mortos, constituindo-se agora na bolsa de apostas como a hipótese menos provável, mas também a mais rentável, para matar Batman, numa relação de 1-150.
Este volte face na história do “Cavaleiro das Trevas” vai obrigar a encontrar um substituto, cujo nome Morrison se recusou a revelar. Contudo, as personagens Tim Drake (antigo Robin) e Dick Grayson (actual Robin) são duas das hipóteses mais avançadas.
Nuno Aguiar

Musicando - Workshops Madeira Dig


Workshops de Guitarra e Live Sampling

Na edição de 2008, o Madeira Dig irá organizar em conjunto com os músicos e formadores Vítor Joaquim e Nuno Rebelo, dois workshops sobre live sampling e guitarra eléctrica para jovens músicos madeirenses.

DATAS
2, 3, 4, 5, 6 de Dezembro 2008

LOCAL
Universidade da Madeira

HORÁRIO
Laptops: 10.00 – 16.00 (1 hora para almoço)
Guitarras: 15.00 – 20:00

VAGAS
Até 20 participantes (10 por cada tema)

INSCRIÇÕES
Enviar mail com Curriculum Vitae resumido para mmarques@almasud.com ou rafael@almasud.com

Cada inscrição tem um custo de 25 euros por pessoa e por workshop


OBJECTIVOS
É intenção primeira deste workshop, levar o participante à descoberta dos seus potenciais criativos numa viagem em que a abordagem dos materiais e a relação com o grupo é tão ou mais importante que a técnica de instrumento.
O fim deste Workshop, não é pois, procurar o domínio técnico do instrumento, mas sim a descoberta de possibilidades de relacionamento entre a criatividade individual e a criatividade em grupo, conduzidas com base na improvisação e na exploração das tecnologias disponíveis.
O domínio virtuoso de um instrumento, nada representa quando o intérprete não tem intenções, não exerce a criatividade e se limita a um relacionamento teórico e mecânico com a interpretação musical.
O workshop será conduzido com base numa grelha pré estabelecida de exercícios, procurando estímulos nas constantes dúvidas e problemas dos participantes, num jogo de interactividade.
Genericamente, o processo será desencadeado com base em pedidos de trabalho -estímulos fornecidos. A esses estímulos corresponderão reacções por parte dos participantes que muito rapidamente desencadearão estímulos noutros participantes, criando assim uma cadeia sonora de inter dependências.
Tomando como referência determinadas passagens musicais, os formadores procurarão a seu tempo, fazer incursões teóricas sobre produção e engenharia de som que se tornam assim, plenamente justificadas num contexto criativo. Desta forma, encontramos redobrada a atenção do participante.
Documentários sobre autores modernos pontuarão regularmente o desenvolvimento dos trabalhos introduzindo assim alguma modulação na sensibilidade dos participantes.
Por mais que se force a aprendizagem, nada supera a validade de conhecimentos e a segurança que resultam da confrontação dos materiais com as técnicas. Muitas vezes, são mesmo as limitações criadas com o manuseamento da tecnologia o estímulo mais forte em todo o processo criativo.
Não é possível haver consolidação de conhecimentos sem experimentação, assim como não é possível haver experimentação sem motivação. E esta sem abertura de ideias.
- Vitor Joaquim


PERCURSOS
Abordagem geral e não hierarquizada à história, métodos e linguagens da improvisação musical.
A improvisação estruturada. Métodos.
A improvisação livre e Composição instantânea.
Factores de coordenação no trabalho de improvisação em grupo.
O trabalho de improvisação a solo.
Estratégias para improvisações “site specific”.
A escolha do instrumento e as técnica personalizada - “estilo”.
O vocabulário derivado das possíveis adaptações físicas do instrumento.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Lendo - Porto Editora

A Wook.pt, a maior livraria virtual portuguesa, coloca a partir de terça-feira um milhão de livros grátis na Internet, numa iniciativa inédita de promoção da leitura, anunciou hoje a Porto Editora, proprietária desta livraria on-line.
«Nos próximos dias, livros como A Viagem do Elefante, A Vida num Sopro ou O Priorado do Cifrão estarão disponíveis a preço zero», refere a Porto Editora, num comunicado enviado à Lusa, aludindo aos mais recentes livros de José Saramago, José Rodrigues dos Santos e João Aguiar.
A campanha, que começa terça-feira, vai permitir «durante três dias, em determinadas horas, disponibilizar um milhão de livros com 100 por cento de desconto».
Para ter acesso a esta campanha é necessário estar registado na Wook.pt e, depois, ficar atento aos anúncios que assinalam o início dos denominados ‘Momentos Wook’.
«Os primeiros mil clientes que tiverem a sorte de encontrar um dos seus livros preferidos com 100 por cento de desconto, e rapidamente confirmarem a encomenda, serão os felizardos», salienta a Porto Editora.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cinema - Reviver o Passado em Brideshead

Lê-se no sítio do semanário Sol:

Tudo começou num livro. Em 1945 o escritor Evelyn Waught recordou em pouco mais de 300 páginas os ambientes de Oxford e da Inglaterra aristocrata antes da II Guerra Mundial.
Com o subtítulo As memórias sagradas e profanas do Capitão Charles Ryder, o romance Reviver o Passado em Brideshead foi talvez o mais celebrado livro do escritor, que conta, com uma admirável descrição, a doce melancolia de tempos que já não voltam.
Evelyn Waugh criou e escreveu sobre uma família nobre inglesa, os Marchmain, que vivia no período anterior à II Guerra Mundial, mas foi Charles Sturridge quem certamente lhes deu vida.
Reviver o Passado em Brideshead foi em 1981, com enorme sucesso, adaptado para uma série de televisão. Realizada por Charles Sturridge a série teve como protagonistas Jeremy Irons e Anthony Andrews, nos papéis de Charles Ryder e Sebastian Flyte.
Esta adaptação para o pequeno ecrã (ver vídeo em baixo) foi fundamental quer para a divulgação do próprio livro quer para o lançamento dos dois actores, que até aos dias de hoje são lembrados pelo personagem que vestiram há mais de 20 anos.
A história desenha-se essencialmente à volta de um triângulo amoroso, na Inglaterra dos anos 30, entre dois irmãos, filhos de uma família aristocrata e católica, e um estudante da Universidade de Oxford. Charles Ryder (Jeremy Irons) cativa a atenção de Sabastian Flyte (Anthony Andrews) que o leva a Brideshead, a casa senhorial onde vive a sua família, dominada pela presença e fé da implacável Lady Marchmain.
O presumível amor entre Charles e Julia, a irmã de Sebastian, e o consequente refúgio deste no alcoolismo são gatilhos para um enredo trágico, irremediavelmente assombrado pelo sentido de culpa ditado pela forma como em Brideshead se encara a fé.
A nova adaptação para o cinema optou por uma fotografia mais luminosa do que a recordação dos tons baços da série televisiva. O realizador, Julian Jarrold, tentou uma abordagem mais moderna ao explorar de forma mais aberta a homossexualidade de Sebastian Flyte, nunca evidenciando porém mais do que uma eventual ligação platónica deste com o amigo Ryder.
Esta nova versão pediu um novo elenco, de que fazem parte Mathew Goode (Charles Ryder), Ben Whishaw (Sebastian Flyte), Emma Thompson (Lady Marchmain) e Hayley (Julia), mas o cenário quis-se semelhante. A narrativa regressou a Castle Howard, o mesmo palácio usado na série televisiva, que assim voltou a vestir a “pele” de Brideshead.

