Na passada quarta-feira claquei. Normalmente, de quinze em quinze dias tenho os meus momentos de irracionalidade. Vou ao futebol.
A minha alma futebolística oscila entre o preto-e-branco regional e o verde-e-branco nacional. Tirando a experiência psico-auditiva que é ficar na frente da claque feminina nacionalista, nunca por nunca tinha estado em Alvalade a assistir a um jogo no meio da neurótica claque da Juve Leo.
E foi o que, por um mero acaso e por puro comodismo, me aconteceu há dois dias atrás.
Chegado ao estádio confronto-me com uma fila descomunal para comprar bilhetes e sou logo assaltado por candongueiros. Que “os bilhetes eram bons”, “que era o melhor lugar para ver o jogo”, “ óh meu amigo isto é mesmo na lateral”.
Pois... acabei a ver o jogo no meio de uma claque e em pé apesar dos confortáveis bancos que o estádio proporciona.
E claquei.
Os bilhetes comprados davam lugar aos três únicos lugares onde chovia copiosamente, até que percebi que um bom claquista se está a marimbar para lugares marcados. Como bom machus futebolis que é senta-se onde quiser.
Começou tudo por um minuto de silêncio que as avantesmas da claque acharam por bem não cumprir. Acho que era por causa de um antigo árbitro que faleceu. Eu cumpri esse momento escrupulosamente no meio de um apupo ensurdecedor intercalado por manguitos e por expressões indizíveis.
Começado o jogo perdi os primeiros cinco minutos pois as enormes bandeiras que dançavam à minha frente tapavam-me a visão. Assalta-me então um cheiro a cannabis que no final do jogo já me entorpecia o raciocínio e as palavras.
Uma falha da defesa e o Porto marca. “Em cada tripeiro... há um paneleiro”, cantou logo a claque em tom de desafio respondido de imediato por um enorme bruá do qual não se percebia uma palavra vindo dos lados onde estavam uns tais Super Dragões.
Às páginas tantas um tal de Postiga, ex-jogador do FCP, marca um golo com a mão. Se ofensa matasse penso que o árbitro caía redondinho no chão vitimado por súbita síncope.
E a partir daí o Sporting vai marcando golos uns atrás dos outros para meu gáudio e das bestas que me rodeiam.
Muitos deles divertiam-se imenso a saltar alarvemente em cima das cadeiras sobre as quais caíam desamparados e como machos que eram logo se levantavam a rir como se a dor não os afectasse. Lindo de ver!
E as ganzas lá iam andando de mão em mão alegremente.
Ao meu lado um gajo com três dentes na boca e muito pouco juízo cuspia-me ao ouvido palavras incompreensíveis. Fiquei na dúvida se não seria estrangeiro.
Atrás de mim um preto retinto insultava com expressões para lá de racistas um jogador mulato do Porto.
E tudo isto era pontuado com uns cânticos do mais idiota que se pode ouvir.
Aos noventa e três minutos o árbitro dá por terminado o encontro. Sou logo abraçado pelo meu “amigo” estrangeiro e pelo “amigo” preto que gritam a plenos pulmões “até os comemos”.
A mim, como não me apetecia “comer” ninguém todo suado, restou-me sair do estádio jurando que nunca mais quero clacar!
PS: ainda me dói uma perna de andar a saltar “estupidamente” enquanto gritava: “e quem não salta... é lampião”. Coisa que não percebi pois o jogo era contra o Porto!
A minha alma futebolística oscila entre o preto-e-branco regional e o verde-e-branco nacional. Tirando a experiência psico-auditiva que é ficar na frente da claque feminina nacionalista, nunca por nunca tinha estado em Alvalade a assistir a um jogo no meio da neurótica claque da Juve Leo.
E foi o que, por um mero acaso e por puro comodismo, me aconteceu há dois dias atrás.
