O festival DocLisboa, a realizar em Outubro, prescindiu do apoio editorial e financeiro da RTP 2, no valor de vários milhares de euros. O anúncio foi feito ontem por Sérgio Tréfaut, que justificou a decisão alegando que "a RTP não é um serviço público e não dá o melhor ao público", disse na apresentação do evento.
O director do certame criticou ainda a RTP 2 por exibir programas do National Geographic enquanto documentários quando, na sua opinião, são "enlatados de baixo custo", e estendeu as acusações ao ministro da Cultura, António Pinto Ribeiro, que classificou de "uma espécie de fantasma". A "relação" entre DocLisboa e RTP durou "três ou quatro anos", adiantou, defendendo que o serviço público de uma televisão deveria incluir, por lei, o apoio ao documentário.
Em resposta, Jorge Wemans, director da RTP 2, disse à Lusa que ficou "surpreendido" com a decisão, que "não valoriza o esforço inédito que a RTP tem feito". Segundo Wemans, em 2008, o canal público estreou 25 documentários nacionais.
Na sua sétima edição, o DocLisboa realiza-se de 15 a 25 de Outubro, na Culturgest e cinemas S. Jorge e Londres, exibindo cerca de 150 filmes, 80 dos quais em competição. Até Setembro, a organização terá de visionar mais de 1300 filmes, um recorde na história do festival. Da programação faz parte uma homenagem ao cineasta lituano Jonas Mekas e ainda um ciclo dedicado aos Balcãs.
Nesta edição o DocLisboa tem novo parceiro. Trata-se do Museu Rainha Sofia de Madrid. "É uma parceria que nos deixa felizes porque partilha os mesmos objectivos", afirmou Tréfaut.
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