
Em declarações na Corunha, Espanha, o escritor português explicou apenas que o «livro será como um círio a arder, que quando está próximo de se apagar lança uma chama mais alta».
O Nobel da Literatura participou hoje nos ‘Diálogos Literários de Mariñan’, organizados pela Fundação Carlos Casares, durante os quais se referiu a temas tanto literários como políticos.
Saramago retomou a ideia antiga de um Estado ibérico, que considerou «historicamente legítima» e que passaria «não pela dissolução de Portugal em Espanha mas por um acrescento», como a autonomia maior.
«Isso de certeza não agradaria à Catalunha mas a Galiza não se importaria», afirmou.
O escritor referiu-se ainda à recente censura do seu livro «O Caderno de Saramago» em Itália, que atribuiu à «estupidez de um senhor e à cobardia de outros».
Ainda assim relembrou que em Portugal também o censuraram por ofender os católicos.
Referindo-se à actual crise, o escritor considera que os últimos meses demonstram que os políticos «adormeceram» os cidadãos e que a esquerda «não está à altura» do momento.
«Não tem ideias e se ainda não as apresentou dificilmente o fará noutras circunstâncias», afirmou.
À saída Pilar del Rio, mulher do escritor, afirmou que Saramago mantém a sua actividade diária normal, ao que este respondeu, brincando: «Isso significa que amanhã quando chegar a casa terei que começar a escrever outro livro».
Lusa
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