
É com prazer que me associo a este primeiro passo da aventura literária de Nuno Morna, aventura escrita para um público que hesito em classificar de infância, pois, como verão os que lerem este conto, as mensagens vão muito para além dos passeios de uma estrela errante, filha dilecta de um qualquer Deus, que põe e dispõe no Universo que criou.
O agrado acrescenta-se pelo facto de passarmos a contar com mais uma assinatura de sabor madeirense, nas letras arrumadas da ficção.
Freyja, do Nuno Morna, é um conto que fala do complicado acto de crescer, fala do caminho que se percorre a despeito do conselho, fala da curiosidade e da procura do saber que se acoita escondido no desconhecido.
Freyja, a tal estrela que vagueia e dá nome ao conto, aposta no erro como fonte de verdade e de descoberta. Por isso erra, logo aprende.
O autor cultiva o paradoxo de quem quer partir para chegar a casa. aposta numa partida conduzida por fascínios de luz, de calor e de cores, entorpecida pelo deslumbramento de um Sol que se sente centro e, afinal, também parte.
Nuno Morna, neste conto, encarna o desafio de uma busca de respostas que não estão fora, nem longe de quem as procura, antes perto, antes dentro.
É assim que, enriquecida pelo caminho percorrido, Freyja termina na contemplação, feita na distância de onde tudo parece belo, calmo e tranquilo, para longe, onde a água, o fogo e o ar se juntam numa Terra única.
E o leitor, levado para essa contemplação sideral, também se distância, contempla e pergunta: - E depois?
Ficamos à espera, Nuno Morna, sentados nos píncaros da Lua.
Funchal, 1 de Junho de 2008
Francisco Fernandes
1 comentário:
Parabéns, pela tua primeira obra! Já tive o prazer de a ler. Mas concordo com o Dr. Francisco Fernandes, quando hesita em classificar a obra como dirigida para a infância. Sem dúvida, a mensagem vai mto mais além dos passeios da estrelinha.
Fico à espera da segunda obra, dirigida a quem quer que seja...
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