Entrevista com os dEUS: Ponto de fuga
Davide Pinheiro (in Diário Digital)
Por esta altura, os dEUS já devem ter casas de férias em Portugal, tal a quantidade de vezes que cá vêm. O vocalista Tom Barman explicou ao Disco Digital essa química tão especial.
Vamos começar pelo fim. Como é que se explica uma relação tão próxima com Portugal?
Não sei muito bem. Há países em que é uma canção, noutros é um vídeo, noutros pode ser um álbum ou até um concerto. No caso de Portugal, houve um concerto muito especial na Aula Magna, em 1994, creio, e a partir daí fomos sempre bem recebidos mesmo em maus momentos. O público sempre nos deu mais oportunidades. Ainda este Verão, estivemos em Paredes de Coura e foi fantástico! Chovia imenso e a paisagem é lindíssima. Tocámos a seguir aos Mars Volta, o que foi interessante.
Ao fim destes anos todos, não se cansam uns dos outros e da estrada?
Claro, mas esta é a nossa vida. Não é muito agradável estar a conduzir numa segunda-feira à noite no meio da Alemanha e apanhar uma chuvada mas quando chegamos ao palco esses problemas desaparecem. Esse cansaço é natural mas também nos levou a uma pausa de cinco anos, o que ajudou a aliviar um bocado o ambiente na banda. Por exemplo, estamos agora em Madrid e vamos chegar a Lisboa com 40 concertos em cima. É muito mas vale a pena! Se não gostássemos disto, não andaríamos aqui.
Li que em 2009 poderá haver um novo álbum dos dEUS. Isto é verdade?
Não necessariamente. Nós queremos voltar para estúdio o mais depressa possível e contamos ter tudo pronto daqui a um ano mas, provavelmente o disco só vai sair no início de 2010. Já temos algumas canções novas e uma delas até vai ser apresentada em Portugal. Há mais uma ou duas surpresas mas não posso revelar.
Essa capacidade produtiva resulta da facilidade de gravar?
Não. No nosso caso, é mesmo da nossa vontade. Não gostamos de passar muito tempo a gravar porque custa imenso dinheiro mas é necessário! Nós somos uma banda que acima de tudo gosta de andar a tocar ao vivo, como já disse há pouco.
Já sentem na pele a crise económica?
Sinceramente, não. Tudo isso depende de mercados e eu não ligo minimamente a essas questões. Espero é que as pessoas não se deixem contagiar pelo pessimismo porque, aí sim, poderemos sofrer todos com a crise. O público deixa de sair, vai a menos concertos e nós tocamos menos. Não sou especialista em economia nem quero ser. Sou apenas um tipo que escreve canções.
Normalmente, em tempos de crise há mais música com intenções políticas declaradas. Isso poderá acontecer com os dEUS?
Não. Nós não somos observadores da sociedade. Tentamos apenas ir ao fundo de nós e tentar extrair pensamentos e emoções. Sinceramente, estou-me a borrifar para esses problemas porque a única coisa que me interessa mesmo é a música. Compreendo a questão e, se me lembrar, de uns Smiths no tempo da Tatcher, concordo, mas falando por nós, isso não vai acontecer.
Como é que aparecem o Guy Garvey (Elbow) e a Karin Dreijer (The Knife) no disco «Vantage Point»?
O Guy é meu amigo. Costumamos sair e beber uns copos. A participação dele só ficou decidida mesmo num último instante mas resultou bem, pelo menos eu gosto. Já a Karin foi um caso diferente, porque necessitávamos de uma voz sensual como a dela. Mandou-lhe um mail e não muito tempo depois estávamos a gravar.
Há alguma coisa nova a surgir na «cena» belga?
Chamar-lhe «cena» é complicado apesar de nos encontrarmos todos regularmente. Sinceramente, não acompanho muito mas destaco os Black Box Revelation, que andaram connosco em digressão. Sinceramente, não sou a melhor pessoa para responder à questão porque não sigo com muita atenção.
