sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Ano Novo

Sorrateiramente hei-lo que chega.

Como quem não quer a coisa.

De novo, decerto, só nos traz o nome.

Percebes óh 2008? De ti já não espero nada de novo, como não tenho esperado dos teus irmãos mais recentes.

E até que não pediria muito. Um pouco de dignidade e respeito para todos nós agentes culturais que temos sobre as costas o pesado fardo de manter a nossa cultura viva e actuante. Pedia também que deixassem de olhar para nós como uns carolas que fazem as coisas acontecer por gosto. Gostava que o nosso profissionalismo tivesse a sua devida compensação, como são compensados os que trabalham noutras áreas e com outras responsabilidades.

Bem sei que muitas vezes a culpa é nossa porque a vontade de fazer acontecer é tanta que tudo suportamos. A grande maioria de nós tem outras profissões onde recebemos salários que alegremente aplicamos nas "nossas coisas". Se assim não fosse creiam que a cultura da nossa terra era inexistente.

Muito francamente alguém me diga um número.

Um número que traduza a quantidade de agentes culturais com preparação e formação que vivem exclusivamente da actividade cultural que desenvolvem.

Um número. Dez? Vinte?

Nem me atrevo a aqui mostrar, comparativamente, o que se passa noutros sítios. Seria por demais humilhante.

Este post é para todos vós, os que vivem a cultura madeirense com a paixão de quem rejeita o imobilismo.

Este post é para os públicos que se vão formando nas mais diversas áreas numa postura de exigência de qualidade.

Este post vai dedicado à cultura madeirense como um todo de diversificados ramos, que cresce com problemas, lentamente, mas cresce e um dia será adulta e autónoma.

1 comentário:

Lídia disse...

Aguardemos então pelo amadurecimento e autonomia da cultura madeirense! Não sei se será ainda na nossa geração, mas tenho esperança, cultivo esse sentimento e de certa forma também participo, para que isso aconteça, pelo menos,nas gerações vindouras, e que os meus filhos ou os meus netos possam fazer aquilo que realmente gostam, caso a sua opção de vida seja a "criação cultural". Bem hajam todos aqueles que continuam a lutar contra a maré!