quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Teatrando - Jô Soares

O humorista Jô Soares afirmou ontem que irá viver Fernando Pessoa no palco do Villaret, em Lisboa, e não dizer a sua poesia.

Jô Soares falava na Casa Fernando Pessoa num encontro com a imprensa e admiradores, a propósito do espectáculo "Remix em Pessoa" que estará em cena no Teatro Villaret de 29 a 31 de Janeiro e de 03 a 07 de Fevereiro.

O espectáculo, com direcção de Bete Coelho e música de Billy Forghieri, partiu de um CD homónimo, em que o humorista diz poemas de Fernando Pessoa com a música de Forghieri como fundo.

Hoje em Lisboa, Jô Soares advertiu que o espectáculo "é diferente e integra mais poemas. Noventa por cento do espectáculo é de poemas de Álvaro de Campos [heterónimo de Pessoa] por ser mais niilista, o que é uma forma de humor".

"No palco sinto-me vivendo um personagem que podia ser irmão do Álvaro de Campos", adiantou o humorista que referiu que o cenário "é simples, sendo projectadas imagens de Pessoa".

Jô Soares usará "um terno preto e um chapéu, uma indumentária muito próxima da do poeta", escolhida por "mero acaso, sem saber".

O actor não fugiu à questão do Acordo Ortográfico, já ratificado por Portugal e Brasil, e afirmou que prefere "ler português em Portugal e literatura brasileira em brasileiro".

"Não adianta a unificação da língua porque somos ligados por uma língua diferente", disse, justificando: "[nós brasileiros] falamos um português que já foi corrente em Portugal".

"O português que se fala aqui [em Portugal] é mais moderno que o brasileiro que tem raízes seiscentistas".

Voltando a Fernando Pessoa, Jô Soares afirmou que a frase do poeta da "Mensagem" que o marca é "Malhas que o Império tece" do poema "O menino de sua mãe".

"Esta frase é uma análise da história do mundo. Vale na época de Pessoa, da guerra em África, na Indochina, na I Guerra, na II Guerra, e vale hoje", explicou.

"Engloba a história do mundo perfeitamente. Pode-se hoje mandar o soldadinho para Angola ou para o Iraque, só os impérios mudam", acrescentou.

Fernando Pessoa é, segundo Soares, o poeta português mais conhecido no Brasil e sem paralelo com qualquer outro, nomeadamente os contemporâneos, e Sophia de Melo Breyner Andresen "é razoavelmente conhecida e lida".

O facto de se apresentar num teatro construído por iniciativa de Raul Solnado, de quem foi amigo, levou Jô Soares a desfiar na conversa várias recordações com o actor falecido no ano passado, e por quem afirmou ter uma enorme estima e admiração, assim como por outros portugueses.

Jô Soares afirmou que no dia 26 de Abril de 1974 Raul Solnado lhe telefonou e disse: "Jô, agora posso gritar na rua que sou socialista e não vou preso".

Nicolau Breyner que lhe foi apresentado por Solnado em 1979, quando Jô Soares se deslocou pela primeira vez a Portugal para animar um Carnaval no Algarve, foi referenciado pelo humorista como "um irmão vitelino".

Sobre Nicolau afirmou textualmente: "Esse cabrãozinho de merda está tão dentro da minha cabeça que é como um irmão vitelino".

A conversa aberta ao público em geral divergiu para o programa do humorista na TV Globo, transmitido em Portugal por cabo.

Entre as várias curiosidades, Jô Soares satisfez uma: a caneca que usa no programa ora tem água, refrigerante 'light', chá que "detesta", ou "sopinha quente".

Jô Soares realçou ainda que a sua faceta de humorista, apesar de ter exercido jornalismo no jornal Folha de São Paulo e na revista Veja, lhe permite algumas "irreverências" sem que o convidado se sinta desconfortável.

Jô Soares que há quatro anos não vinha Portugal não tem "vontade de ver nada de especial", disse. Reflectindo, corrigiu: "talvez tenha a sorte de ver um troço do Benfica a jogar".

Lusa/Nuno Morna

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Musicando - Legendary Tiger Man

Legendary Tigerman elogiado em blogue influente

«Femina» de Legendary Tiger Man, foi elogiado no blogue britânico Next Big Thing, da autoria do jornalista Lindsay Hutton.
Hutton refere-se ao «minimalismo sofisticado» de «Femina» e à «simplicidade devastadora» de «Lonesome Town», cujo vídeo foi entretanto colocado no blogue. É também afirmado que «Femina» facilmente faria parte do universo de David Lynch e que é um disco mais divertido do que uma caixa inteira dos White Stripes.

Aqui fica o que por lá se pode ler em inglês:

I’m pretty sure that this guy needs no introduction but this project opens up the blues gash and pairs him up with various femme fatales. Imagine Mark Ronson if he had any sense of undulatory gratification. A sleaze noir concept that combines The Cramps stripped down sensibilities with a Rev/Vega/Stereo Total take on Nancy and Lee variations with a couple of shots of Porter Wagoner. The dark side of Dean and Britta.

