sábado, 13 de setembro de 2008

Teatrando - Fragateiro Exonerado

O conselho de administração do Teatro D. Maria II foi demitido em Julho por falta de «idoneidade, capacidade e experiência de gestão, com sentido de interesse público», entre outras razões, deixando um prejuízo de 1,9 milhões de euros.
As razões que levaram os ministros da Cultura e das Finanças a dissolver o conselho de administração daquele teatro nacional, presidido por Carlos Fragateiro, são reveladas num despacho publicado no Diário da República (DRE), datado de 28 de Julho.
Para demitir a equipa de Carlos Fragateiro, a tutela apontou ainda a «inexistência de padrões de elevada exigência, rigor, eficiência e transparência» ao ler as actas das reuniões do conselho de administração.
O documento dá conta de que o conselho de administração não cumpriu os objectivos traçados para o Teatro D. Maria II, como «a divulgação e valorização dos criadores, nomeadamente os nacionais» e «a qualificação progressiva dos elementos artísticos e técnicos dos seus quadros».
«A colaboração com escolas de ensino superior artístico (...) foi escassa», refere ainda o despacho.
O documento refere igualmente o deterioramento das relações internacionais do D. Maria II, dando como exemplo o dramaturgo espanhol Manuel Martinez Mediero, que encenou em 2007 a peça «Longas Férias com Oliveira Salazar» e que classificou o ambiente no teatro nacional como de «banditismo».
Quanto aos resultados financeiros da gestão em 2007, o despacho dá conta de um prejuízo de 1,9 milhões de euros.
Em Julho, quando anunciou a dissolução do conselho de administração, o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, disse que a exoneração do encenador Carlos Fragateiro fora decidida com base em «factos fundamentados» relacionados com a «natureza da gestão» e não com «comportamentos artísticos».
Na altura, Carlos Fragateiro argumentou que a exoneração fora assinada sem que a sua defesa tivesse sido levada em conta e que os pressupostos que justificaram a sua saída eram «extremamente frágeis».
Sem identificar os pressupostos, Fragateiro disse que iria accionar os meios judiciais em defesa do projecto que criou para o D. Maria II desde que tomou posse em 2006.
Carlos Fragateiro tinha um mandato até 2010, mas foi substituído no final de Julho na presidência do conselho de administração por Maria João Brilhante, já em funções.
Ainda não foi anunciado o novo director artístico do D. Maria II.

Diário Digital / Lusa

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