domingo, 25 de outubro de 2009

Teatro - COM.TEMA

Escreveu Paula Henriques no DN/Madeira de ontem:

Com.Tema acusa CMF de má gestão do Teatro
A Com.tema aponta a dualidade de critérios na utilização do 'Baltazar Dias'
Data: 24-10-2009

A Com.Tema não vai voltar ao Teatro Municipal Baltazar Dias. Nuno Morna cortou com a autarquia, acusando-a de má gestão do espaço cultural. "Não quero relações nenhumas com a Câmara Municipal do Funchal", garantiu ao DIÁRIO.

Na origem desta divergência com a entidade gestora da sala referência em termos de infraestruturas culturais no Funchal está o facto de ter pago este ano 11.500 euros pelo uso do Teatro durante 15 dias. Nuno Morna, o director da companhia que tem actualmente em cartaz a stand-up comedy 'Vou-te Bater - Comedy Club II', no auditório da RDP, assegura que a Com.Tema foi a única a ter de cumprir com o regulamento e pagar por inteiro a utilização do espaço: "Há uns que não pagam nada, há uns que pagam menos percentagem do que eu pago... há um regulamento e não se aplica, ou a uns aplica-se e a outros não se aplica, quer dizer... eu não quero alinhar neste barco", afirmou.

O actor e director da companhia assegura que o descontentamento limita-se à gestão da sala: "Adoro o teatro, foi o sítio onde nasceu a Com.Tema, é mítico para nós. A sala é fantástica, o pessoal que trabalha no teatro é fantástico, agora o modo como a coisa é gerida, eu não concordo e se não concordo, eu não vou estar a dar de barato aquela que é uma capacidade da Com.Tema tem de encher salas, para quem não entende que isso tem custos e para quem não entende que se há um regulamento, ou se aplica a todos, ou não se aplica a ninguém. Eu quero ser tratado como os outros são tratados", desabafou.

Câmara não se pronuncia

O DIÁRIO tentou ouvir a Câmara Municipal do Funchal, mas Pedro Calado preferiu não falar sobre o assunto: "Não tenho comentários a fazer", limitou-se a dizer o vereador com a gestão do Teatro Municipal Baltazar Dias e o responsável pela criação do referido regulamento de utilização da sala.

Com o corte de relações, a Com.Tema fecha a porta a esta sala e opta por outros auditórios para apresentar as suas produções. As novas oportunidades surgiram no auditório da RDP e também fora do Funchal: "Como não estou para ser injustiçado e como já tínhamos a possibilidade de fazer uma residência no Centro das Artes, em princípio os próximos anos é por lá que vamos ficar, com todo o prazer. Pelo menos ali sei qual são as regras e são aplicadas por igual a toda a gente", disse.

Apostar na descentralização

Questionado se a companhia não será prejudicada pela descentralização da sua actividade, Nuno Morna admitiu: "Eventualmente terá custos. Estamos a trabalhar em algumas ideias para que as pessoas se sintam atraídas para ir lá, não só para ir ver o teatro, mas vamos tentar juntar umas sinergias locais no sentido de uma pessoa poder ir lá passar um fim-de-semana que inclua uma ida ao teatro, ir jantar a um sítio qualquer que inclua uma ida ao teatro e por aí fora... há toda uma série de coisas que nós podemos fazer", assegurou.

'Vou-te Bater - Comedy Club II' no Funchal

Depois de quarto dias em cena no Centro das Artes, na Calheta, o 'Vou-te Bater - Comedy Club II' chegou na terça ao Funchal, ao auditório da RDP Madeira, onde vai permanecer até ao dia 31, com uma sessão diária às 21h30. Hoje, há sessão também às 18 horas. Em palco estão juntos pela segunda vez o quarteto formado por Carlos Moura, António Raminhos, os convidados, Pedro Ribeiro e o próprio Nuno Morna, ambos da Com.Tema.

Em diferentes registos, os comediantes passam a pente fino a actualidade, juntamente com outros clássicos, como o sexo e a língua durante mais de uma hora.

Os bilhetes encontram-se à venda na bilheteira da RDP Madeira. Têm o preço único de dez euros.

Paula Henriques

1 comentário:

valeria mendez disse...

muito pior fiquei eu com a Câmara, a Secretaria da Cultura,Turismo, e outros agentes culturais desta terra- NUNCA me convidaram para nada. Mesmo uqando enchi o Auditorio Luisa Todi de Setubal, mesmo quando dei provas de alguma qualidade, não de grande talento que não tenho...e até nas festas do vinho, ponham fadistas amadores analfabetos, e eu sempre ostracizada. Até a sua mãe, nunca me convidou para o Atlantida, e quando saiu uma materia sobre mim no Expresso apressou-se a telefonar-me para uma entrevista, mas não para cantar no Atlantida. A verdade é que não é por causa disso que não enchi salas de duas mil pessoas na Venezuela...É assim a Madeira.Muito bonita, indispensavel para mim (não concebo viver noutro sitio que não este),mas com algumas pessoas que não gente...pois é...