terça-feira, 31 de março de 2009

Musicando - Dazkarieh

Aqui fica uma entrevista dada pela banda a Davide Pinheiro do sítio Disco Digital e umas fotografias do lançamento do disco "Hemisférios" tiradas por Filipe Morna Gomes.

Os Dazkarieh estão a comemorar dez anos de vida com a edição do duplo «Hemisférios». Vasco Casais passou em revista a primeira década da banda.

Que balanço fazem destes primeiros dez anos?
É um balanço super-positivo de um percurso sempre em crescendo. Gravámos quatro discos, demos 300 concertos e chegámos a muitas pessoas. Este é o álbum mais conseguido. Os dois primeiros foram experiências. O terceiro já soa a banda.

Esse crescimento é também um reflexo de um circuito de world music que se desenvolveu?
Acho que foram dez anos com ciclos. De facto, o circuito da world music cresceu. Quando editámos o primeiro álbum, a música étnica estava na moda. Com o passar do tempo, a world music ganhou outro estatuto, mais mainstream. Hoje, há bandas em festivais embora quase todas de fusão.

Os Dazkarieh enquadram-se em alguma facção?
Nós identificamo-lo como música portuguesa. É um rock alternativo folk experimental. Um dos hemisférios do novo disco serve exactamente para pegar na tradição oral portuguesa.

Como é que encontram um «centro» na vossa música?
Experimentamos sem qualquer problema. Cada um tem os seus gostos e depois o que houver em comum é o que nos une. Sabemos o que cada um gosta. Dessa equação, sai o que distingue a nossa personalidade.

Como é que surgiu a ideia de gravar um disco com duplo?
Não sei bem como surgiu. No disco anterior já tinhamos explorado a relação com a tradição. Lembro-me que na Cidade do México, ao pequeno-almoço, se falou na hipótese de fazermos um álbum duplo com originais e versões. Abraçámos esse projecto, que se tornou o objectivo máximo da banda.

Foi um disco difícil?
Não lhe chamaria difícil mas sim trabalhoso. Foi o disco em que a banda mais se empenhou. Houve muito trabalho a partir de Julho na sala de ensaios, sobretudo quando não tínhamos concertos.

Para quem não vos conhece, como é que obtêm aqueles sons que parecem guitarras eléctricas?
Todos os instrumentos que usamos são acústicos e mantemo-los mas criamos outras camadas. Processamos os sons através de amplificadores e pedais. Como não são instrumentos vulgares, o som e a captação são diferentes. O resultado é um som muito próprio.

Como é que são recebidos no estrangeiro?
Em geral, somos bem recebidos. No leste, diz-se que as pessoas são frias mas acaba tudo a dançar. Em geral, tem corrido bem: Estónia, México e Espanha são países que nos trazem boas recordações. Na Alemanha até já temos um clube de fãs .

Que sonhos é que ainda não concretizaram?
Estamos sempre a sonhar e este disco concretizou alguns deles. Conseguimos uma fusão mais una entre acústico e eléctrico. Agora, queremos chegar ao maior número de pessoas e tocar em festivais maiores. No fundo, o objectivo é consolidar a nossa carreira como músicos.

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