Por Marta Clarinha



sábado, 22 de novembro de 2008

Culturando - Orçamento Regional para a Cultura

Preocupante.
Escreve Luís Rocha no DN/Madeira de hoje:

Corte radical nas verbas da DRAC ameaça Cultura
O novo orçamento prevê menos 50% no investimento da drac na cultura e património

Avizinham-se tempos ainda mais difíceis para a Cultura na Madeira. A Direcção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC) deverá sofrer, em 2009, um corte monumental nas verbas disponíveis inscritas no PIDDAR para investimento nas áreas da Cultura e Património. De cerca de 6,4 milhões de euros orçamentados em 2008, os dinheiros disponíveis passarão a 2,8 milhões de euros, de acordo com as intenções do Governo Regional expressas na proposta de Orçamento da Região recentemente apresentada para discussão na Assembleia Regional. Note-se que o montante orçamentado normalmente é superior ao executado, por questões de gestão dos projectos e eventuais impasses burocráticos que vão ocorrendo ao longo do ano.
A rubrica 'Cultura e Património' inclui, neste orçamento, e em termos gerais, mais de 7 milhões de euros, mas tal não diz exclusivamente respeito à Secretaria Regional da Educação e Cultura, dado que há verbas distribuídas por outras secretarias (por exemplo, às Casas do Povo). Mas, para a gestão de instituições e iniciativas culturais no sentido mais estrito, através da DRAC, as verbas diminuem mais de 50% no que concerne ao investimento (embora as despesas de funcionamento, cifradas em 4,3 milhões de euros em 2008, subam um pouco, para 4,8 milhões em 2009).
O que parece certo é que esta descida para 2,8 milhões nas despesas de investimento da DRAC para a Cultura e Património poderá ter reflexos negativos aos mais variados níveis. Quiçá, inclusive, nas possibilidades de apoio aos agentes culturais da Região, já estrangulados pela escassez de meios e apoios e que se confrontam com a falta de interesse do empresariado em ajudar os seus projectos, a par de um público que não cresce a um ritmo suficiente para gerar receitas.
Esta situação está a gerar um indisfarçável mal-estar. O secretário regional da Educação e Cultura, Francisco Fernandes, recusa comentar. Quanto ao director regional dos Assuntos Culturais, João Henrique Silva, opta por não comentar as opções da administração. Limita-se a um comentário lacónico: "A cada ano, seus dilemas...".

Agentes culturais apreensivos

Robert Andres, presidente da Associação dos Amigos do Conservatório de Música da Madeira, admite que, pelo que se ouvia nos últimos tempos, era de esperar uma redução nas verbas para a Cultura. "Mas 50% é bem drástico... Acho que isto será o fim de uma política algo aleatória de atribuição de subsídios, de dar um pouco a uns, um pouco a outros... E que vai obrigar a critérios muito mais exigentes em relação à qualidade do que se apoia, para gerir o dinheiro da melhor forma possível. Só assim a programação de actividades culturais de qualidade poderá sobreviver".
Andres recorda que ainda recentemente alertava para esta questão no 'I Fórum da Cultura' organizado pela DRAC: o perigo dos apoios públicos diminuirem mais rapidamente do que é possível, aos agentes culturais, conquistar novos públicos ou sensibilizar o empresariado. Um quadro negro que pode ditar, pura e simplesmente, a extinção de vários promotores de iniciativas. Confessando nunca esperar melhor, só pior, Andres lamenta todavia a velocidade "surpreendente" a que se pretende diminuir as verbas para o sector. "Qual foi o objectivo de debater todas as questões que debatemos no Fórum da Cultura, quando depois nos deparamos com uma redução deste tipo?", questiona. "A realidade é que a actividade cultural vai sofrer, em consequência disto".
Maurício Reis, da 'Porta 33', foi contactado mas optou por não comentar. Já o actor e encenador Eduardo Luíz, do Teatro Experimental do Funchal (TEF) mostrou-se preocupado com esta conjuntura.
"Preocupar-me-á, claro, caso não consigamos um apoio subsidiário que possa ajudar o nosso trabalho a continuar", admitiu.
O TEF, referiu, já há bastante tempo que persegue outros apoios que não os do sector público. "Mas ainda não são os ideais para que possamos prescindir de subsídios". Embora o público hoje em dia já seja maior do que antes, não é ainda suficiente.
"Uma redução dessas não vai ser fácil. E é desagradável, porque, a continuar desta forma, cada vez mais a actividade cultural e artística continuará a não ter o apoio que deveria ter para poder subsistir num espaço em que a arte e a cultura não fazem ainda parte do verdadeiro quotidiano dos cidadãos". Por seu turno, o maestro da Orquestra Clássica da Madeira, Rui Massena, mostra-se apreensivo.
"É preocupante. Espero que isto não se reflicta na OCM", diz. "Que ninguém pense que a Orquestra Clássica poderá existir com uma redução dos actuais apoios. Eu nem sequer pondero essa hipótese. Porque aí a OCM deixaria de poder funcionar como tal. Seria outra coisa qualquer, mas não a OCM tal como agora a conhecemos. Seria impensável acabar com uma das referências culturais da Região".
Massena admite a crise, mas lamenta que a área cultural sofra, tradicionalmente, cortes de verbas em alturas difíceis: "A Cultura é um bem que informa, que educa. Cortes financeiros nesta área reflectem-se em todas as outras áreas".

em dificuldades...

Em termos gerais, e mesmo tendo em conta a globalidade das verbas inscritas na rubrica 'Cultura e Património' divididas por diversas secretarias que não exclusivamente a da Educação e Cultura, a Cultura sofre, com este Orçamento, uma grande machadada: de um total de mais de 15 milhões de euros inscritos no PIDDAR em 2008, passa-se para pouco mais de 7 milhões de euros em 2009. É uma redução de mais de 50%. Já quanto à Secretaria Regional da Educação e Cultura, é justo questionar se Francisco Fernandes terá condições para cumprir os objectivos anunciados, como a valorização e qualificação da oferta cultural e museológica, a conservação do património cultural e religioso, o apoio à criação, produção cultural e investigação histórica e a salvaguarda do acervo patrimonial de carácter arquivístico e bibliográfico.

