sexta-feira, 3 de abril de 2009

Filosofando - Agostinho da Silva

No dia em que se assinala o 15º aniversário do seu desaparecimento, o filósofo Agostinho da Silva é invocado pelo neto João Rodrigo Mattos, nascido no Brasil, que o visitou em Lisboa, em 1993, e que guarda dessa visita uma recordação viva. "Ele impressionou-me muito. Tenho a recordação de estar na frente de um jovem de 87 anos", relata o descendente.

"Ele parecia até mais novo do que eu, que tinha então 19 anos", disse ainda ao CM o cineasta luso-brasileiro, que em 2000 voltou a Lisboa para realizar um documentário sobre o avô. "O meu avô era um renascentista, um homem múltiplo, que não se impunha as limitações que muitas vezes colocamos a nós próprios", acrescentou.

Exibido em 2006 pela RTP, o documentário ‘Agostinho da Silva, Um Pensamento Livre’ foi ainda visto em Espanha, França e Bélgica. Novas exibições têm-se sucedido este ano na América Latina. "O filme passou a semana passada na Argentina e no Festival Internacional de Cinema em Salvador, na Bahia", disse. Dentro de duas semanas será a vez de Fortaleza, no Ceará.

Entretanto, hoje (10h00-19h00), na Faculdade de Letras de Lisboa, Adriano Moreira participa, entre outros, no colóquio ‘O Legado de Agostinho da Silva: Quinze Anos Após a Sua Morte’. Em declaração ao CM, o conferencista Renato Epifânio sublinhou que "qualquer povo só terá real futuro na medida em que desenvolva uma autoconsciência colectiva." E foi "precisamente essa consciência – não apenas portuguesa, mas também, sobretudo, lusófona – o legado maior de Agostinho da Silva".

in Correio da Manhã

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