quinta-feira, 11 de junho de 2009

Opinando - Açorda Ortográfica

Escreve o Professor Fernando Sena Esteves no "O Verdadeiro Olhar":




por: Fernando Sena Esteves

Açorda Ortográfica

Parece que o acordo ortográfico tem a sua entrada em vigor iminente. Aliás, está iminente há já uns meses, outros dizem uns anos e há quem afirme que os documentos oficiais do Diário da República vão sair muito em breve já com as novas grafias, e o mesmo para os livros do ensino básico, embora aqui as opiniões se dividam: uns que é para muito breve, outros para daqui uma meia dúzia de anos.

Aqui entra em campo a Sociedade Secreta da Língua Portuguesa. Não é muito conhecida do grande público, talvez por ser secreta, mas consta em círculos geralmente bem informados que os sócios estão muito descontentes com o acordo obtido, pois não conseguiram a simplificação radical que pretendiam para o Português. Um documento secreto que no entanto transpirou, como acontece em Portugal em que os segredos transpiram que se fartam e se esconde o que se devia conhecer, dá conta do que provavelmente nos espera.

Começando por algumas consoantes ambíguas, o ç não faz falta nenhuma, e será substituído pelo s, cujo único som será sibilante e nunca como z, pelo que deixa de ser necesário usar dois ss, uma esquizitice da nosa língua. Asim, o s ente vogais pasa a z e o c entre vogais, claro que se pronunsia sempre como agora o q, e este muito simplesmente dezaparese por surpérfluo, na companhia do seu ate agora inseparável u. No fim das palavras fica sempre s em ves do z, e escreve-se naris como em lapis.

Os asentos gráficos são banidos, tanto o agudo como o grave e o mesmo para o asento sircunflexo e o til; so não se persebe como o acordo o nao estabeleseu. Isto fara com ce o Portugues seja mais asesivel a todos os povos, podendo ate ultrapasar o Espanhol como segunda lingua, tornando-se de uma simplisidade sem par. A lingua checa tem ainda mais asentos ce a portugueza, mas cuando os checos escrevem na Internet, omitem os asentos todos, persebem-se na mesma e os dedos batem nas teclas do computador muito menos do ce com acela trapalhada grafica.

Similarmente, o g perde a companhia do u e soa sempre como em galo, e o j asume todos os sons de ce se orgulhava o g, como jelo, jelado ou jelatina. O x deixa de se pronunciar como s, z ou cs e aparese o ausilio, o ezame e o tocsico. Em compensasao, substitui o anomalo ch mais proprio do seculo XIX ce do XXI. Por falar em seculo XIX, algem tem saudades de escrever pharmacia, phylosophia, physica ou commemorar?

O m fica so como em mae e e substituído pelo n, mesmo que anteseda b ou p. Claro que o h dezaparese no inisio das palavras e manten-se no lh e nh encuanto nao se arranjar coisa melhor.

Deixando de lado as consoantes, e comesando pelo e, acaba a trapalhada de o pronunsiar como i no inicio das palavras ou cuando anda sozinho, i assim se concista novo progreso linguistico, como en izenplo, izersisio, ilaborar e ilite.

O mesmo se pasara com o o, que fica sempre aberto como em copo ou fexado como em arroto, mas nunca como u, que sera sempre usado cuandu u som e mesmo u, como em turpedu, trucadilhu ou tupaziu. A jente de Tumar ce se va abituando.

Ulhando para o ce fui escrevendu, cada ves aparesem mais palavras sublinhadas a verde ou a vermelho, gostava de saber por ce, i ficu na duvida se u titulu nao ficaria muitu melhor cumu asorda urtugrafica...

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