Luís Rocha

Televisando - Flor do Mar


Depois de ter visto esporádicamente algumas imagens da nova telenovela da TVI, Flor do Mar, cheguei a uma conclusão: na Madeira há mesmo muita bananeira!

Teatrando - De Homem Para Homem

(clicar sobre a imagem para ver maior)


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Conversando - Fernando Pessoa

Dar a conhecer «espécie de Leonardo da Vinci do século XX»

O I Congresso Internacional Fernando Pessoa, que começa terça-feira em Lisboa, pretende dar a conhecer o homem que foi «uma espécie de Leonardo da Vinci do século XX», disse à Lusa Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa.
«Não pretendemos concorrer com os congressos académicos, que normalmente são chamados ‘de estudos pessoanos’, mas dar a conhecer Pessoa, que foi uma espécie de Leonardo da Vinci do século XX, um homem que teve um lado empreendedor, que inventou coisas, que fez slogans publicitários e que era astrólogo também - um lado que não podemos escamotear», defendeu a organizadora do encontro que termina a 28 de Novembro.
«O objectivo é finalizar a comemoração dos 120 anos do nascimento de Pessoa (1888-1935) com um encontro não só de académicos mas de apaixonados de Pessoa e criadores que assumem a influência dele nas suas obras», referiu.
O pensador Eduardo Lourenço - «um consagrado pessoano», comentou - proferirá, dia 25, pelas 10h30, a conferência de abertura do congresso, que se realiza no Auditório do Turismo de Lisboa, na rua do Arsenal.
Outra das intenções deste congresso - indicou a responsável - «é destacar a biblioteca particular de Pessoa», depositada na Casa Fernando Pessoa (CFP), «e os que a estudam», um grupo de jovens investigadores, liderado pelo catedrático colombiano Jerónimo Pizarro, que a digitalizou e está a analisar as notas escritas pelo poeta nas margens dos livros, razão pela qual a primeira mesa do encontro terá como tema «A Biblioteca de Fernando Pessoa: a outra escrita revelada pela marginália».
Ao longo de quatro dias, serão debatidos os pontos de contacto entre a obra de Pessoa e a de outros génios da literatura (como Shakespeare, Joyce, Yeats, Whitman e o padre António Vieira) e as suas relações com a psicanálise e com a astrologia, entre outros temas.
Para falar deste último aspecto, estará presente o astrólogo Paulo Cardoso e sobre ‘A Influência de Fernando Pessoa na Cultura Portuguesa’ falarão o cineasta João Botelho, a escritora Luísa Costa Gomes, «que está a fazer a adaptação para televisão das novelas policiais de Pessoa» - revelou Inês Pedrosa - e, «em princípio», António Mega Ferreira, cuja presença não está ainda confirmada.
Dos quase 40 participantes neste encontro, destaca-se a presença dos pessoanos brasileiros Leyla Perrone-Moisés e Antonio Cícero (que vai proferir a conferência de encerramento), o francês Robert Bréchon, o espanhol Perfecto Cuadrado e os portugueses Fernando J.B. Martinho, Teresa Rita Lopes, Onésimo Teotónio de Almeida, Arnaldo Saraiva e Manuela Nogueira, sobrinha do poeta.
À noite, a programação continua na CFP, com um concerto de Camané, a 25 de Novembro, em que este cantará poemas de Pessoa, e no dia seguinte, com a peça ‘Carta da Corcunda ao Serralheiro’, em que a actriz Ângela Pinto interpreta o único texto escrito por um heterónimo feminino de Pessoa, Maria José.
A 27 de Novembro, decorrerá o lançamento do DVD de Conversa Acabada (1981), de João Botelho, com a presença do realizador e dos actores, André Gomes e Fernando Cabral Martins, seguindo-se a exibição do filme sobre a amizade entre Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.
Este congresso, que Inês Pedrosa deseja transformar «num acontecimento bienal em Lisboa, que era a cidade de Pessoa», pretende ainda «contribuir para o turismo, para a internacionalização de Lisboa e para a internacionalização de Pessoa» e também «para a continuação da memória do poeta».

Lusa / SOL

Teatrando - De Homem para Homem


de Manfred Karge
Com Beatriz Batarda
Encenação Carlos Alardo

A peça, que tem o título original Jacke Wie Hose, é um conto poético e político que passando por trinta anos da História da Alemanha nos conta a vida de Ella. Beatriz Batarda será Ella, uma mulher que não consegue arranjar emprego, e acasa com um homem mais velho e doente, simplesmente para poder ter um tecto e o que comer. Quando Ella descobre que a ciática de que este se queixa é na verdade um cancro, decide juntar toda a informação e detalhes necessários para poder fazer-se passar pelo marido e assim não perder o precioso emprego. Max Gerocke morre mas é Ella Gerocke quem é enterrada. São vinte e seis quadros, ou retratos, que percorrem tempos de pobreza, guerra e reconstrução e, revelam a história de uma mulher que para viver teve de mentir, traficar, matar, diluindo-se na perda da sua identidade.

Data: 24 a 26 de Novembro
Hora: 21H30
Local: Teatro Municipal Baltazar Dias
Entidade Organizadora: Cultur Project / Funchal 500 Anos

É já para a semana. Favor não faltar!!!!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cartonando - Pedro Molina

De Pedro Molina.
(obrigado ao Cartunes e Bonecos do MouTal)

Lendo - Europeana

Biblioteca online reúne dois milhões de obras dos países EU

A biblioteca multimédia online da Europa, Europeana, está acessível desde hoje ao público, que através da Internet poderá aceder a mais de dois milhões de obras dos 27 Estados-membros da União Europeia
Esta biblioteca virtual conta com livros, mapas, gravações, fotografias, documentos de arquivo, pinturas e filmes do acervo das bibliotecas nacionais e instituições culturais dos 27 Estados-Membros da UE, tendo por exemplo de Portugal a Carta plana de parte da Costa do Brasil, um mapa de 1784.
Acessível, em todas as línguas da UE, através do endereço www.europeana.eu, a biblioteca multimédia europeia conta com material fornecido por mais de 1.000 organizações culturais de toda a Europa, incluindo Museus, como o Louvre de Paris, que forneceram digitalizações de quadros e objectos das suas colecções.
Segundo a Comissão Europeia, que lançou esta iniciativa em 2005, este é «apenas o começo», pois a ideia é expandir a bibioleta, envolvendo também o sector privado, e o objectivo é que em 2010 a Europeana dê acesso a pelo menos 10 milhões de obras «representativas da riqueza da diversidade cultural da Europa e terá zonas interactivas, nomeadamente para comunidades com interesses especiais».
«Com a Europeana, conciliamos a vantagem competitiva da Europa em matéria de tecnologias da comunicação e de redes com a riqueza do nosso património cultural. Os europeus poderão agora aceder com rapidez e facilidade, num único espaço, aos formidáveis recursos das nossas grandes colecções», comentou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Por seu turno, a comissária europeia para a Sociedade da Informação e os Meios de Comunicação, Viviane Reding, apelou «às instituições culturais, editoras e empresas de tecnologia europeias para que alimentem a Europeana com mais conteúdos em formato digital».
Segundo dados da Comissão, desde a «abertura» da biblioteca, hoje de manhã, houve 10 milhões de visitas por hora, tendo esta «tempestade de interesse» forçado mesmo a «deitar o sistema abaixo» por algum tempo para duplicar a capacidade do site.

