sábado, 9 de fevereiro de 2013

Agentes da Cultura e as Gentes da Política


Irrita-me solenemente esta coisa de gente que só vê números à frente a gerir os assuntos da cultura. Ou então agarram-se naqueles teóricos que escrevem e falam de barriga cheia da cultura e é colocá-los a teorizar de papo cheio sobre assuntos que não dominam nem entendem. É esta gente, sem imaginação mas bem paga, que acha que os agentes culturais devem andar na cultura por amor à camisola, que a profissionalização não é nem necessária nem desejável.
Burocratize-se tudo, atafulhe-se os processos de papéis, perca-se tempo com trivialidades, e no final pouco se produza. É esta a formula, é assim que as coisas funcionam. E se aparece um “desenrascado” que põe as coisas a andar e a funcionar livrem-se dele rapidamente porque é pessoa perigosa.
Tenho levado constantemente pela frente com gente assim. Que não é nada mas pensa ser tudo, que nada produz (culturalmente falando) e complica a produção. São aquele tipo de gente que “não coisa, nem sai de cima”.
Numa altura de crise como a em que vivemos, é esta gente, porque falha de imaginação, que vai matando o pouco que conseguimos produzir.

Arrumados estes, mudemos de assunto: porque será que nesta terra, neste país, são tão raras as vezes que encontramos como consumidores de cultura os agentes da política? Não é isto demonstrativo do interesse que a dita (nunca percebi o porquê desta designação) classe política demonstra pela cultura? Não é um político culto e consumidor de cultura um melhor político?
Tenho uma enorme dificuldade em entender como é que se pode falar em nome de um povo sem dele conhecer a sua cultura!
Não será isso que o define? 

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