Davide Pinheiro (in Diário Digital)
Por esta altura, os dEUS já devem ter casas de férias em Portugal, tal a quantidade de vezes que cá vêm. O vocalista Tom Barman explicou ao Disco Digital essa química tão especial.
Vamos começar pelo fim. Como é que se explica uma relação tão próxima com Portugal?
Não sei muito bem. Há países em que é uma canção, noutros é um vídeo, noutros pode ser um álbum ou até um concerto. No caso de Portugal, houve um concerto muito especial na Aula Magna, em 1994, creio, e a partir daí fomos sempre bem recebidos mesmo em maus momentos. O público sempre nos deu mais oportunidades. Ainda este Verão, estivemos em Paredes de Coura e foi fantástico! Chovia imenso e a paisagem é lindíssima. Tocámos a seguir aos Mars Volta, o que foi interessante.
Ao fim destes anos todos, não se cansam uns dos outros e da estrada?
Claro, mas esta é a nossa vida. Não é muito agradável estar a conduzir numa segunda-feira à noite no meio da Alemanha e apanhar uma chuvada mas quando chegamos ao palco esses problemas desaparecem. Esse cansaço é natural mas também nos levou a uma pausa de cinco anos, o que ajudou a aliviar um bocado o ambiente na banda. Por exemplo, estamos agora em Madrid e vamos chegar a Lisboa com 40 concertos em cima. É muito mas vale a pena! Se não gostássemos disto, não andaríamos aqui.
Li que em 2009 poderá haver um novo álbum dos dEUS. Isto é verdade?
Não necessariamente. Nós queremos voltar para estúdio o mais depressa possível e contamos ter tudo pronto daqui a um ano mas, provavelmente o disco só vai sair no início de 2010. Já temos algumas canções novas e uma delas até vai ser apresentada em Portugal. Há mais uma ou duas surpresas mas não posso revelar.
Essa capacidade produtiva resulta da facilidade de gravar?
Não. No nosso caso, é mesmo da nossa vontade. Não gostamos de passar muito tempo a gravar porque custa imenso dinheiro mas é necessário! Nós somos uma banda que acima de tudo gosta de andar a tocar ao vivo, como já disse há pouco.
Já sentem na pele a crise económica?
Sinceramente, não. Tudo isso depende de mercados e eu não ligo minimamente a essas questões. Espero é que as pessoas não se deixem contagiar pelo pessimismo porque, aí sim, poderemos sofrer todos com a crise. O público deixa de sair, vai a menos concertos e nós tocamos menos. Não sou especialista em economia nem quero ser. Sou apenas um tipo que escreve canções.
Normalmente, em tempos de crise há mais música com intenções políticas declaradas. Isso poderá acontecer com os dEUS?
Não. Nós não somos observadores da sociedade. Tentamos apenas ir ao fundo de nós e tentar extrair pensamentos e emoções. Sinceramente, estou-me a borrifar para esses problemas porque a única coisa que me interessa mesmo é a música. Compreendo a questão e, se me lembrar, de uns Smiths no tempo da Tatcher, concordo, mas falando por nós, isso não vai acontecer.
Como é que aparecem o Guy Garvey (Elbow) e a Karin Dreijer (The Knife) no disco «Vantage Point»?
O Guy é meu amigo. Costumamos sair e beber uns copos. A participação dele só ficou decidida mesmo num último instante mas resultou bem, pelo menos eu gosto. Já a Karin foi um caso diferente, porque necessitávamos de uma voz sensual como a dela. Mandou-lhe um mail e não muito tempo depois estávamos a gravar.
Há alguma coisa nova a surgir na «cena» belga?
Chamar-lhe «cena» é complicado apesar de nos encontrarmos todos regularmente. Sinceramente, não acompanho muito mas destaco os Black Box Revelation, que andaram connosco em digressão. Sinceramente, não sou a melhor pessoa para responder à questão porque não sigo com muita atenção.
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