Lusa

Músicando - OCM

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Convite Sessão Encerramento da Global Entrepreneurship Week

Mozart, um verdadeiro Empreendedor!
Domingo, 23 de Novembro de 2008
Sé Catedral – Funchal
19h30 – 20h00

Recital Madeira Winds - Cinco Ventos

Bethany Akers - Oboé
Vera Morais - Flauta
Cristobal Acosta - Fagote
Francisco Loreto - Clarinete
Peter Vig - Trompa

Mozart
(arr. Holcombe) - Overture "The Marriage of Figaro"

Mozart
(arr. Pillney) - Adagio and Allegro for a Mechanical Organ in F minor KV 594

Danzi - Wind Quintet in B flat, op.56, No.1
Menuett e Trio
Allegro

Mozart
(arr. Maros) - Divertimento KV 270
Allegro Molto
Andantino
Minuetto. Moderato
Presto

[A organização torna o convite extensível a todos os interessados.]

Esta iniciativa organizada pela Orquestra Clássica da Madeira, a convite do Centro de Empresas e Inovação da Madeira e da Vice-Presidência do Governo Regional, está integrada na Global Entrepreneurship Week. Nesta semana, milhares de actividades estão sendo desenvolvidas em simultâneo com o objectivo de inspirar, informar, educar e influenciar para o Empreendedorismo, a Inovação e a Criatividade. Cerca de 80 países de todo o Mundo estão unidos para mostrar como ideias locais se podem transformar em soluções Globais.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Musicando - "Conversas de Café" Hoje à noite no Kool


A noite boémia do Rio de Janeiro ficou alvoroçada quando ouviu pela primeira vez aquele baiano com um modo de tocar único. Maravilhados, Tom Jobim e Vinicius de Moraes ofereceram a João Gilberto a composição “Chega de Saudade”, marco fundador da Bossa Nova.
Vinicius de Moraes definiu esta música assim: “Bossa Nova é mais a solidão de uma rua em Ipanema do que a agitação comercial de Copacabana. É mais um olhar que um beijo; mais uma ternura que uma paixão. É o canto puro de João Gilberto eternamente trancado no seu apartamento".
Nesta quarta-feira o palco do Kool vai ser preenchido com os sons dos CONVERSAS DE CAFÉ, um quinteto que trabalha a música brasileira com uma sonoridade muito própria e característica.
Os "Conversas de Café" foram criados em Setembro de 2007 e nasceu de uma vontade comum, de todos os elementos que o constituem, em fazer música com base no carácter dos timbres e das palavras. Para isso nada melhor do que a poesia de Vinicius de Moraes, as palavras quentes de João Gilberto e a magia de Tom Jobim. Dando forma à ideia de Vinicius quando afirmava que o Violão, o Violoncelo e o Contrabaixo são "a música em forma de mulher". Tentando, desta forma, revestir os temas de Bossa Nova com a sensualidade necessária a uma musicalidade contagiante, fluindo da versatilidade que estes instrumentos podem assumir.
O quinteto é constituído por Adriana Guerreiro na voz, Bruno Monterroso na guitarra, Jaime Dias no violoncelo, Marco Fernandes no Contrabaixo e Rui Rodrigues na Percussão.

Musicando - Ensemble de Percussão


(clicar sobre a imagem para ver maior)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cinema – Festival Internacional de Cinema do Funchal

O filme polaco Tricks, de Andrzej Jakimowski, arrebatou o Prémio de Melhor Filme e Melhor Realizador na quarta edição do Festival Internacional de Cinema do Funchal.

O Prémio Especial do Júri foi para Lonely Tunes of Tehran, de Saman Salour, que venceu também na categoria de Melhor Actor, pela primeira vez atribuído em ex aequo aos dois actores do filme, Behrouz Jalili – que morreu num acidente de moto no último dia de filmagens – e Hamid Habibifar.


O preferido do público foi Estômago, do brasileiro Marcos Jorge, que arrebatou também o Prémio para a Melhor Actriz, Fabiula Nascimento.


Em ambiente de festa no Auditório do Casino, no Funchal, foram conhecidos os vencedores. Mas todas as atenções estavam viradas para a convidada de honra: Claudia Cardinale.


A actriz, que protagonizou películas que ficaram para a história do cinema como 8 ½, de Frederico Fellini, O Leopardo, de Visconti, A Pantera Cor-de-Rosa, de Blake Edwards, ou Aconteceu no Oeste, de Sergio Leone, chegou ontem à Madeira para receber o Prémio Carreira. Aos 70 anos, a actriz que continua no activo disse ao Sol: «Não há uma idade para parar, farei filmes enquanto me interessarem os guiões. Faço o que gosto. Trabalhei com os melhores realizadores do mundo, agora interessa-me trabalhar com jovens em início de carreira».


Outro homenageado da noite foi João Botelho que apresentou em ante-estreia nacional A Corte do Norte, a partir da obra de Agustina Bessa-Luís. «Filmei na Madeira e prometi que seria aqui a primeira exibição do filme, estou a cumprir», disse na apresentação do filme, que marcou também a primeira exibição em alta-definição na ilha. «É a primeira vez que faço um filme digital, é um modo de filmar diferente, sobre luz e sombras».


O produtor do filme, o madeirense António da Cunha Telles revelou que há 20 anos queria fazer este filme. «Esta obra de Agustina é talvez o livro mais importante de ficção sobre esta ilha e era impensável que não passasse ao cinema».


No final do evento, o director do Festival, Henrique Teixeira mostrou-se orgulhoso pelo impacto que teve junto do público, desde o documentário Sharkwater, de Rob Stewart, sobre tubarões e os atentados que sofrem pela acção do homem, a abrir o Festival com casa cheia, à repetição da exibição de Blindness, de Fernando Meirelles, devido à afluência, à lotação da sala em muitas exibições. «Quero incutir no público jovem uma cultura de cinema contrária ao fast food americano e virar-me para o cinema europeu e outros mercados menos conhecidos». A prova disso foram os dez filmes em competição oriundos de países como Polónia, Irão, Israel, República Checa, Macedónia, Croácia, Alemanha ou Brasil.


