sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Opus Dei...

"Autores e especialistas portugueses mostram-se indignados por o Opus Dei ter uma lista de livros que proíbe os seus membros de ler" - in Diário de Notícias de Lisboa

Há alguém que leia tudo o que lhe aparece à frente? Não tem cada um de nós uma lista de livros que nós recusamos a ler? Eu admito que tenho! Faz isto de mim um criminoso? Não devemos ter, todos nós, uma especial atenção ao que lêem os nossos filhos? Não lhes criamos também nós um "index"?
Se eu aderir a uma organização de modo consciente sujeito-me ao que ela determina! Não existe organização no mundo que não censure de uma ou outra forma as obras que se lhe opõem! 
Se concordo com isso? É obvio que não... mas não é coisa que me preocupe uma vez que a minha liberdade não me constrange a ler, ou não, seja lá o que for... e como acredito pouco em "organizações" é coisa que não me afecta. Reconheço no PCP uma enorme responsabilidade na luta contra a ditadura, e não lhes admito a perseguição feita aos intelectuais que não seguiam a linha do partido e que eram banidos! 
No que respeita às "organizações", sejam elas de que tipo forem, tenho a profunda convicção de que quem delas faz parte, o faz como resultado de um acto de consciência que as levou a aderir. E lá dentro funcionam do modo determinista que todas as organizações têm. 
É óbvio que não concordo de todo com isto e é por isso que não faço parte de nenhuma... mas reconheço aos outros o direito que têm de o fazer! Os nazis queimaram livros, os comunistas destruíram muitos, os talibans, etc... mas há uma diferença, a OD não destruiu nenhum: determina que os seus membros não os podem ler. E esta é uma diferença fundamental que não te deveria permitir juntar tudo no mesmo saco.
E para que fique tudo bem claro: eu gosto tanto da Opus Dei como gosto da Maçonaria. mas também não gosto dos partidos, ou seja gosto muito pouco de "organizações"...

PS: este texto é o resultado de uma longa e interessante conversa no Facebook entre mim e os meus amigos Sancho e Jorge.

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