The Legendary Tigerman is the alter ego of Paulo Furtado and “Femina” (Metronomo/Discos Tigre) is sophisticated minimalism. The visual aspect is captured on a companion dvd with super 8 clips punctuating the ooze and throb of the music. There’s a lot of smoking and I thought a lot about the juxtaposition of how David Lynch shoots cigarettes and how the remake of Gun Crazy carried a certification warning that it showed people smoking. The smoke itself seems to be some kind of metaphor for the way that the music threatens the convention of the typical “one-man band”.

The version of “Lonesome Town” with Rita Redshoes, another Portuguese artist is devastating in its simplicity. This could easily feature in Lynchland somewhere down the road. The streets may be filled with regret but this is really something. It’s like what you read that a Nick Cave record is like but never delivers. “Radio and TV Blues” is “TV Set” turned upside down and inside to be filtered though “Jukebox Babe”. Together with Asia Argento, he’s invented a new genre in argent(o)tronica. A virulent sonic mutant analog virus that should tickle any Nico heads out there.

Also conspiring with Paulo is Lisa K (Bellrays), Peaches, Phoebe Killdeer and Becky Lee plus other game ladies. “Femina” deserves to be bigger than that Moby record that was licensed every which way all over the world. It’s a modern sounding record that bonds the past, present and future of twisting the mainstream. And those accents, well those make it doubly exotic, especially Claudia Efe’s performance on “Light Me Up Twice”. Closing with a bizarro world George Formby uke twang take on Daniel J’s “True Love Will Find You In The End”. There’s a strange twinge of hope that’s akin to lighting a paper boat and sending it out.

Cave and Minogue this ain’t. Want to hear something that’s more fun than a whole case of White Stripe(s)? Get in touch with your “Femina” side. Spring for the deluxe edition.

Musicando - 'Madeira Clássico' toca Haydn

Escreve Luís Rocha no DN/Madeira de hoje:

Dois quartetos de Franz Joseph Haydn (compositor austríaco precisamente considerado o 'pai' do quarteto de cordas) serão tocados pelo 'Madeira Clássico', um agrupamento de música de câmara criado no seio da Orquestra Clássica da Madeira (OCM), na próxima sexta-feira, dia 29 do corrente mês de Janeiro. O evento realizar-se-á no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal, pelas 21 horas.

Formado por Svitlana Taraban e Adéla Hýskova nos violinos, por Trennedy Maggiorani na viola d'arco e por Mikolaj Lewkowicz no violoncelo, este ensemble reúne músicos provenientes de diferentes escolas internacionais, que se propõe interpretar com uma "intimidade ecléctica" que as obras que se propõe tocar.

Neste caso, são elas o Quarteto em Fá Maior, Op. 3 nº 5, e o Quarteto nº 68 em Ré menor, Op. 103, 'Inacabado'.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cinema - Alice

in Ípsilon:


O muito aguardado filme estreia a 4 de Março nas salas portuguesas e, enquanto não chega, vamo-nos saciando com detalhes. Como a banda sonora

Vimos o trailer e já nos entusiasmámos com a perversidade "camp" do Chapeleiro Louco de Johnny Depp, com a Rainha de Copas de Helena Bonham-Carter e com aquilo que, às mãos de Tim Burton, parece vir a ser uma nunca antes tão perturbadora "Alice no País das Maravilhas".

O muito aguardado filme estreia a 4 de Março nas salas portuguesas e, enquanto não chega, vamo-nos saciando com detalhes. Como a banda sonora, que o histórico colaborador de Burton, Danny Elfman, partilha com um caldeirão de bandas agora revelado - e no mínimo surpreendente.

Domina aquela espécie de punk para adolescente trautear, como o dos All-American Rejects ("The poison"), o da colaboração entre Mark "Blink 182" Hoppus e Pete "Fall Out Boy" Wentz ("In transit") ou o dos Plain White T's ("Welcome to mistery"). Também há pitadas de gótico adulto na cabeleira de Robert Smith ("Very good advice"), um traço de eyeliner preto via Avril Lavigne ("Alice (Underground)") e um grupo de personagens que, fossem contemporâneas de Lewis Carroll, poderiam ter integrado a galeria de figuras bizarras com que o autor inglês povoou o País das Maravilhas: sim, os Tokyo Hotel também marcam presença, acompanhados por Kerli, com "Strange".

Fugindo ao padrão, temos os Franz Ferdinand ou os Wolfmother. Isto, claro, sem esquecer aquele clássico impossível de ignorar: "White rabbit", dos Jefferson Airplane, foi regravado por Grace Potter And The Nocturnals.

Lendo - Luis Sepúlveda

«História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar», do chileno Luis Sepúlveda, será apresentado no próximo dia 6 de Fevereiro, numa edição ilustrada da Porto Editora. A obra, incluída no Plano Nacional de Leitura, já vendeu 150 mil exemplares no nosso país. A apresentação, na FNAC do CC Vasco da Gama, em Lisboa (16h00), contará com um espectáculo de marionetas alusivo à obra, da autoria da Companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora.