O director do evento reconhece que o prestígio alcançado é frágil e o futuro depende dos apoios que conseguir. «O Festival tem de ser visto como uma ferramenta turística para atrair outros tipos de público à Madeira e isso ainda não acontece». Se por estes dias a ilha tornou-se um cenário mediático, Henrique Teixeira garante: «Não queremos ser igual a Cannes, o nosso Festival de Cinema será sempre à escala do Funchal, mas podemos ser mais ambiciosos».

Sandra Nobre in Sol

Debatendo - Conferência Internacional do Funchal

(clicar sobre a imagem para ver maior)

Teatrando – Prémio Santareno de Teatro

Os Prémios Santareno de Teatro 2008 foram recebidos num unânime reconhecimento da importância da distinção criada pelo Instituto Bernardo Santareno (IBS) e pela Câmara de Santarém num país «onde o teatro é esquecido e maltratado». A entrega dos prémios decorreu durante um espectáculo marcado pela música, pelo canto e pelo bailado, mas, sobretudo, pela representação de um excerto da peça de Bernardo Santareno «O Inferno», levada ao palco, no Verão, pelo Teatro Experimental de Cascais, com encenação de Carlos Avilez, e que mereceu o prémio «espectáculo».

A edição deste ano da Grande Gala Santareno, a terceira, distinguiu ainda as carreiras do actor Nicolau Breyner e da cenógrafa e figurinista Cristina Reis e as interpretações de Ana Ester - no papel de Mrs. Lovett na peça «Swenei Todd o Terrível Barbeiro de Fleet Street», de Stephen Sondheim, com encenação de João Lourenço - e de Diogo Infante, o «Hamlet», de Shakespeare, na encenação de João Mota. Recebendo o prémio das mãos de Luís Miguel Cintra, Diogo Infante felicitou a iniciativa «que honra e homenageia quem vive do teatro» e considerou «gratificante» o reconhecimento do seu papel em Hamlet, «uma personagem tão difícil e tão transcendente que fica sempre a sensação que se fica aquém».


Carlos Avilez expressou igualmente a gratidão de quem «ama o teatro acima de todas as coisas», desejando que os 35 finalistas do curso realizado pela Escola Profissional de Teatro de Cascais sigam o exemplo dos laureados com o prémio «revelação», Cláudia Semedo e Pedro Bargado. A representação de «Inferno», peça de 1967 que se mantinha inédita, constituiu prova de aptidão profissional dos finalistas da escola de teatro de Cascais, sublinhou.


Os Prémios Santareno de Teatro 2008 tiveram ainda uma distinção «especial» para o Grupo Cénico da Música Nova, de Pernes (Santarém), por ter levado à cena a peça de Bernardo Santareno «O Duelo», com encenação e direcção do presidente do IBS, Vicente Batalha.


O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores, que entregou o troféu ao seu «amigo muito especial» Nicolau Breyner, justificou a criação dos Prémios Santareno de Teatro pela necessidade de não deixar «esquecer o que de melhor produzimos em Portugal». Nicolau Breyner lamentou que o país seja «pródigo em recriminações e raro em elogios», mas assegurou que, mesmo assim, «vale a pena ser actor». Revelando que foi amigo de Bernardo Santareno, pseudónimo literário de António Martinho do Rosário, Nicolau Breyner afirmou que receber um prémio com o nome do escritor «é um peso muito grande» e uma «responsabilidade» que lhe passaram para as mãos.


Já Cláudia Semedo disse encontrar no prémio um «incentivo» para um percurso que considerou ser ainda «tão curto», agradecendo a todos com quem aprendeu «pelas asas» que lhe deram e frisando a importância das distinções num país em que o teatro «é tantas vezes maltratado e esquecido».


Também Pedro Bargado viu no prémio «um bocadinho de carinho» e estímulo «para fazer mais e melhor».


Na noite de domingo, em que foi estendido o tapete vermelho à entrada do Teatro Sá da Bandeira e a sala (com pouco mais de 200 lugares) foi pequena, o espectáculo, «ilustrado» com o som da Grande Orquestra Santos Rosa, «ao estilo das grande orquestras americanas dos anos 1940», decorreu ao longo de duas horas. Com apresentação de Isabel Angelino e Eládio Clímaco, a entrega dos prémios foi intercalada com actuações dos bailarinos Ana Sofia Leite, João Cabaça e Sofia Matos, da soprano Ana Paula Russo, da Ala dos Namorados e da representação do excerto da peça «O Inferno».


Os galardoados receberam um troféu criado pelo escultor José Coelho, uma réplica da peça escultórica inaugurada no passado dia 05 de Outubro na rotunda da entrada Norte na cidade de Santarém.


Diário Digital / Lusa

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Musicando - 9:13

Foi simplesmente fantástico. Mais de 500 pessoas passaram pelo Clube Naval do Seixal no passado sábado. Um espectáculo cheio de ritmo e boa música com 17 projectos a passar por um pequeno palco onde as transições não demoravam mais do que 5 minutos. Parabéns ao Diogo e ao Rodolfo por isso.
Nos pequenos intervalos foram homenageadas bandas da Camacha, muitas delas que já nem existem. Muito obrigado ao Evandro por nos ter facultado a música que foi recolhendo com muita dedicação.

Foi uma festa. Uma festa onde se fez história, onde se provou que a moderna música madeirense está bem, recomenda-se e tem público.

Agora é tempo de rescaldo, de pensarmos bem no próximo 9.13 que só terá lugar no início do próximo ano. Com muita música!

Em nome da CRAP o nosso muito obrigado a todos os participantes e ao público presente. Bem ajam!

domingo, 16 de novembro de 2008

Opinando - E se Obama fosse africano?

E se Obama fosse africano?