Chegado ao estádio confronto-me com uma fila descomunal para comprar bilhetes e sou logo assaltado por candongueiros. Que “os bilhetes eram bons”, “que era o melhor lugar para ver o jogo”, “ óh meu amigo isto é mesmo na lateral”.
Pois... acabei a ver o jogo no meio de uma claque e em pé apesar dos confortáveis bancos que o estádio proporciona.
E claquei.
Os bilhetes comprados davam lugar aos três únicos lugares onde chovia copiosamente, até que percebi que um bom claquista se está a marimbar para lugares marcados. Como bom machus futebolis que é senta-se onde quiser.
Começou tudo por um minuto de silêncio que as avantesmas da claque acharam por bem não cumprir. Acho que era por causa de um antigo árbitro que faleceu. Eu cumpri esse momento escrupulosamente no meio de um apupo ensurdecedor intercalado por manguitos e por expressões indizíveis.
Começado o jogo perdi os primeiros cinco minutos pois as enormes bandeiras que dançavam à minha frente tapavam-me a visão. Assalta-me então um cheiro a cannabis que no final do jogo já me entorpecia o raciocínio e as palavras.
Uma falha da defesa e o Porto marca. “Em cada tripeiro... há um paneleiro”, cantou logo a claque em tom de desafio respondido de imediato por um enorme bruá do qual não se percebia uma palavra vindo dos lados onde estavam uns tais Super Dragões.
Às páginas tantas um tal de Postiga, ex-jogador do FCP, marca um golo com a mão. Se ofensa matasse penso que o árbitro caía redondinho no chão vitimado por súbita síncope.
E a partir daí o Sporting vai marcando golos uns atrás dos outros para meu gáudio e das bestas que me rodeiam.
Muitos deles divertiam-se imenso a saltar alarvemente em cima das cadeiras sobre as quais caíam desamparados e como machos que eram logo se levantavam a rir como se a dor não os afectasse. Lindo de ver!
E as ganzas lá iam andando de mão em mão alegremente.
Ao meu lado um gajo com três dentes na boca e muito pouco juízo cuspia-me ao ouvido palavras incompreensíveis. Fiquei na dúvida se não seria estrangeiro.
Atrás de mim um preto retinto insultava com expressões para lá de racistas um jogador mulato do Porto.
E tudo isto era pontuado com uns cânticos do mais idiota que se pode ouvir.
Aos noventa e três minutos o árbitro dá por terminado o encontro. Sou logo abraçado pelo meu “amigo” estrangeiro e pelo “amigo” preto que gritam a plenos pulmões “até os comemos”.
A mim, como não me apetecia “comer” ninguém todo suado, restou-me sair do estádio jurando que nunca mais quero clacar!
PS: ainda me dói uma perna de andar a saltar “estupidamente” enquanto gritava: “e quem não salta... é lampião”. Coisa que não percebi pois o jogo era contra o Porto!
3 comentários:
Olá Nuno Morna!
Antes de tudo permite-me que, como portista, dê-te os parabéns pela brilhante e indiscutível vitória do "teu" Sporting contra o "meu" Porto.
Em segundo lugar, cabe expressar a minha sincera admiração pelo excelente "post" que serviria de exemplo para muitos mentecaptos que põem as "bandeiras" à frente das pessoas, e subsequentemente partem para a ofensa extemporânea e gratuita, quão "Neanderthais" de trazer por casa!
Resta-me, desportivamente, enviar-te um abraço e fazer votos para que nesta jornada o "meu" Porto vença inequivocamente o Benfica (instituição que respeito muito)e que o teu Sporting (idem) tenha um dia menos bom com o Braga ;) !
Nada como ir ao Estádio da Luz, ver um GRANDE clube jogar! Esses momentos que relatas, nesse mesmo estádio, só trazem más recordações!
E o Benfica está em todo o lado, até num jogo onde não está metido! :P «falem bem ou falem mal, mas falem!». Ora pois :D
hahaha
Eu também estava ai...
Por azar não nos encontramos!
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