quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Apoiando - Porta 33

Para que estas coisas deixem de acontecer há que repensar seriamente a cultura regional!!!! Com a pretensa crise que se aproxima a passos largos, com a redução de verbas do orçamento regional para a cultura, com a falta de preparação do tecido empresarial regional que não entende a responsabilidade social e cultural das empresas, com o "agachar" constante de alguns agentes culturais regionais que a tudo se sujeitam, com tudo isto, os tempos que se aproximam são muito, mas mesmo muito preocupantes!


Escreve Filipe Gonçalves no DN/Madeira:

Os responsáveis regionais pela Cultura "devem olhar para aquilo que a 'Porta 33' tem feito, devem sentir o pulsar da comunidade que cá habita e que frequenta a galeria, devem medir os ecos que chegam de fora da actividade e perguntar se a 'Porta 33' é para fechar ou para continuar". A afirmação é da responsabilidade do director da galeria de arte face aos cerca de 75 mil euros que o Governo Regional deve, através da Direcção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC), por força de incumprimento de um contrato-programa. "Tínhamos o último contrato que correspondia ao período de actividade de Janeiro de 2005 a Junho de 2007", explicou Maurício Reis, esclarecendo que o montante em dívida corresponde ao ano de 2007.
À frente da galeria há quase 20 anos, Maurício Reis não deixa de criticar a falta de verbas e explicou que "cabe aos responsáveis culturais regionais, quer da Câmara Municipal do Funchal e da DRAC, ver se o nosso projecto deve ou não ser apoiado".
O director da galeria não esconde "as dificuldades" que 'assombram' a 'Porta 33'. A Câmara do Funchal "deixou de nos apoiar há muito tempo", exemplificou.
De vez enquando, a autarquia contribuía com uma passagem aérea para deslocações, disse. No entanto, a Câmara, através da empresa 'Funchal 500 anos', no ano passado apoiou apenas meio ano e nos restantes meses, até ao final do ano, "não deu nenhum apoio".
A piorar toda a situação está ainda a lei "absurda" publicada pelo Governo da República que proíbe a concorrência a apoios para projectos culturais de entidades colectivas ou privadas que sejam das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. A falta de apoios e incumprimento de contratos-programa acaba por criar danos colaterais. Um deles é o atraso no pagamento das rendas ao senhorio. O valor é pago anualmente, mas em dívida estão os dois últimos anos.

Não comenta rendas em atraso

Sem nunca negar a existência deste montante a liquidar, o responsável pela galeria "não comenta informações que possam chegar a qualquer órgão de comunicação social baseado no anonimato das pessoas. Eu tenho a liberdade de dizer que não comento esses assuntos internos da 'Porta 33' baseado nesses contextos.".
Maurício Reis explicou, no entanto, que a prioridade para a 'Porta 33' é "manter a actividade cultural". O director da galeria salientou que com base no dinheiro que recebe é necessário fazer opções: "Ou temos as rendas hipoteticamente resolvidas mas não temos programação cultural" mas, tal situação pode ser "uma armadilha" porque "se tivesse dedicado a atenção às rendas, a Porta 33 era acusada de não fazer nada".
A DRAC confirma o valor em dívida. João Henrique Silva adiantou que a DRAC já processou o montante e garantiu que "nos próximos dias o valor vai ser pago". Agora, o pagamento estará dependente do aval da Secretaria do Plano e Finanças.
O vereador da Câmara do Funchal do pelouro da Economia e Finanças não quis comentar o teor das afirmações do galerista. Pedro Calado limitou-se a esclarecer que quer a antiga vereação como a actual sempre apoiaram a 'Porta 33'. O vereador salientou também que o apoio é para continuar "desde que as entidades apresentem projectos viáveis".

Jardim manda recado a governantes

Não é a primeira vez que por força das dificuldades na concepção de apoio, a galeria 'Porta 33' vê-se obrigada a pedir a intervenção do presidente do Governo Regional para tentar solucionar o problema. A última solicitação aconteceu em Dezembro.
No dia 15, quatro dias depois de os responsáveis terem dado conhecimento da situação a Alberto João Jardim, receberam a cópia de uma carta.
O presidente do Executivo madeirense "chama a atenção do secretário Regional da Educação e Cultura e do secretário do Plano e Finanças para a importância da continuidade da Porta 33", pode ler-se na cópia da carta que o DIÁRIO teve acesso.

Filipe Gonçalves

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá!

Tanho já duas dias, tentando em conhecer a fundo o que diz o articulo, acuase já um ano eu fazo visitas a o WEB site da "Porta33" e sempre tive uma boa impreção da iniciativa de uma Galeria de Arte como fines coemerciales que a o mesmo tempo dependa do apoio financiero e politico Regiao autonoma da Madeira, só iso es já um avance da cultura e o que representa para os artistas portugueses e também para o publico em geral, e um fator para ter uma conciencia de poipar esta institução cultural e evitar fechar pelo pouco apoio.