Por Mia Couto

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: " E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros , a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

sábado, 15 de novembro de 2008

Musicando - 9:13


É hoje aquele encontro de bandas que é já quase um congresso...
Estamos a tratar da refundação da música moderna regional. Queremos transformar a ilha de musa castrante em musa inspiradora.
Pretendemos ser um sentido e muitas direcções que não levem a lado nenhum porque se completam a si próprias! Procuramos ser o resultado da fusão de todas as culturas, contra-culturas, sub-culturas, de todos os movimentos e sentires!
Somos aquilo que somos: seres individuais portadores de cultura própria e irrepetível!
Estamos contra tudo e contra todos! Somos pró tudo e pró todos!
Procuramos uma cultura activa, revolucionária, interveniente, reaccionária, proletária e elitista, de todos e para o mundo! Temos todas as cores mas todas elas muito bem individualizadas!
Queremos o futuro, o presente e o passado num só!
9:13 é um périplo. É o périplo apetecido da música contemporânea madeirense.
O 9:13 vai em Novembro até ao norte da ilha. O Seixal é o destino.
A prova da nossa força crescente é o número de bandas e projectos culturais regionais que já aderiram a este evento da CRAP que vai para a sua quarta edição. Até ao momento e sempre em aberto para novas adesões são já 16 os aderentes.
Isto é a prova de que crescemos a olhos vistos e que a união é possível pois só assim seremos, de certeza, mais fortes!9:13 procura ser um conceito. Um conceito de mudança de quem se quer afirmar artisticamente seja lá em que campo seja. 9:13 é um conceito de liberdade. De liberdade criativa que procura a afirmação do individual como irrepetível e único.
Nestes encontros com chancela da CRAP procuramos trocar experiências e ideias. Mas acima de tudo queremos criar um espaço onde nos possamos admirar uns aos outros. Queremos acabar com essa ideia sem sentido de que a capacidade de admiração não passa do próprio umbigo.
Às 9:13 PM no do dia 15 de Novembro, no Clube Naval do Seixal, o encontro de artífices apaixonados pela canção – que têm como musa castrante a nossa ilha – acontecerá com uma pontualidade brito-madeirense. Com os nossos tradicionais poucos recursos iremos fazer muito.
Esta vai ser, provavelmente, a melhor jam party até agora feita…
Não faltem! Às 9:13 começamos e só vamos terminar quando o Gordo dos Pimba cair!

Mais informação em:

http://coreappr.blogspot.com/

http://avancapanca.blogspot.com/

Ah, é verdade, não sabes onde é o Clube Naval do Seixal! Não acredito! Eis o percurso que se deve seguir partindo do Funchal. Às 20h do dia 15 entra-se no carro, liga-se o carro e depois executa-se tudo o que se aprendeu nas lições de condução com o objectivo chegar à “Via Rápida” por qualquer um dos pontos de acesso a esta. Segue-se com destino à Ribeira Brava, prossegue-se com velocidade controlada e consegue-se chegar lá com atenção nos aselhas. Ao chegar ao fim da “Via Rápida” muda-se para faixa da esquerda tomando a direcção de São Vicente. Pára-se na poncha da Serra-D’água (à esquerda) e bebe-se a melhor poncha da região, o condutor deve pedir uma poncha sem álcool que é igualmente deliciosa. Continua-se a viagem, agora mais animada, através do túnel da Encumeada. Segue-se na direcção do Porto Moniz até chegar à entrada do Seixal, à direita. Desce-se até encontrar uma rua à direita, antes de uma pequena ponte, com uma tableta que indica o “Cais do Seixal” (essa tableta pode ainda estar coberta de rótulos da Coral!). O Clube Naval do Seixal fica à esquerda mesmo antes da descida para o cais. Não há que enganar!!! Este percurso demora entre 40 a 400 minutos, dependendo do tempo que se demora a comer amendoim e a beber poncha.


C. R. A. P.

(Comité Regional de Apoio à Produção)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Publicitando - Graffiti

Simplesmente fantástico!!!!!!!



Musicando - Encontros da Eira


Os Encontros da Eira apresentam hoje o seu novo disco. "Meia Volta" é o nome deste trabalho que hoje, a partir das 18 horas pode ser apreciado no Fórum FNAC no Madeira Shopping.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Aniversário (2)

Hoje, e assim a modos que para comemorar um ano de blog, vou estar no Kool a passar música. Contem com um set de Balkan Beats e outro de Mashup. Apareçam...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aniversário

Este BLOG nasceu faz hoje um ano. A todos os que de uma maneira mais ou menos assídua por aqui passam e vão tendo a paciência de ler o que aqui é postado, o meu muito, muito obrigado.

Micro Festival e Banda Sonora no Kool Klub


O Micro Festival é o primeiro concurso de microfilmes a ser realizado na cidade do Funchal, no âmbito do Festival Internacional de Cinema (FICF).
O evento será realizado num único dia, 12 de Novembro de 2008, e será confinado ao espaço da cidade do Funchal. Os trabalhos obedecerão a um tema específico, apenas revelado no dia do concurso.
Nesse dia, os concorrentes terão que se dirigir ao Kool Klub Kafé, entre as 12h e as 19h, para oficializar a sua candidatura através da entrega da ficha de inscrição e ser-lhes-á divulgado o tema do concurso. Após a entrega dos Kits de participação, os concorrentes serão convidados a produzir um vídeo, a partir de um telemóvel com câmara, com uma duração máxima de um minuto. Por fim, terão que regressar ao Kool Klub Kafé para descarregar os seus trabalhos.
Os 15 trabalhos finalistas serão apresentados ao público, à noite, no KOOL KLUB. Simultaneamente actuará a BANDA SONORA e, no fim, serão revelados os três grandes vencedores que levam para casa um telemóvel novo da Optimus, com câmara de filmar, para futuras produções.


A BANDA SONORA nasce tão simplesmente da necessidade de emitir sons, num comprimento de onda que toque vários espectros da paleta musical – pop/rock de cá e de lá, uma pitada de jazz, um q.b. de música brasileira, um toque alternativo. O grupo incorpora a percussão do Miguel Rosado, a voz da Marília, o baixo da Merícia Lucas, o sax do Gualberto Anjo e o piano do Mário André.
O desenvolvimento de programas de natureza temática, está também no horizonte de expectativas da banda, para dois dedos de conversa sobre a arte de amar, o inconformismo social, enfim, os inevitáveis tópicos de uma conversa de café…
Grupo a ouvir com a atenção, o respeito que merecem os projectos despretensiosos, mas sérios.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cinema - Micro Festival - Concurso de Microfilmes Funchal 2008

(clicar sobre a imagem para ver maior)

Musicando - Workshop/Masterclass com Nuno Rebelo e Vitor Joaquim

WORKSHOP

GUITARRAS - INSTRUMENTOS DE CORDAS
ELECTRÓNICA - LAPTOP E LIVE SAMPLING


FORMADORES
NUNO REBELO (guitarra eléctrica)
Licenciado em Arquitectura pela ESBAL, dedicou-se desde logo exclusivamente à música, tendo integrado na década de 90 o grupo new wave “Streetkids”(80-82) e dirigido os "Mler ife Dada" (1983-89). De 1990 a 92 dirigiu o grupo instrumental "Plopoplot Pot" e, entre 93 e 95, a "Poliploc Orkeshtra", que acompanhou com música ao vivo o filme mudo "Nosferatu", de Murnau, e “Douro, Faina Fluvial”, de Manoel de Oliveira.

