terça-feira, 6 de outubro de 2009

Teatrando - Vou-te Bater! Comedy Club 2

Escreve Paula Henriques no DN/Madeira de hoje:

António Raminhos e Carlos Moura voltam à Madeira para com Nuno Morna e Pedro Ribeira protagonizar o próximo capítulo da saga 'Vou-te Bater - Comedy Club', agora o segundo. Os humoristas, contou Pedro Ribeiro, gostaram tanto da primeira experiência no ano passado que insistiram em repetir: "Eu e o Nuno somos obrigatórios. Chama-se 'Vou-te Bater' temos de lá estar os dois, é mesmo assim, e já nos aturamos um ao outro há muito tempo, já temos uma química engraçada. Depois, o Moura e o Raminhos, sobretudo porque eles quiseram repetir a experiência e chatearam-me e ao Nuno até à exaustão para voltarem". O desejo foi-lhes concedido. O espectáculo da Com.Tema em formato 'stand-up comedy' estreia já no dia 15 de Outubro, no Centro das Artes, na Calheta. Depois de uma temporada a Oeste que terminará a 18, 'Vou-te Bater - Comedy Club II' estará no Funchal, a partir do dia 20 e até ao final do mês, no auditório da RDP-M.


Em conversa com o DIÁRIO sobre a origem deste projecto, Pedro Ribeiro, que em princípio será o apresentador, a partir do continente explico: "'Vou-te Bater' porque tem a ver com a forma que eu e Nuno Morna estreamos na Madeira de um determinado tipo de 'stand-up comedy' muito desenfreado, capaz de falar da actualidade de todo o mundo mas também do que se passa na Região, daqueles 'madeirismos', digamos assim, das pequenas coisas que só existem aí, juntamos tudo. É um espectáculo tão grande que tanto pode ser feito aí, como em qualquer parte do mundo, mas sinto que feito aí tem um tempero a 'funcho' em algumas piadas". Sobre a segunda parte, acrescentou: "Chama-se 'Comedy Club' porque o que nós fazemos no fundo é aquilo que mais honra a tradição do 'stand-up comedy', ou seja o verdadeiro clube de comédia, que existe muito em Nova Iorque, no Reino Unido e que agora começa a acontecer também em Lisboa e que é um ambiente mais intimista, um pequeno auditório, um pequeno teatro, ou um bar onde se reúnem quatro comediante, mais ou menos - às vezes são quatro, às vezes são seis - no nosso caso são quatro, para dar as suas visões totalmente distintas do mundo. Quatro estilos de 'stand-up comedy' totalmente diferentes, mas todos eles com bons resultados, pelo menos a julgar pela experiência do ano passado que correu muito bem".


O espectáculo terá uma espinha dorsal fixa. A partir daí, os artistas exploram, consoante as influências do momento e o próprio estado de espírito, contou.


"Há básicos do 'stand-up comedy' que com certeza serão apanhados, questões relacionadas com sexo, de uma forma divertida, a religião, a existência ou não de Deus, mais no sentido da decência do que de outra maneira. Não queremos ser polémicos. Normalmente somos inteligentes o suficiente para não nos metermos com a Religião, metemo-nos antes com a hipocrisia à volta". Com textos "radicalmente diferentes", a segunda edição vai passar ainda pela observação da sociedade, pelas legislativas e pelas autárquicas que, lembrou, "vão estar fresquinhas". Paralelamente a estes temas maiores, onde também se insere, por exemplo, a própria língua portuguesa, vão entrar outros mais corriqueiros, como a 'bimby', os comandos de televisão, a relação com a electrónica e os computadores, adiantou. "Vamos desde a marca de sabonetes que usamos até ao tipo de religião que escolhemos. Tudo isto pode ser tema de comédia", disse Pedro Ribeiro. Segundo o comediante, há textos que estão a ser trabalhados há cerca de três anos e que rodaram por vários sítios do país e muitas outras coisas que ainda têm guardadas para mostrar. "Para além desse material mais envelhecido, digamos assim, que vamos buscar à garrafeira e que o pessoal ainda não provou, vamos juntar muita coisa que vai surgir no momento", garantiu.


Pedro Ribeiro acredita no poder da qualidade como receita certa para o sucesso e define mesmo como objectivo fazer as pessoas se abstraírem do esforço de tempo e financeiro que fizeram e que fiquem apenas com o gozo e o prazer de terem rido durante uma hora e meia. "Penso que a Com.Tema conseguiu ao longo de anos de luta, conseguimos dar uma certa garantia de riso mínimo às pessoas. As pessoas sabem que se vão rir e vão sair bem dispostas, pelo menos a grande maioria".


Os bilhetes voltam a custar dez euros. Estão à venda no Centro das Artes e na RDP-M a partir do dia 20 de Outubro.


"Quem viu no ano passado, pode esperar melhor ainda. Quem ainda não viu, que fale com quem viu no ano passado", disse, rindo-se. Na última sessão, e o DIÁRIO pode comprovar, "vendia-se chão, havia gente que queria comprar um lugar no chão. Desta vez esperamos não chegar ao ponto de sentar pessoas no chão na última sessão, esperamos que as pessoas vão ver mais cedo".


Os humoristas, por P. Ribeiro


Nuno Morna


"Utiliza muito o físico dele e uma ironia muito ao estilo do Louis Black, que é um dos comediantes que ele mais gosta. Estilo bastante forte, agressivo às vezes, mas que resulta muito bem, porque ele já tem a experiência".


Pedro Ribeiro


"É mais enérgico, mais de mímicas e de expressão facial. Tem como modelos o Robin Williams e o Eddie Murphy. É até um bocadinho histérico."


António Raminhos


"Vai por associações perfeitamente idiotas, por isso mesmo durante os espectáculos diz que está activo devido ao consumo de drogas. O que evidentemente não é verdade. É um humor saído da sala do psiquiatra, basicamente."


Carlos Moura


"É talvez o mais jornalístico de todos nós, é o que faz mais observações sociais e mais crítica social e que menos precisa de esbracejar para fazer rir uma plateia".


Paula Henriques

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