O Nobel da Literatura foi hoje atribuído ao escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio. O Comité Nobel considerou o escritor merecedor do prémio pela sua narrativa de "aventura poética" e de "êxtase sensual", "explorador de uma humanidade para além (...) da civilização reinante".
Jean-Marie Gustave Le Clézio tem três obras suas publicadas em portugal: "O Caçador de Tesouros", na Assírio e Alvim, um romance influenciado pela sua vida nas ilhas Maurícias, e ainda "Deserto e Estrela Errante", na D. Quixote.
Jean-Marie Gustave Le Clézio nasceu a 13 de Abril de 1940, em Nice, mas os seus pais tinham fortes ligações às Maurícias, antiga colónia francesa no Índico conquistada pelos britânicos em 1810.
Com oito anos, Le Clézio e a sua família mudaram-se para a Nigéria, onde o seu pai, médico de profissão, foi colocado durante a II Guerra Mundial.
Foi precisamente na Nigéria que começou a sua carreira literária com dois livros: “Un long voyage” e “Oradi noir”.
O escritor cresceu a falar duas línguas: Francês e Inglês. Em 1950 a sua família regressou a Nice. Depois de completar o secundário, estudou Inglês na Universidade de Bristol, entre 1958 e 1959, completando os seus estudos em Nice, no Instituto dos Estudos Literários, em 1963.
Depois disso fez um mestrado na Universidade de Aix-en-Provence, em 1964, e escreveu uma tese de doutoramento que versava sobre a História do México, na Universidade de Perpignan, em 1983.
Tornou-se depois professor universitário, tendo dado aulas nas universidades de Banguecoque, Cidade do México, Boston, Austin e Albuquerque, entre outras instituições.
Le Clézio recebeu muita atenção mundial por altura do lançamento do seu primeiro romance: “Le procès-verbal”, em 1963. Sendo então um jovem escritor que surgia numa época pós-existencialista, Le Clézio emergiu como alguém que tentava elevar as palavras a um estado superior ao discurso do dia-a-dia, dando-lhes de novo o poder de invocação da realidade essencial, especifica o Comité Nobel. “O seu romance de estreia foi o primeiro de uma série de descrições de crise, onde se inclui igualmente a colecção de contos 'La fièvre' (1965) e 'Le deluge' (1966), onde descreve o medo reinante nas principais cidades ocidentais".
Mesmo nas suas obras iniciais, Le Clézio revelava-se já como um autor comprometido com a ecologia, uma vertente que se acentuou com as suas obras “Terra Amata” (1967), “Le livre des fuites” (1969), “La guerre” (1970) e com “Les géants” (1973).
A sua definitiva consagração como autor surgiu a par da publicação de “Désert” (1980), pelo qual foi distinguido pela Academia Francesa. O Comité Nobel sublinha que a obra de Le Clézio contém, nessa obra, “imagens magníficas de uma cultura perdida no deserto do Norte de África, em contraste com uma descrição da Europa vista pelos olhos de imigrantes indesejados. A personagem principal do livro, Lalla, é uma antítese utópica da fealdade e da brutalidade da sociedade europeia”.
Jean-Marie Gustave Le Clézio tem três obras suas publicadas em portugal: "O Caçador de Tesouros", na Assírio e Alvim, um romance influenciado pela sua vida nas ilhas Maurícias, e ainda "Deserto e Estrela Errante", na D. Quixote.
Jean-Marie Gustave Le Clézio nasceu a 13 de Abril de 1940, em Nice, mas os seus pais tinham fortes ligações às Maurícias, antiga colónia francesa no Índico conquistada pelos britânicos em 1810.
Com oito anos, Le Clézio e a sua família mudaram-se para a Nigéria, onde o seu pai, médico de profissão, foi colocado durante a II Guerra Mundial.
Foi precisamente na Nigéria que começou a sua carreira literária com dois livros: “Un long voyage” e “Oradi noir”.
O escritor cresceu a falar duas línguas: Francês e Inglês. Em 1950 a sua família regressou a Nice. Depois de completar o secundário, estudou Inglês na Universidade de Bristol, entre 1958 e 1959, completando os seus estudos em Nice, no Instituto dos Estudos Literários, em 1963.
Depois disso fez um mestrado na Universidade de Aix-en-Provence, em 1964, e escreveu uma tese de doutoramento que versava sobre a História do México, na Universidade de Perpignan, em 1983.
Tornou-se depois professor universitário, tendo dado aulas nas universidades de Banguecoque, Cidade do México, Boston, Austin e Albuquerque, entre outras instituições.
Le Clézio recebeu muita atenção mundial por altura do lançamento do seu primeiro romance: “Le procès-verbal”, em 1963. Sendo então um jovem escritor que surgia numa época pós-existencialista, Le Clézio emergiu como alguém que tentava elevar as palavras a um estado superior ao discurso do dia-a-dia, dando-lhes de novo o poder de invocação da realidade essencial, especifica o Comité Nobel. “O seu romance de estreia foi o primeiro de uma série de descrições de crise, onde se inclui igualmente a colecção de contos 'La fièvre' (1965) e 'Le deluge' (1966), onde descreve o medo reinante nas principais cidades ocidentais".
Mesmo nas suas obras iniciais, Le Clézio revelava-se já como um autor comprometido com a ecologia, uma vertente que se acentuou com as suas obras “Terra Amata” (1967), “Le livre des fuites” (1969), “La guerre” (1970) e com “Les géants” (1973).
A sua definitiva consagração como autor surgiu a par da publicação de “Désert” (1980), pelo qual foi distinguido pela Academia Francesa. O Comité Nobel sublinha que a obra de Le Clézio contém, nessa obra, “imagens magníficas de uma cultura perdida no deserto do Norte de África, em contraste com uma descrição da Europa vista pelos olhos de imigrantes indesejados. A personagem principal do livro, Lalla, é uma antítese utópica da fealdade e da brutalidade da sociedade europeia”.
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