VITOR JOAQUIM (laptop, electrónica)
Formou-se em cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema nas áreas de som e realização e frequenta actualmente um doutoramento em Computer Music. Improvisador electrónico, compositor e artista media, compôs para dança, teatro, vídeo, instalações e multimédia, tendo trabalhado com diversos criadores tanto em Portugal como no estrangeiro, em concertos ou em colaborações multidisciplinares.

DATAS
2, 3, 4, 5, 6 de Dezembro 2008

LOCAL
Universidade da Madeira

HORÁRIO
Laptops: 10.00 – 16.00 (1 hora para almoço)
Guitarras: 15.00 – 20:00

VAGAS
Até 20 participantes (10 por cada tema)

INSCRIÇÕES
Enviar mail com Curriculum Vitae resumido para:
mmarques@almasud.com ou rafael@almasud.com

OBJECTIVOS
É intenção primeira deste workshop, levar o participante à descoberta dos seus potenciais criativos numa viagem em que a abordagem dos materiais e a relação com o grupo é tão ou mais importante que a técnica de instrumento.
O fim deste Workshop, não é pois, procurar o domínio técnico do instrumento, mas sim a descoberta de possibilidades de relacionamento entre a criatividade individual e a criatividade em grupo, conduzidas com base na improvisação e na exploração das tecnologias disponíveis.
O domínio virtuoso de um instrumento, nada representa quando o intérprete não tem intenções, não exerce a criatividade e se limita a um relacionamento teórico e mecânico com a interpretação musical.
O workshop será conduzido com base numa grelha pré estabelecida de exercícios, procurando estímulos nas constantes dúvidas e problemas dos participantes, num jogo de interactividade.
Genericamente, o processo será desencadeado com base em pedidos de trabalho -estímulos fornecidos. A esses estímulos corresponderão reacções por parte dos participantes que muito rapidamente desencadearão estímulos noutros participantes, criando assim uma cadeia sonora de inter dependências.
Tomando como referência determinadas passagens musicais, os formadores procurarão a seu tempo, fazer incursões teóricas sobre produção e engenharia de som que se tornam assim, plenamente justificadas num contexto criativo. Desta forma, encontramos redobrada a atenção do participante.
Documentários sobre autores modernos pontuarão regularmente o desenvolvimento dos trabalhos introduzindo assim alguma modulação na sensibilidade dos participantes.
Por mais que se force a aprendizagem, nada supera a validade de conhecimentos e a segurança que resultam da confrontação dos materiais com as técnicas. Muitas vezes, são mesmo as limitações criadas com o manuseamento da tecnologia o estímulo mais forte em todo o processo criativo.

EQUIPAMENTOS DOS PARTICIPANTES
GUITARRA: Os participantes devem fazer-se acompanhar dos respectivos instrumentos (guitarras ou baixos eléctricos), processadores de efeitos, pedais, cablagem e amplificador.
Os participantes devem fazer-se acompanhar de cablagem que permita ligarem-se em stereo a uma mesa de mistura através de um cabo que convém ser longo para evitar tensões.

LAPTOP: No caso dos utilizadores de computador, será conveniente que os participantes possam trazer instalada uma versão Live da Ableton, ou qualquer outro sistema de live sampling.
Os participantes devem fazer-se acompanhar de cablagem que permita ligarem-se em stereo a uma mesa de mistura através de um cabo que convém ser longo para evitar tensões.


Mais informação em: http://www.madeiradig.net/

Exposição - SaCANNERS

(clicar sobre a image para ver maior)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Musicando - Miriam Makeba

A cantora sul-africana Miriam Makeba, de 76 anos, conhecida em todo o mundo como "Mama África", morreu esta madrugada vítima de paragem cardíaca depois de ter participado num concerto de apoio ao escritor Roberto Saviano, ameaçado de morte pela máfia da região de Nápoles.
Voz lendária do continente africano e um símbolo da luta contra o regime do apartheid, Miriam Makeba sentiu-se mal depois de ter cantado 30 minutos num show dedicado ao jovem autor do livro "Gomorra" em Castel Volturno.
"Foi a última a sair do palco, depois dos outros cantores. Houve um bis e alguém perguntou se havia algum médico entre o público. Miriam Makeba tinha desmaiado e estava deitada no chão", afirma um fotógrafo presente ao evento.
Levada rapidamente para uma clínica de Castel Volturno, veio a morrer um pouco mais tarde em consequência de uma paragem cardíaca.
Mais de mil pessoas compareceram ao concerto anti-máfia, numa área considerada um reduto da Camorra, a máfia napolitana, onde seis imigrantes africanos e um italiano foram assassinados em Setembro passado em circunstâncias não esclarecidas.
Miriam Makeba nasceu em Joanesburgo no dia 4 de Março de 1932.
Makeba iniciou a sua carreira nos anos 50 participando em grupos corais e cantando uma mistura de blues americano com ritmos tradicionais da África do Sul. No final da década, apesar de vender imensos discos, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a vontade de emigrar para os Estados Unidos onde pensava poder viver profissionalmente como cantora.
Um dos momentos decisivos na sua carreira aconteceu em 1960, quando participou no documentário anti-apartheid “Come Back, Afrika”, apresentado no Festival de Veneza desse ano. A recepção que teve na Europa, e as condições que enfrentava na África do Sul, fizeram com que Miriam resolvesse não voltar ao seu país, o que fez com que seu passaporte sul-africano fosse revogado.
Vai então para Londres, onde se encontraria com o cantor e actor negro norte-americano Harry Belafonte, que na época gozava de grand popularidade e prestígio e seria mesmo o responsável pela entrada de Miriam no mercado norte-americano. Através de Belafonte, também um grande activista dos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade nos EUA. A música “Pata Pata” tornou-se um estrondoso sucesso mundial. Em 1966 os dois ganhariam o Prémio Grammy, na categoria música folk, pelo disco “An Evening with Belafonte/Makeba”.
Em 1963, depois de um testemunho intenso sobre as condições de vida dos negros na África do Sul perante o Comité contra o Apartheid das Nações Unidas, viu os seus discos serem banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regressar ao lar e sua cidadania sul-africana foram anulados, tornando-se a cantora uma apátrida.
Seus problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o activista político Stokely Carmichael, um dos fundadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, fazendo com que os seus contratos de gravação e as suas tournées fossem canceladas. Por causa disso, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré, chegando a ser nomeada delegada da Guiné junto à ONU nos anos 80, onde recebeu da organização o Prémio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a gravar discos e a fazer shows pela África, América do Sul e Europa.
A morte da sua única filha em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano participando no disco de Paul Simon, “Graceland”, e integrando a tournée que se seguiu.
Miriam Makeba finalmente voltou à sua pátria em 1990, com o fim do apartheid no país, a pedido do Presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente.
Hoje chegou ao fim a vida desta diva da música mundial.
Que descanse em paz!!!!

