quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Musicando - Madeira Dig


Escreve João Filipe Pestana na edição de hoje do nosso DN:

O artista audiovisual japonês Ryoichi Kurokawa e o músico/compositor britânico Philip Jeck serão dois dos nomes internacionais que estarão em destaque nos vários concertos que se realizam nos dias 5, 6 e 7, no contexto do Madeira Dig - Festival Internacional de Artes Digitais, uma iniciativa que arranca sexta-feira no Centro das Artes e que irá preencher todo o mês de Dezembro neste espaço cultural não só com concertos mas também com exposição e conferências.
A organização (Almasud e o Centro das Artes) em conjunto com o patrocinador oficial, Estalagem Ponta do Sol, irá organizar festas 'after sessions', a decorrerem nas instalações deste hotel após os concertos no Centro das Artes, nos dias 5, 6 e 7 de Dezembro.
Estas 'afterhours' na Ponta do Sol contarão com as actuações dos DJs lisboetas Isilda Sanches e 'Major' (José António Moura), "com intermitentes viagens entre o dancefloor e ambientes mais pacíficos e 'loose ambient'", refere a organização. Na noite de sábado, dia 6 de Dezembro, a actuação destes DJs será complementada com a presença do DJ madeirense BZ (Paulo Camacho).
De referir que Isilda Sanches é jornalista e animadora de rádio (Rádio Oxigénio, Lisboa, na 102.6/www.oxigenio.fm), mas vê-se sobretudo como divulgadora de música, e é também com esse espírito que encara as suas raras actuações como DJ. "Música nova ou música antiga, a data dos discos que passa interessa menos do que criar ambientes que interajam com quem os ouve. Além disso, há o orgulho na colecção de discos e o desejo de a partilhar. Os discos são especiais, mas não especializados, por isso tanto pode passar jazz, como rock, techno, house, soul, funk, reggae ou qualquer coisa com nome ainda em estudo", referem os organizadores.
Já José António Moura, mais conhecido como 'Major', é um divulgador de música (rádio e imprensa) desde 1987, DJ desde 1994 e co-programador das secções de música dos festivais Atlântico (Lisboa, 1999) e Madeira Dig (Funchal, 2004). Actuou ao vivo como parte de Major Eléctrico entre 1999 e 2003 (incluindo Sónar em Barcelona, 2000), tem dois CDs editados como Discmen em 1999, idealizou várias noites na discoteca Lux (Lisboa) entre 1999 e 2007, é co-fundador da loja Flur (Lisboa) em 2001, foi criador, com Photonz e Javenger Dourado, das noites Zonk na galeria ZDB (Lisboa), activas desde Maio de 2008.

Japonês dá concerto

Voltando ao programa do 'Madeira Dig' no Centro das Artes, o artista japonês Ryoichi Kurokawa dará um concerto no sábado, dia 6, às 21h30, mostrando um trabalho que assume múltiplas formas, desde projecções de vídeo, registos sonoros, instalações e performances ao vivo.

Britânico em destaque

No domingo, o concerto das 22h30 no Centro das Artes será protagonizado pelo músico e compositor britânico (na foto), um artista que vive e trabalha em Liverpool, tendo estudado artes visuais no Dartington College of Arts (Devon, Inglaterra). Começou a trabalhar com gira-discos e electrónica no início da década de 80, compôs bandas sonoras e, a par dos concertos realizados a solo, integrou várias digressões com companhias de dança e teatro. O seu trabalho mais conhecido é 'Vinyl Requiem', com Lol Sargent, uma performance com 180 discos dos anos 1950/60, com a qual conquistou o 'Time Out Performance Award' de 1993.

Concertos, workshops, exposição e conferências

O Madeira Dig - Festival Internacional de Artes Digitais decorrerá no Centro das Artes - Casa das Mudas, na Calheta, entre os dias 5 e 31, com destaque para os dias 5, 6 e 7, datas da realização dos concertos de artistas internacionais. Hoje, o Madeira Dig será apresentado publicamente pela organização deste evento que trará à Madeira nomes como Cluster, Oval, Scanner, Ryoichi Kurokawa, Philip Jeck e os portugueses Nuno Rebelo e Vítor Joaquim. No Madeira Dig estarão ainda em destaque dois madeirenses: o primeiro será Carlos Caires, um artista de cá a residir lá fora e que terá este ano uma retrospectiva com instalações multimédia interactiva; o outro será Hugo Olim, um videasta madeirense ligado a trabalhos de experimentação, manipulação e improvisação de imagens para sons e estéticas electrónicas. Cada bilhete por dia de concerto no Madeira Dig custa 10 euros e o ingresso para os três dias de espectáculos irá custar 20 euros. Bilhetes para estudantes, jovens e adultos com mais de 65 anos são a 5 euros por dia e 10 euros para o bilhete de três dias.

João Filipe Pestana