«´História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar´ conta a história de Zorbas, um gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota…
Com a graça de uma fábula e a força de uma parábola, Luis Sepúlveda oferece-nos neste seu livro já clássico uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético» .

Dançando - Dançando com a Diferença

Lê-se no DN/Madeira de hoje pela pena de Paula Henriques:

O Dançando com a Diferença vai repor o espectáculo 'Romeu e Julieta' no final de Abril no Centro das Artes, na Calheta. O trabalho, assinado por Arthur Pita, estreou em 23 de Outubro e esteve três dias em cartaz, sempre com lotação esgotada. A produção, baseada no clássico de William Shakespeare, volta agora a 29 e 30 de Abril e 1 e 2 de Maio ao espaço de residência do grupo madeirense, com as duas primeiras sessões para as escolas e os duas últimas para o público em geral (a sessão do dia 29 vai depender da adesão das instituições de ensino).

Arthur Pita, que está agora a produzir na Inglaterra uma coreografia inspirada na Madeira intitulada 'God's Garden', adaptou o clássico a uma era contemporânea, com duas famílias rivais, produtoras de vinho e a 'Julieta' em cadeira de rodas. O trabalho já suscitou o interesse de vários espaços, sendo os custos das deslocações o único entrave. Em Fevereiro, o grupo vai realizar alguns contactos em Londres com vista a levar esta coreografia aos palcos ingleses, adiantou Henrique Amoedo.

De acordo com o responsável, 2010é um ano para dedicar à formação dos bailarinos, não estando previstas novas produções. "A formação para eles agora é muito importante. Já tiveram muitas experiências diferentes nestes anos todos, com diferentes coreógrafos, diferentes palcos, diferente tudo. Este é um momento de parar para arrumar a casa", justificou Henrique Amoedo ao DIÁRIO, acrescentando que o plano não é deixar os palcos, mas munir os bailarinos de novas ferramentas que facilitem o crescimento: "Não deixamos de dançar, de fazer o que há e assumir os compromissos. Vamos é ter uma base para que a partir dessa base, que vai ser criada este ano, possamos dar um salto para fazer outras coisas mais ambiciosas e mais exigentes tecnicamente". O cruzamento com outros profissionais, também é um dos objectivos de Henrique Amoedo.

O responsável pelo grupo desde a criação, em 2001, admite que o grupo precisa mesmo da paragem, que será benéfica também para os grupos secundários, uma vez que vai estar mais disponível para trabalhar com eles.

Para já vão continuar a ter aulas três vezes por semana: uma com Vanessa Amaral, uma com Henrique Amoedo e outra com Juliana Andrade, para aumentar os conteúdos e para poder libertar o director artístico para acompanhar os outros grupos.

É que a aposta na formação é válida tanto para o grupo principal da Associação dos Amigos da Arte Inclusiva - Dançando com a Diferença, como para outros, nomeadamente o Grupo Sénior, o Grupo Júnior e o Dançando com a Diferença 2, que Henrique Amoedo está neste momento a criar.

Dançando procura pessoas com limitações

A Associação dos Amigos da Arte Inclusiva - Dançando com a Diferença está à procura de pessoas com limitações físicas para o Dançando com a Diferença 2, um grupo secundário que vai formar bailarinos para o grupo principal. Até ao momento as inscrições reuniram mais de uma dezena de pessoas, mas nenhuma portadora de deficiência, contou Henrique Amoedo, que ia contactar a Associação Portuguesa de Deficientes na esperança de encontrar pessoas, sobretudo com dificuldades motoras, para o projecto.

O objectivo deste segundo núcleo é preparar no espaço de um ano lectivo os novos elementos. Mas nem todos chegam ao grupo principal: "Aqueles que, ao final deste ano de actividades, ainda não reunirem todas as qualidades estético-artísticas necessárias para integrar o GDD, no mínimo, ganharão com o processo de formação, que pode ser estendido se houver necessidade", disse.

Até quarta decorrem as pré-inscrições. Neste dia começam as entrevistas e no dia 1 de Fevereiro serão divulgados os resultados. Para já, o grupo de candidatos, que idealmente seria metade com e outra metade sem limitações, tem idades entre os 20 e os 30 anos e não têm experiência em dança. Os menores serão seleccionados do Grupo Júnior, acrescentou.

Inicialmente está previsto que as aulas decorram às sextas, das 17 horas às 18h30. No entanto o horário poderá ser ajustado.

A mensalidade custa 20 euros ou metade deste valor para os sócios da Associação. Informações e o formulário de pré-inscrição através do email geral@aaaidd.com ou do telefone 291 752 157.

O calendário contempla no dia 3 e 8 de Fevereiro a mostra e discussão de vídeos e no dia 26 do próximo mês a aula inaugural.

Paula Henriques

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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A partir de agora também no Facebook e com nova dinâmica...