Comendo - Paixão do Vinho

Dos amigos da Paixão do Vinho recebemos o seguinte email:

Após uma natural ausência criativa dos nossos enólogos a aplicarem a sua sapiência nas recentes vindimas findas, venho-vos apresentar mais um jantar no dia 15 deste mês, que espero Vos fará esquecer o Orçamento de Estado, a Crise, os impostos a pagar e outras desgraças que por aí andam sem rumo certo …
Mais uma vez seremos hóspedes do restaurante o ‘MOLHE’ e do seu chefe Miguel Laffan, que de propósito nos compôs um menu para desafiar e conjugar dos melhores vinhos do mercado português:

· Brie panado, compota de pêra e nozes com uvas e salada crocante
· Naco de atum e lula recheada com polvo e chouriço sobre uma cama de legumes marinados e emulsão de Bulhão a pato.
· Sorvete de limão e poejos.
· Bochecha de porco preto estufado em vinho tinto, mil folhas de batata moeda com cogumelos, mini cenoura e ervilhas.
· Trilogia de queijos
· Fruta tropical laminada com sabayon de amaretto.

O desafio que vamos acompanhar é o deste chefe com a sua cozinha, que vai ter de enfrentar tão simplesmente quatro dos mais conceituados vinhos lusos, vinhos de um nosso amigo e enólogo nortenho.
Assim convidamo-lo a entrar connosco no mundo fascinante do vinho, acompanhado por um dos mais conceituados enólogos do Douro, João Brito e Cunha, que nos traz o Ázeo Branco 2007 (já á venda na PAIXÃO do VINHO), o novíssimo Ázeo Branco Reserva 2007, o novo Quinta São José tinto 2005 e o soberbo Ázeo tinto 2005 (também à venda na PAIXÃO do VINHO). A propósito Ázeo significa em latim bago de uva.
Estes vinhos foram mais uma vez referenciados, entre outros, pela DECANTER, revista britânica, como as melhores escolhas para este ano de 2008. A crítica referencia o seguinte sobre estes brancos: “nos últimos anos não têm sido muitos, os brancos do Douro que me conseguiram despertar alguma atenção mas este conseguiu e bem, numa zona dominada claramente pelo vinho do Porto e pelos vinhos tintos, o vinho branco é colocado num plano bastante inferior, surge nos últimos tempos uma nova vaga de vinhos brancos onde se nota a cada ano que passa um aumento da sua qualidade.”
Mas porquê referenciar as críticas vinícolas, se podemos no próximo sábado, dia 15 comprovar em loco, a excelência destes vinhos …?
Por isso por favor respondam a este mail info@paixaodovinho.com ou então por telefone nas horas de abertura da loja 291010110 e confirmem a vossa presença neste evento com um custo de 40€.
Não vos vamos incomodar mais, por isso desejamo-vos um bom fim de tarde de Domingo tempestuoso, na expectativa de vos encontrar no próximo Sábado no restaurante o ‘MOLHE’ após uma proveitosa semana de Festival de Cinema do Funchal.
Cumprimentos

Filipe Santos e Francisco Albuquerque

Jantar Eno-Gastronómico no restaurante o ‘MOLHE’ com vinhos do enólogo João Brito e Cunha
Data: Sábado dia 15 de Novembro de 2008
Hora: 20h
Custo: 40€

sábado, 8 de novembro de 2008

Musicando - Wendy James no Kool


HOJE WENDY JAMES NO KOOL KLUB EM DJ SET

Cinema - FICF



Escreve Sandra Nobre no SOL:


Integrado nas comemorações dos 500 anos da Cidade do Funchal, durante nove dias, a ilha recebe a festa do cinema, no Teatro Municipal Baltazar Dias. Na sexta-feira, a Gala de Abertura contou com um espectáculo performativo do pintor francês Jean Pierre Blanchard e com a exibição de Blindness, do brasileiro Fernando Meireles, baseado no livro Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, antecipando a estreia nacional, na próxima quinta-feira.
Também em antestreia, exibe-se a obra de João Botelho, A Corte do Norte, a partir do romance de Agustina Bessa-Luís. Na apresentação vão estar o realizador, o produtor António da Cunha Telles e os actores Ana Moreira e Rogério Samora.
Os dez filmes em concurso, seleccionados entre os mais de dois mil apresentados, são: I’m from Titov Veles, de Teona Mitevska (Macedónia), Tricks, Andrzej Jakimowski (Polónia), Kino Lica, Dalibor Metanic (Croácia), Strawberry Wine, de Dariusz Jablowski (Polónia), A Via Láctea, Lina Chamie (Brasil), The Icebomb, de Olivier Jhan (Alemanha), Of Parents and Children, Vladimir Michalek (República Checa), Estômago, de Marcos Jorge (co-produção Brasil e Itália), Lonely Tunes of Tehran, de Saman Salor (Irão) e For My Father, de Dror Zahavi (Israel).
O júri é composto pelo realizador José Fonseca e Costa, o jornalista e crítico americano Dennis West, a directora do Festroia, Fernanda Silva, a realizadora chilena Pilar Anguita Mackay e o realizador alemão Alexander Hoppersdorff.
Paralelamente, o Premiere Madeira 1, secção não competitiva, e o Premiere Madeira 2, em competição, cedem o ecrã a jovens criadores que trabalham ou se inspiraram na ilha para a realização de curtas-metragens.
A italiana Cláudia Cardinale, diva do cinema europeu, que trabalhou com mestres como Visconti, Fellini e Sergio Leone, chega ao Funchal na próxima sexta-feira para receber o Prémio Carreira.
Os vencedores são anunciados no último dia, durante a Gala de Encerramento, no Centro de Congressos da Madeira.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Musicando - Wendy James




Politicando - Yes We Can!!!!

Desculpem mas também eu fui atingido pelo vírus da Obamamania.
Aqui fica o discurso da vitória traduzido para português, um discurso envolvente, humano e inteligente:


Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.
É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.
É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.
Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América.
É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.
Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.
Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain.
O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.
Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.

Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.
E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.
Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.
E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.
Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.
E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.
E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.
Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente gratos por aquilo que sacrificaram para o conseguir.
Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.
Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.
Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.
Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecera da Terra.
Esta vitória é vossa.
E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.
Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.
Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.
Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.
Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.
O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.
Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.
Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.
Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.
Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono.
Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.
Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.
Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.
Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.
Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.
Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.
São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.
Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.
E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.
E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.
Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.
É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.
Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.
E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.
Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.
Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.
Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.
Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.
Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.
E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.
Sim, podemos.
América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?
Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.
Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.
Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América

Tradução de Mª João Batalha Reis